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Soulsad - "Doomed to Funerals" é uma intensa e profunda espiral de emoções

Resenha - Doomed to Funerals - Soulsad

Por
Postado em 08 de agosto de 2025

Um breve e singelo depoimento pessoal que gostaria de compartilhar previamente à resenha (quem quiser partir para a leitura da análise musical propriamente dita, recomendo um salto diretamente ao parágrafo iniciado com "À análise", algumas linhas abaixo).

Recentemente, resenhei o pouco inspirado álbum Nightmares as Extensions of the Waking State, recém-lançado pelos suecos do Katatonia. A análise repercutiu num grupo da banda, em rede social. O responsável pela replicação do link com o texto foi um usuário com o nome Rafael Sade.

Embora intimamente grato pelo impulsionamento da matéria, intriguei-me. Não tanto pelo fato em si, mas pelo responsável pela republicação. Aquele nome – Rafael Sade – me era familiar, de alguma forma. Tentei resgatar, nos recônditos da memória antiga, a origem daquela lembrança. Após algumas associações que fui costurando, recordei-me, finalmente, de que Rafael Sade, músico envolvido na cena do doom metal nacional, era a mente criativa por trás do conjunto Soulsad, com passagens, ainda, pelo HellLight.

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O Soulsad me foi apresentado, há alguns anos, pelo fundador do grupo Abske Fides (com quem mantive contato, com certa frequência, num passado já um pouco distante).

À época, bem sugestionado, ouvi algumas canções do Soulsad. Apreciei prontamente aquela obra, embora, nesse mosaico artístico sempre pródigo à nossa disposição, não me aprofundei, com a devida atenção, nos materiais do conjunto. Penitencio-me, inclusive, pela indesculpável negligência.

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Ao encontrar casualmente o Rafael Sade no mundo virtual, contatei-lhe. Como profundo apreciador de metal nacional que sou, especialmente dessa vertente melancólica, adquiri-lhe o material Doomed to Funerals, há algumas semanas. Desde então, venho sistematicamente ouvindo e maturando a audição, saboreando-a tão agradavelmente.

Envolto, hoje, pelo abraço frio da brusca mudança de temperatura, com seu clima gélido-acinzentado, creio ter alcançado, finalmente, o estado de espírito e a inspiração para rabiscar algumas palavras sobre esse trabalho.

A ressalva de praxe, já de saída: tentarei retratar, com alguma fidelidade e precisão, e à minha maneira, essa experiência tão profundamente imersiva e contemplativa. A degustação sonora, sempre mais rica e completa, competirá, porém, ao próprio ouvinte, em sua jornada íntima e particular.

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À análise.

Doomed to Funerals (2022) é uma compilação, fruto da congregação do single Doomed to Failure (2020) e do EP Two Funerals (2018), aos quais se acrescem, agora, também as faixas Dreadful Hours (cover do My Dying Bride) e Last Breath. O material soma aproximadamente 40 minutos, alcançando, portanto, pela sua duração, verdadeiro status de full-length.

Ao categorizar o metal nacional como tesouro injustamente recôndito – excerto que, por sinal, intitula uma coluna pessoal virtual –, tenho em mente bandas como o Soulsad, representante fiel da qualidade indisputável do nosso underground nacional.

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Soulsad espelha o apogeu criativo a que a música melancólica pesada se permite elevar. Emocional à máxima potência – dentro da proposta a que se propõe explorar –, Doomed to Funerals toma o ouvinte pelas mãos, conduzindo-o, por meandros obscuros, às profundezas lúgubres e gélidas de intenso sentimentalismo. As emoções trágico-românticas, belas em sua própria melancolia, reverberam na pele e envolvem o espírito do ouvinte com frio abraço.

A instrumental faixa de abertura, My Fallen Garden, inicia-se com um belíssimo arranjo de teclado, inspirada sob verve romântico-melancólica. O excerto de guitarra, que se sucede, mantém a atmosfera de mágoa taciturna, desenhando, logo nas primeiras notas gotejadas, o tom que, adiante, se imprimirá à audição.

