George Lynch: Malmsteen puro, desde os timbres até a capa
Resenha - Orchestral Mayhem - George Lynch
Por Marcelo Vieira
Postado em 04 de dezembro de 2010
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Dois anos após o lançamento do ótimo Scorpion Tales – tributo ao Scorpions que conta com a participação de 12 renomados vocalistas do Hard/Heavy mundial –, George Lynch retoma sua carreira solo com "Orchestral Mayhem". Como o próprio nome já diz, o disco é 100% instrumental e foi inteiramente gravado com uma orquestra – não me perguntem qual –, colocando o ex-guitarrista do Dokken no mesmo patamar de outros ases do instrumento como o sueco voador, Yngwie Malmsteen.

Logo de cara, contrariando as expectativas por um tracklist limitado a compositores clássicos, temos uma releitura para "Bittersweet Symphony", dos Rolling Stones – que muita gente até hoje acha que é do The Verve devido ao sucesso que a versão fez à época de seu lançamento em 1996. Na seqüência, Lynch estupra "Fur Elise", de Beethoven – coisa que o supracitado Malmsteen já fazia nos anos 80 –, preservando somente seu tema principal, que com certeza alguém já ouviu ao telefone à espera de uma transferência de ramal ou ao tocar a campainha da casa da tia avó.
A famigerada "Carmina Burana" (Orff) recebeu um tratamento especial e é o primeiro destaque. O nível se mantém nas alturas com o primeiro movimento de Eine Kleine Nachtmusik (Mozart), que é presença garantida no repertório de qualquer orquestra que se preze. Da ópera Carmen, de Bizet, temos "Habarena" e a coisa só melhora com "Venetian Boat Song", de Mendelssohn, onde Lynch despeja um feeling absurdo mesmo nos momentos mais bululus no melhor estilo Malmsteen – sim, caro leitor que está com preguiça de ler a resenha inteira, este disco aqui é Malmsteen puro, desde os timbres até a capa, onde o nome de Lynch aparece grafado em letras medievais, tal como o balofo fazia nos tempos de magreza e Jeff Scott Soto.
Um dos meus prediletos – sim, eu ouço música erudita –, "Rachmaninoff" tem seu Prelúdio em Sol Menor executado com brilhantismo e doses generosas de improviso. A abertura de William Tell (Rossini), que este que vos fala usou durante tempos como ringtone no celular, aparece logo em seguida no mesmo esquema. Impressionante como a qualidade do trabalho vai crescendo após as duas primeiras músicas. Conselho que eu dou é que ambas sejam puladas. Comecem a audição por Carmina Burana e sigam em frente com o volume no talo!
Se fosse ser tocada ao vivo, "Valsa das Flores" seria o momento jam da noite. Lynch transformou a obra-prima de Tchaikovsky num backtrack ideal para improvisações. E confirmando a preferência dos virtuosos por Mozart, o compositor austríaco é relembrado novamente no quarto movimento de sua "Eine Kleine Natchmusik". "Clair de Lune" – ou "Moonlight", como quiserem –, de Debussy prepara o terreno para o grand finale que traz versões absurdas para "Wizards in Winter" (Trans-Siberian Orchestra) e "Christmas Eve" / "Sarajevo 12/24" (Savatage) e tem tudo para deixar os adeptos de Jon Oliva com as calças ensopadas.
Maluquices e esteróides a parte, George Lynch é um músico que se renova a cada trabalho – seja solo, comandando seu Lynch Mob ou mesmo atacando de free-lancer em projetos diversos – e aqui não é diferente. Orchestral Mayhem ao passo que é audacioso, consiste em um de seus álbuns mais consistentes, mostrando ao mundo que ele pode sim figurar entre o alto escalão dos virtuosos do rock.
01. Bittersweet Symphony
02. Für Elise
03. Carmina Burana
04. Eine Kleine Nachtmusik, 1st Movement
05. Habanera
06. Venetian Boat Song
07. Prelude In G Minor
08. William Tell Overture
09. The Waltz Of The Flowers
10. Eine Kleine Nachtmusik, 4th Movement
11. Clair De Lune
12. Wizards In Winter
13. Christmas Eve / Sarajevo 12/24
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Internautas protestam contra preços de ingressos para show do AC/DC no Brasil
AC/DC anuncia terceiro show em São Paulo; ingressos estão à venda
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
Como James Hetfield, do Metallica, ajudou a mudar a história do Faith No More
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
A melhor banda de metal de todos os tempos, segundo Scott Ian do Anthrax
A banda que não ficou gigante porque era "inglesa demais", segundo Regis Tadeu
A maior lenda do rock de todos os tempos, segundo Geezer Butler do Black Sabbath
A música do Yes que Mike Portnoy precisou aprender e foi seu maior desafio
Slash dá a sua versão para o que causou o "racha" entre ele e Axl Rose nos anos noventa
A banda que mais pode repetir sucesso do Iron Maiden, segundo Steve Harris
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
AC/DC anuncia show extra em São Paulo para o dia 28 de fevereiro; ingressos estão à venda
Metal Cristão: As 10 melhores bandas, segundo a Hardwired
Por que James Hetfield não gosta do Guns N' Roses, com quem Metallica tocou em 1992
O dia que Kurt Cobain ligou para Max Cavalera para saber onde poderia descolar drogas


"Ace Frehley não teve qualquer influência sobre mim", diz George Lynch



