Van Halen: Hard Rock da década seguinte
Resenha - Van Halen II - Van Halen
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 23 de outubro de 2012
Em 1972, a banda GENESIS, seguindo a risca a máxima "é um longo caminho para o topo", ainda engatinhava nos corredores nada iluminados do rock n´roll. Endividada e sem uma perspectiva clara quanto ao futuro, concordou em usar uma tática radical para economizar a grana que gastavam para alugar o equipamento de som: mesmo tendo sido reprovado em uma audição anterior, o dono dos amplificadores, DAVID LEE ROTH, foi alçado ao posto de frontman dos californianos de Pasadena.
Anos antes de serem descobertos pro GENE SIMMONS nos bares da Sunset Strip, muita água rolou embaixo da ponte do VAN HALEN: além de GENESIS (nome que só foi trocado quando EDDIE se deu conta da coincidência inevitável), a banda já havia sido batizada de THE TROJAN RUBBER COMPANY, THE BROKEN COMBS, RAT SALAD, e MAMOOTH – o último antes da adoção do patronímico dos irmãos holandeses, EDDIE e ALEX. Junto ao substituto do baixista MARK STONE - o admirador de Jack Daniel´s MICHAEL ANTHONY- o VAN HALEN gravou, com esta formação, seis discos, e implantou o chip do que seria o hard rock da década seguinte.
Se em "Fair Warning"(1981) a banda adentrou ao experimentalismo e em "1984"(1984) se consolidou para a geração MTV, foram os três primeiros registros- "Van Halen I"(1978), "Van Halen II"( 1979) e "Women adn Children First" (1980) - que colocaram a guitarra "alien" de EDDIE e o vedetismo de DAVE a toda prova. Essa que, possivelmente, foi uma das melhores sequências iniciais da música, colocou o pensamento geométrico de ALLAN HOLDSWORTH ( "Ice Cream man"), a erupção vulcânica hard ( "And The Cradle Will Rock) e o pop fundido à roupagem rock n´roll ("Dance The Night Away") no mesmo balaio, dando alicerce a uma carreira que já chega a quarenta anos.
Muito além de ser uma continuação do primeiro registro, "Van Halen II" teve grande parte de suas faixas compostas nos anos anteriores - o que, mesmo assim, transparece em um disco, se não tão clássico, mais eclético do que o debut: o cover de "You´re no Good" de CLINT BALLARD Jr., feita em cima de uma escala cromática menor, ganhou uma roupagem assentada na expressão da guitarra fuzilante de EDDIE, enquanto "Spanish Fly" mostra que o guitarrista não se escondia atrás de distorção ou efeitos de phaser: executada em tapping ao violão, é uma quase homenagem a outros ídolos do guitarrista como TÁREGA e PACO DE LUCIA ; se "Bottoms Up" começa com uma citação meio bluesy e "descamba" para uma versão hard do ZZ TOP, "Outta Love Again" tem um dos vocais mais legais de ROTH no disco - uma quebradeira rítmica total, pela qual a voz do DIAMOND caminha em alto nível.
A dobradinha "Light Up In The Sky"/ "Somebody Get me a Doctor" trazem a melhor linhagem de "Atomic Punk": pancadeiras e, inevitavelmente nos fazem pensar o que seria de discos como "Too Fast For Love" ou "Shout at The Devil" sem a existência de registro como esse. Ainda na orientação mais festeira da banda, a já citada "Dance The Night Away" faz uma parceira de prima com "Beautiful Girls"- tema "mor" na discografia primitiva dos caras. Nunca escutou o disco ? Fala sério....
TRACK LIST:
1. "You're No Good"
2. "Dance the Night Away"
3. "Somebody Get Me a Doctor"
4. "Bottoms Up!"
5. "Outta Love Again"
6. "Light Up the Sky"
7. "Spanish Fly" (Instrumental)
8. "D.O.A."
9. "Women In Love"
10. "Beautiful Girls"
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