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Ramones: Representação para "darwinismo" do rock n roll

Resenha - Brain Drain - Ramones

Por Paulo Severo da Costa
Postado em 06 de agosto de 2012

A literatura sobre o rock n´roll e a literatura esportiva têm, muitas vezes, um fatídico ponto em comum: a memória nostálgica. Muitas vezes passamos por cima de pequenos pecados, enaltecemos o acerto e temos uma irresistível necessidade de criar comparações entre os "bons tempos"- eternos jardins do Éden - com a atuais bandas, estéreis tentativas de soar como ídolos do passado. Burramente, defendo as vezes de forma cega essa tese, defendo um tempo em que não vivi, defendo que PELÉ era melhor que MARADONA- apesar de mal ter visto o segundo no auge.

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Fato é que hoje o acesso fácil e instantâneo à informação acabou assassinando a busca glamourousa, quase hercúlea, pelo inacessível. Ninguém mais espera pelo lançamento de um disco novo – este é disponibilizado tão automaticamente pela via virtual que mal ficamos sabendo. Além disso, uma certa mitologia discográfica acaba restando intacta: MOTORHEAD, AC/DC e RAMONES, por exemplo, são reputados como figuras pétreas, os quais jamais modificaram sua sonoridade ao longo dos anos – pior, taxados, de forma pueril como "dinossauros"- na firme crença de que tal nomenclatura representa um grau de distinção, um elogio.

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Em 1989, quinze anos após o lançamento do primeiro álbum, os RAMONES lançaram BRAIN DRAIN, uma clara representação desse "darwinismo" do rock n´roll. Ao contrário do folclore musical, se o tempo modifica, muitos só acrescem qualidade e maturidade ao seu legado. Contando com a última participação discográfica do envenenado DEE DEE RAMONE, o registro mostra que a banda renunciava ao cansaço, às brigas internas, e ao tempo, em nome do rock n´roll.

O reconhecimento de paternidade do hardcore está lá: ainda que a quilômetros de distância da cena de L.A. do começo dos anos 80, "Learn To Listen" e "Ignorance Is Bliss" são sujas e porradeiras na medida do som que influenciou X e BLACK FLAG no começo daquela década. Mantendo a integridade musical de sempre, a banda mostra competência e maturidade em clássicos posteriores - "I Believe in Miracles" e "Zero Zero UFO" representam a faceta anos 80 à maneira que a banda havia construído em "Animal Boy" e "Halfway To Sanity" – simples, mas polidas na medida certa.

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Se a remissão ao passado mostra o caráter musical intocável, faixas como a radiofônica "Pet Sematary" (grafado assim mesmo) e as urgentes "Don´t Bust My Chops" e "Punishment Fits the Crime" deram ao BAD RELIGION e ao GREEN DAY o subsídio necessário para a sedimentação de sua sonoridade. Olhando para o passado, "Merry Christmas (I Don't Want to Fight Tonight)" e "Can't Get You Outta My Mind" parecem desencavadas de "Road to Ruin" ou "Rocket to Russia" tamanho seu apelo setentista. Para quem já havia "coverizado" TRASHMEN e JHONNY RIVERS, "Palisades Park" de CHARLES BARRIS se encaixou como uma luva - em uma época antecedente ao lançamento de "Acid Eaters".

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RESUMINDO: excepcional!!

Track list:
1. "I Believe in Miracles"
2. "Zero Zero UFO"
3. "Don't Bust My Chops"
4. "Punishment Fits the Crime"
5. "All Screwed Up"
6. "Palisades Park"
8. "Learn to Listen"
9. "Can't Get You Outta My Mind"
10. "Ignorance Is Bliss"
11. "Come Back, Baby"
12. "Merry Christmas (I Don't Want to Fight Tonight)"
13. "Pet Sematary"

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Sobre Paulo Severo da Costa

Paulo Severo da Costa é ensaísta, professor universitário e doente por rock n'roll. Adora críticas, mas não dá a mínima pra elas. Email para contato: [email protected].
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