Glenn Hughes: Um belíssimo disco de blues rock
Resenha - LA Blues Authority Volume II: Blues - Glenn Hughes
Por João Paulo Linhares Gonçalves
Postado em 05 de agosto de 2012
Vamos falar sobre um álbum que completa 20 anos agora em 2012: o disco "L.A. Blues Authority Volume II: Glenn Hughes - Blues", que ajudou Glenn Hughes, o grande "voice of the rock", a recuperar a sua carreira, fortemente atrapalhada pelo vício nas drogas que ajudaram a acabar com o Deep Purple no meio dos anos 70. Vamos lá!
Como já escrevi em uma resenha aqui do site (Veja aqui!), sobre o disco "Come Taste The Band", do Deep Purple, os problemas com drogas de Glenn Hughes já se acentuavam durante as gravações do citado álbum e na turnê de divulgação. A banda a seguir se desfez, e Hughes partiu para a carreira solo, iniciando com o disco "Play Me Out", em 1977. Este disco conta com diversos músicos, incluindo os companheiros de Glenn no Trapeze, Mel Galley e Dave Holland. A partir daí, teríamos um hiato de quinze anos até o lançamento deste discaço de blues que estamos falando. Durante este longo período, Hughes participou de diversos projetos e tocou em diversas bandas, mas não lançou nenhum disco solo. Os projetos mais importantes que podemos citar são o projeto com Pat Thrall, com quem lançou um álbum em 1982; sua participação no disco "Run For Cover", de Gary Moore, 1985, onde cantou e tocou baixo em quatro canções; e sua participação no Black Sabbath, onde foi o vocalista do álbum "Seventh Star", de 1986, e também iniciou a turnê - acabou tendo que ser substituído no meio dela, por diversos problemas.
Fica claro, pelo parágrafo acima, que Glenn Hughes estava com sérios problemas com as drogas. A ficha caiu e ele passou por um processo de desintoxicação no comecinho dos anos 90, o que foi fundamental para o reerguimento deste grande músico. A retomada da carreira se deu, primeiro, com sua participação como vocalista no sucesso "America: What Time Is Love?", do grupo de música eletrônica KLF. Depois tivemos Glenn gravando todos os vocais para o disco solo do guitarrista John Norum, do Europe. Estes trabalhos foram os primeiros depois de sua recuperação do vício em drogas que tanto estava atrapalhando sua carreira.
A seguir, Hughes gravaria este grande petardo de blues, com a participação de diversos guitarristas de renome da época: John Norum, do Europe, já citado acima; Mick Mars, do Motley Crue; Warren DeMartini, do Ratt; Ritchie Kotzen, do Poison e Mr.Big; e Mark Kendall, do Great White. Temos também o guitarrista Paul Pesco, que já tocou com Madonna (na turnê do álbum "Like A Virgin"). Todos estes guitarristas se revezam nos solos do álbum. A guitarra base de todo o disco foi feita por Craig Erickson (confira o site dele aqui); o baixo ficou a cargo de Tony Franklin (já tocou com Roy Harper, The Firm e outros grandes nomes) e do próprio Glenn Hughes; a bateria ficou com Gary Ferguson (já tinha tocado com Hughes no projeto com Pat Thrall e no disco de Gary Moore; tocou em diversos discos seguintes da carreira solo de Glenn) e ainda tivemos os teclados por Mark Jordan. Tanta fera junta não poderia trazer outro resultado senão um belíssimo disco de blues rock.
O álbum abre em grande estilo com "The Boy Can Sing The Blues", um bom riff de guitarra e rapidamente a voz de Hughes toma conta da canção, aquele vozeirão inspirado que tanto gostamos - como o título da música diz, o garoto pode cantar blues!! "I'm The Man" traz um ritmo mais quebrado, uma levada funkeada típica de Glenn. Em "Here Comes The Rebel", Mark Rendall já mostra serviço desde o começo, numa canção tipicamente blues rock. Já em "What Can I Do For Ya?", quem chega mostrando serviço é o baterista Gary Ferguson, junto com Ritchie Kotzen, num dos maiores destaques do álbum. A letra de "You Don't Have To Save Me Anymore" parece até auto-biográfica, aliás todas no disco, segundo o próprio Glenn Hughes são, segundo a Wikipedia, temas que lidam com os demônios pessoais da época em que o disco foi gravado. "So Much Love To Give" é daqueles blues lentinhos deliciosos, que ficam ainda melhores na grande voz de Glenn. Uma das melhores do disco, para mim.
