Autopsy: Provando que ainda pode entregar ótimas músicas
Resenha - Tourniquets, Hacksaws and Graves - Autopsy
Por Alisson Caetano
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Se formos levar em consideração que atualmente as bandas fazem uma média de um disco a cada dois anos e meio, as desconfianças com relação a esse novo trabalho podem ser um tanto quanto justas, mas elas logo passam ao se apertar o play e deixar a desgraceira rolar. Logo de cara, "Savagery" dá início com um andamento de death metal clássico, veloz e pesada, já começa saudando o ouvinte com um belo chute no estômago. "King of Flesh Ripped" se apresenta como uma música típica do AUTOPSY: arrastada, com riffs lentos e a bateria mais que primitiva de Chris Reifert. A faixa título logo se destaca das demais por apresentar um dos melhores riffs do trabalho, além de um andamento muito interessante desenvolvido por toda a banda.
"The Howling Dead" quebra um pouco do clima intenso para apresentar uma típica faixa de death/doom, porém, é uma música que ficou mal aproveitada, muito devido a sua introdução, algo alguns cortes para deixar a música mais interessante resolveriam o problema. "After the Cutting" inicia com um riff discreto mas se transforma em mais um destaque devido ao solo muito bem desenvolvido no final da música. O disco segue com algumas faixas que não se destacam muito, demonstrando certo cansaço, como é caso de "Forever Hungry" e "Teeth of the Shadow Horde", onde é visível o uso de ideias pinceladas em músicas anteriores do próprio disco.
"All Shall Bleed" é uma marcha fúnebre em forma de Death Metal que dá início a parte final do disco. "Death Crimson Dreaming" dá sequência com um clima de mistério, com a bateria fazendo um ritmo sutil em cima dos riffs macabros de guitarra para, finalmente, descambar para uma dos destaques do trabalho, com ótimas linhas de guitarra e baixo, além da voz ameaçadora de Chris Reifert fechando o pacote. "Parasitic Eye" é outra faixa com andamento mais acelerado e acaba passando batida na audição.
Já com "Burial" a história é diferente, de longe uma das mais arrastadas músicas da história da banda, com riffs imundos e a voz cavernosa e doente de Chirs Reifert entregando mais uma excelente música e talvez a melhor do trabalho todo. O disco finaliza com "Autopsy", boa música com o selo AUTOPSY de qualidade.
O instrumental do disco conseguiu manter a mesma qualidade de seu antecessor. Mesmo apresentando uma proposta sonora levemente diferente, a banda soube bem como apresentar estruturas de qualidade, com destaque mais que imediato para a dupla Eric Cutler e Danny Coralles que despejam riffs pesadíssimos e inspirados por basicamente todo o disco. Com relação à cozinha, não há muito a ser dito: eficiente, hora servindo de base para as guitarras reinarem, hora assumindo a linha de frente, tudo isso creditado a Joe Allen no baixo e a lenda Chris Reifert na bateria e voz.
Para um trabalho que fora gravado e produzido em um intervalo de menos de um ano de seu antecessor, era de se supor que o resultado ficasse aquém do desejado, porém, é exatamente o oposto do que ocorre aqui e que, à exceção de duas ou três músicas que deram sinais de cansaço, apresentaram um saldo para lá de positivo para os fãs, demonstrando que o Autopsy ainda pode entregar ótimas músicas aos seus fãs.
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