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Queensryche: Se não for fã nem perca tempo ouvindo

Resenha - Frequency Unknown - Queensryche

Por Luis Fernando Ribeiro
Postado em 21 de novembro de 2013

Baixada a poeira de tanta troca de acusações e bizarrices pelas quais o QUEENSRYCHE passou após o vocalista Geoff Tate ser demitido da banda pelos demais músicos, finalmente decidi ir em busca dos discos lançados pelas duas bandas formadas após esse embate todo.

Queensryche - Mais Novidades

Optei por ignorar qualquer opinião que saísse a respeito dos dois discos para não ouvi-los com um pré-conceito em mente, uma vez que já andava bastante decepcionado com a banda, que não lança algo relevante desde "Promised Land" (Apesar de considerar o "Operation Mindcrime II" um disco legal), mas foi impossível não escutar os comentários negativos à respeito do disco lançado pelo QUEENSRYCHE liderado por Tate, intitulado "Frequency Unknown".

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Para quem não acompanhou os recentes acontecimentos acerca da banda, entenda que Geoff Tate saiu do QUEENSRYCHE e após muita briga pelo direito de usar o nome da banda, tanto ele quanto seus ex-companheiros continuaram utilizando-o, lançando assim dois discos da banda em um curto espaço de tempo, um deles comandado pelo vocalista e o outro pelos demais integrantes, Michael Wilton, Eddie Jackson e Soctt Rockenfield, tendo como vocalista Todd La Torre (Ex-Crimson Glory).

Escutei ambos os álbuns e não foi difícil gostar mais do disco com La Torre nos vocais, porém, não compactuo com a opinião da maioria dos fãs da banda de que "Frequency Unknown" é uma perda de tempo completa. Tudo bem, não é um disco digno da carreira do QUEENSRYCHE, mas também não é essa porcaria que estão falando, há de fato alguns momentos lamentáveis, mas alguns outros de extremo bom gosto.

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O principal problema em "Frequency Unknown" é justamente o vocalista Geoff Tate, que empolga em poucos momentos e não demonstra quase nenhum feeling em suas interpretações, como estávamos acostumados à ouvir em clássicos como "Rage for Order", "Operation Mindcrime" e "Empire", por exemplo. A gravação também deixou o álbum um pouco "sem sal", o que comprometeu sua qualidade final. Não há problemas em se fazer Hard Rock simples, descompromissado e moderno, pois isso o próprio QUEENSRYCHE já vem fazendo há algum tempo, o grande problema é a falta de inspiração, dando a impressão de ser um disco lançado às pressas, aproveitando o momento em que o nome da banda está em evidência para obter melhor sucesso comercial.

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A capa de "Power of the Night", opa, digo, "Frequency Unknown", sequer merece menção, caso contrário, já começaríamos muito mal.

O disco começa com uma boa pegada em "Cold", com riffs pesados, um bom solo de guitarra e um ótimo refrão, numa linha totalmente Hard Rock. Se Geoff Tate não consegue cantar da mesma forma que outrora, ao menos soa honesto e esforçado nesta faixa de abertura. Se esta música fosse ouvida sem o peso do nome QUEENSRYCHE à pressioná-la, possivelmente agradaria muito aos fãs do Rock e Heavy Metal em geral.

"Dare" já começa a dar sinais de falta de inspiração, com um riff chatíssimo e uma interpretação monótona e cansativa de Tate. A música tem alguns experimentalismos que poderiam soar interessantes em alguma outra canção qualquer, mas nessa nada funciona.

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O mesmo acontece em "Give it to You", com passagens de guitarra pesarosas, onde o instrumento parece reclamar de desempenhar sua função. Apesar disso, as passagens melodiosas soam mais interessantes, com uma boa intepretação de Geoff Tate.

"Slave" soa mais pesada, mas ainda sem muito feeling em especial no sôfrego refrão. A música poderia ser mais legal se tivesse uma produção mais apurada e tivesse sido melhor elaborada, mas da forma que está, não convence.