"Shake The Ground" é talvez a mais fraquinha do álbum, não tem o punch das outras canções, apesar da bela performance vocal de Glenn Hughes. "Hey Buddy (You Got Me Wrong)" também não empolga tanto no começo, crescendo bastante na segunda metade. "Have You Read The Book?" já começa com solos inspirados e seu refrão talvez seja o mais forte do disco. "Life Of Misery" segue um clima mais intimista, com um refrão cativante. "Can't Take Away My Pride" tem mais uma grande performance vocal de Hughes, e o disco se encerra com "A Right To Live", mais uma com bom refrão e grande vocal do homem, pra fechar em grande estilo, assim como começamos.
Este é um disco pouco conhecido, mas de qualidades impressionantes, e vale a pena ser conhecido e apreciado por todos os fãs de Glenn Hughes, que sabem curtir um belo álbum como este. O desfile de grandes guitarristas emprestando seu talento para este registro também é impressionante e aumenta ainda mais a importância deste grande registro do "the voice of rock".
Eis a relação de músicas do álbum:
1 - "The Boy Can Sing The Blues" - solos de John Norum e Warren DeMartini
2 - "I'm The Man" - solos de John Norum e Warren DeMartini
3 - "Here Come The Rebel" - solos de Mark Rendall
4 - "What Can I Do For Ya?" - solos de Ritchie Kotzen
5 - "You Don't Have To Save Me Anymore" - solos de Mark Rendall e Warren DeMartini
6 - "So Much Love To Give"
7 - "Shake The Ground" - solos de Darren Householder
8 - "Hey Buddy (You Got Me Wrong)" - solos de Paul Pesco
9 - "Have You Read The Book?" - solos de Mick Mars e Darren Householder
10 - "Life Of Misery"
11 - "Can't Take Away My Pride" - solos de Mick Mars
12 - "A Right To Live" - solos de Ritchie Kotzen
(informações sobre os solos retiradas da Wikipedia)
Alguns vídeos:
"The Boy Can Sing The Blues":
"I'm The Man":
"A Right To Live":
Acompanhe esta e outras resenhas no blog Ripando a História do Rock:
http://ripandohistoriarock.blogspot.com.br/
Até a próxima!!
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Robert Plant tem show anunciado no Brasil para 2026
Hellfest terá 183 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
Duff McKagan elege as músicas do Guns N' Roses que mais gosta de tocar ao vivo
O guitarrista que, segundo Slash, "ninguém mais chegou perto de igualar"
O disco que une David Gilmour e Steve Vai na admiração pela genialidade de seu autor
Richie Faulkner recusou 16 tentativas de contato do Judas Priest
Rob Halford fala sobre a importância de estar há quase quatro décadas sóbrio
Angra posta mensagem enigmática no Instagram; "Foi bom enquanto durou"
Para alguns, ver o AC/DC é um sonho. E sonhos não têm preço
O álbum que rachou o Deep Purple: "O Jon gostou da ideia, mas o Ritchie não"
Odeia Van Halen? Guitarrista recusou convite de David Lee Roth e Sammy Hagar
A sincera opinião de Bon Jovi sobre a turnê de reunião do Oasis
O músico que Jimmy Page disse que mudou o mundo; "gênio visionário"
Dee Snider não sabe se está sendo "corajoso ou estúpido" ao reunir o Twisted Sister
O "vacilo" que levou Nicko McBrain a achar que fosse passar no RH do Iron Maiden
Nasi lembra fase mais difícil do vício: "Cheirei todo dia por 7 anos seguidos"
A capa do Iron Maiden com cena de casal em pose ousada que passou despercebida
A crítica de Portnoy ao trabalho de Matt Sorum, ex-baterista do Guns N' Roses

Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Glenn Hughes revela ter sido convidado para a reunião do Rainbow, em 2015
Glenn Hughes retorna ao Brasil para 5 shows em novembro
Glenn Hughes não acredita que David Coverdale voltará aos palcos
Os 50 anos de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman