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Aclimatado o estado de espírito com entrevado conforto – conjunção de sentimentos que, na arte, não se repele, mas se irmana –, Doomed to Funerals impulsiona o ouvinte, daí em diante, a uma intensa e profunda espiral de emoções. O que se sucede, então, é um redemoinho de sentimentos. Alternâncias, em movimentos pendulares, entre sussurros e recitações, arranjos pesados de guitarra acompanhados por vocais guturais – verdadeiros desafogos angustiosos de sentimentos represados, como se desesperadamente libertos –, e momentos serenados de amainada calmaria (com inspiradíssimas e bastante criativas caídas de tempo e predominância de arranjos de teclados e solos de guitarra).

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Doomed to Funerals desenvolve-se na ambiência desse mosaico de tintas e texturas, pinceladas à base de cores-frias. A musicalidade do conjunto é envolvente, em proporções contemplativas quase hipnóticas. Magnética, reverbera à cútis as reações sentimentais infiltradas pelos tímpanos. Em síntese: uma viagem epopeica, ao paladar de sentimentos magoados e deprimidos, perpassando por faixas como Funeral One: Father e Funeral Two: Mother, extensas, maturadas, bem trabalhadas e, liricamente, moldadas a elevadíssimas cargas de pessoal intimismo.

Preservando o espírito geral do material, a faixa Doomed to Failure, que vem logo em sequência, conserva as qualidades já citadas, mas, aqui, com uma verve particularmente menos angustiosa. Predominam, nessa dimensão da expressão artística do Soulsad, elementos belo-românticos, sempre envoltos, porém, por aquela camada de profunda melancolia que identifica a música do conjunto, dando-lhe o seu típico sabor.

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Edulcorando, finalmente, a taciturna e um tanto lacrimejante carga emocional sorvida ao longo dessa peregrinação sonora, Doomed to Funerals encerra-se com a belíssima Last Breath. A canção compõe-se de uma estrutura simples e enxuta, mas extremamente agradável. Desenvolve-se, na sua esfera instrumental, à regência exclusiva de violão e teclado, contando, no comando de vozes, com protagonismo feminino, límpido e cristalino, e com algumas incursões recitativas masculinas equilibradamente inseridas.

Com uma saborosíssima levada à la música folk – um tanto inesperada e surpreendente diante do direcionamento até então adotado –, Last Breath soa como um bálsamo ao apagar das luzes. Um respiro. Um fôlego. Mais: um verdadeiro e tranquilizante lampejo de esperança em meio à tapeçaria musical angustiosa e, por vezes, tétrica sobre a qual se soergue Doomed to Funerals.

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Vale mencionar, por fim, que o Soulsad também prestou justa homenagem a um dos bastiões do doom metal mundial. Afinal, já próximo ao cerrar de cortinas, Doomed to Funerals legou, na penúltima faixa, um cover de Dreadful Hours, do My Dying Bride, primorosamente executada. Diante da excelência interpretativa performada, há pródigos motivos que não apenas honram, dignamente, os celebrados medalhões ingleses, como também orgulham o próprio conjunto que prestou, com distinta competência, essa condecoração.

Soulsad é mais uma joia preciosa enterrada no baú de tesouros do undergound tupiniquim. Aqui garimpado, Doomed to Funerals espelha e revalida, induvidosamente, a força e a potência do heavy metal nacional.

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Absolutamente indispensável aos apreciadores do gênero.

Boa audição.

Faixas:
1. My Fallen Garden
2. Funeral One: Father
3. Funeral Two: Mother
4. Doomed to Failure
5. Dreadful Hours (My Dying Bride cover)
6. Last Breath

Formação:
Rafael Sade – vocal e teclado.
Marcelo Benicio – baixo.
Kinho Oliveira – guitarra.

Resenha originalmente publicada na página Rock Show.

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Sobre Marcelo R.

"Marcelo R. é natural de Itu. Da fama de sua cidade, herdou alguns exageros, como o gosto pela música e pela literatura. Ávido leitor e aficionado por uma imensa gama de subgêneros do rock, possui especial paixão pelo metal nacional, do qual é incansável apoiador. É colecionador de discos, já tendo completado algumas discografias, como a do Katatonia e a do Bruce Dickinson. Nas horas vagas, é um despretensioso escritor, aventurando-se especialmente em resenhas de livros e de música. Colabora com a página Rock Show, sediada no site Medium. É formado em Direito."
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