Se você já estava cochilando, acorde! "In the Hands of God" é possivelmente a melhor faixa do disco, carregada, densa, mas dessa vez inspirada, com riffs pesadíssimos. A música tem um clima bastante sombrio, muito bem traduzido pela interpretação furiosa de Tate, que finalmente empolga. Talvez possa passar batida por causa do sonolência causada pelas faixas anteriores, mas escute-a com atenção e poderá perceber suas qualidades.

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Parece que o disco vai finalmente começar a empolgar, pois já na sequência temos os ótimos riffs que introduzem "Running Backwards", mas quando entre o vocal o susto é grande, tamanha a falta de inspiração. Quem sabe o instrumental seja até legal, mas não consegui me concentrar nele devido à interpretação medonha de Geoff que acompanha toda a música. Música completamente descartável.

A semi-balada "Life Without You" refresca os ouvidos após tamanha ignorância cometida na faixa anterior. Trata-se de uma boa música, que apesar de previsível tem arranjos legais, um ótimo refrão e uma boa interpretação de Geoff Tate, que em alguns agudos chega a lembrar um pouco sua fase áurea.

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"Everything" mantém o bom momento do disco e se não empolga, ao menos soa agradável. Os backing vocals são muito bem encaixados, dando um bom plano de fundo para a atuação de Tate.

Em "Fallen" você quase chega a esquecer dos deslizes em faixas anteriores, pois ela remete facilmente à bons momentos vividos pela banda durante toda a década de 80 e inicio dos anos 90. Uma música com riffs e solos inspirados, com uma interpretação carregada de emoção e muito feeling.

"The Weight of the World" encerra o track list normal do disco. O início da canção é de uma chatice incomensurável, com uma interpretação extremamente enjoativa de Geoff Tate, mas logo ela evolui, ganhando um pouco de peso e melhorando consideravelmente, mas não chega nem perto de empolgar.

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Por fim, o que mais se tem lamentado à respeito do disco é a regravação de quatro músicas da fase clássica da banda, são elas: "I Don't Believe in Love" (Do "Operation Mindcrime"), "Empire", "Jet City Woman" e "Silent Lucidity" (Do "Empire"). As músicas são tão boas, que mesmo com uma gravação pífia e uma interpretação sem nenhuma inspiração, soam agradáveis. Não vale a pena destacar as músicas individualmente, uma vez que quem é fã com certeza já as conhece. Se você for fã do tipo xiita, não recomendo a audição das regravações, caso contrário, apenas escutará uma banda que não consegue soar com a mesma inspiração e feeling de outrora.

Ainda faz-se necessário comentar as notáveis participações na gravação de "Frequency Unknown", que em pouco colaboram para o resultado final, mas com certeza ajudarão nas vendas do disco. Entre os mais notáveis estão KK Downing (Ex-Judas Priest), Rudy Sarzo (Ex-Blue Öyster Cult) e Paul Bostaph (Slayer).

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Se você é fã do QUEENSRYCHE, escute e tire suas próprias conclusões, caso não seja um fã assíduo, a audição do disco é desnecessária, já que não apresenta nada além do que a banda vinha fazendo nos últimos lançamentos. Boas bandas com menos nome tem lançado álbuns mais relevantes e merecem mais atenção que "Frequency Unknown".

Em breve curta também a resenha para o disco do "outro" QUEENSRYCHE.

Frequency Unknown – QueensrYche (2013 – Deadline)

Track List:
01. Cold
02. Dare
03. Give It to You
04. Slave
05. In the Hands of God
06. Running Backwards
07. Life Without You
08. Everything
09. Fall
10. The Weight of the World
11. I Don't Believe in Love (2013 version)
12. Empire (2013 version)
13. Jet City Woman (2013 version)
14. Silent Lucidity (2013 version)

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Sobre Luis Fernando Ribeiro

Apaixonado por música, cinema, escrita, literatura e pela zoeira infinita. Inserido no mundo da música pesada em 2004 com Destruction, Metallica e Blind Guardian, quando ainda se compartilhava música através de fitas K7.
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