Psychotic Eyes: Para os fãs de metal eclético ou agressivo
Resenha - I Only Smile Behind the Mask - Psychotic Eyes
Por Marcos Garcia
Postado em 12 de março de 2012
Nota: 9
O Death Metal é um estilo forte e bem enraizado, mas ainda é permitido aos músicos fazerem experimentos que, vez por outra, causam polêmicas infinitas no meio underground, já que a ortodoxia é uma tônica forte dentro do Metal como um todo, criando impedimentos às bandas em seu processo de evolução musical, e muitas vezes, isso pode estagnar boas promessas. O que não é o caso do PSYCHOTIC EYES, que faz o que podemos chamar de Progressive Death Metal, uma vez que, embora se sinta a força e vibração tradicionais do estilo em seu som, a banda investe em estruturas sonoras bem delineadas, com um approach bem chegado ao Progressivo e ao Jazz. Mas não, não entendam mal as minhas palavras, pois este trio tem peso e brutalidade suficientes para satisfazer até o mais radical fã do estilo. E a banda nos brinda com o ótimo ‘I Only Smile Behind the Mask’, segundo CD da banda, é uma amostra do que eles são capazes.
A arte é muito bonita, refletindo bem a temática da faixa-título, feita por Gustavo Sazes, e a produção sonora é muito boa, feita pela própria banda, mas tendo a tutela de Jean François Dagenais (guitarrista do KATAKLYSM) na mixagem e masterização, que ajudou a dar brilho e peso ao trabalho do trio sem descaracterizá-lo, pondo cada instrumento em seu devido lugar, sem sobrepor ou sumir. Outro ponto são algumas participações especiais, já que eles contaram com a ajuda de Rodrigo Nunes (ex-DROWNED e EMINENCE), pois ainda estavam sem um baixista fixo na época da gravação, e Adriano Villa, poeta responsável pelas letras do projeto ‘William Shakespeare’s Hamlet’ na letra de ‘Throwing Into Chaos’.
Outro ponto é que as letras da banda flertam com vários aspectos culturais e musicais, abrilhantando ainda mais o trabalho dos rapazes, e o nível do CD é bem homogêneo, pois todas as faixas têm uma contribuição forte no resultado final do disquinho.
O CD abre com ‘Throwing Into Chaos’, cheia de passagens progressivas e jazzísticas sob a brutalidade do estilo da banda, seguida por ‘Welcome Fatality’, uma faixa muito bem trabalhada, mas extremamente bruta, especialmente pelo excelente trabalho de bateria; ‘Dying Grief’ é uma canção com doses de melodias tristes e certa melancolia, pois narra os sentimentos do vocalista Dimitri após a passagem de seu pai; ‘Life’ possui guitarras agressivas e bem trabalhadas, que dão um sabor especial à faixa; a ótima faixa-título, com seu trabalho musical absurdo, apoiado em uma letra ótima, pois trata do eterno dilema da aparência que buscamos e que mascara quem somos de fato; a peso-pesado e esporrenta ‘Humachine’, com suas melodias envolventes que não amenizem a agressividade em momento algum; e fechando na ótima ‘The Girl’, que é uma versão muito personalizada e pessoal de uma música de Chico Buarque de Hollanda, tão pessoal que se torna impossível reconhecê-la, mas não se enganem, pois ela é um verdadeiro trator metálico, já que transita por vários estilos de Metal sem pudor e sem deixar de uma canção firme e coesa.
Enfim, um ótimo CD, que agradará fãs de Metal mais agressivo e esporrento como os outros de maior ecleticismo sem constrangimentos.
Tracklist:
01. Throwing Into Chaos
02. Welcome Fatality
03. Dying Grief
04. Life
05. I Only Smile Behind The Mask
06. The Humachine
07. The Girl
Formação:
Dimitri Brandi – Vocal e guitarras
Alexandre Tamarossi – Bateria
Douglas Gatuso – Baixo
Contatos:
http://www.psychoticeyes.com
http://www.myspace.com/psychoticeyesbrazil
http://www.youtube.com/psychoticeyesbrazil
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