A banda de rock que Xuxa adorava: "Ela pedia pessoalmente para a Marlene Mattos levar"
Por Gustavo Maiato
Postado em 17 de agosto de 2025
Nos anos 1990, o Inimigos do Rei fez parte da trilha sonora de um Brasil que se equilibrava entre guitarras elétricas, letras bem-humoradas e programas de TV que transformavam músicos em figuras familiares.
Com hits como "Uma Barata Chamada Kafka" e "Adelaide", o grupo emplacou um estilo próprio, misturando rock, irreverência e um toque de surrealismo que conquistou rádios e palcos de norte a sul. De repente, os jovens de 20 e poucos anos que formavam a banda estavam em todos os lugares: shows lotados nos fins de semana, gravações para programas de auditório durante a semana, viagens constantes e a sensação de que a fama chegara para ficar.


Mas um dos capítulos mais curiosos dessa fase de superexposição foi contado por Luiz Nicolau, um dos vocalistas, em entrevista ao Corredor 5: a relação especial da banda com Xuxa. "Um dos programas que a gente mais fazia era o dela, porque ela adorava a banda", lembra Nicolau. "A Xuxa pessoalmente pedia para a Marlene Matos nos chamar: ‘Tem Inimigos hoje, né? Chama eles!’ E a gente não podia dizer não."


Essa presença constante no Xou da Xuxa acabou levando as músicas da banda a um público inesperado: as crianças. O efeito foi imediato — meninos e meninas em todo o país cantavam A Barata sem entender as entrelinhas da letra.
"Tinha coisas que não eram para criança, mas o marketing da gravadora e a insistência da Xuxa fizeram a gente entrar nesse universo infantil. Nosso objetivo era estar no mainstream do rock brasileiro, ao lado das grandes bandas, mas acabamos conquistando também essa molecada", conta o cantor.

Segundo Nicolau, a agenda era exaustiva: terça, quarta e quinta em programas de TV no Rio e São Paulo, sexta e sábado em shows pelo Brasil. Apesar da visibilidade, o retorno financeiro não foi tão expressivo quanto o público imagina. Ainda assim, ele guarda boas lembranças da época — inclusive do período em que sua mãe realizou o sonho de morar no Rio e acompanhá-lo mais de perto.
A convivência com o público infantil, porém, trouxe questionamentos internos. "Rolou um momento em que pensamos: ‘Vamos parar de fazer música engraçada’. Isso gerou divergências e afetou o segundo disco, que não teve uma nova ‘Barata’", revela.
Confira a entrevista completa abaixo.

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