Resenha - Broken Boy Soldiers - Raconteurs
Por Carlos Cyrino (Delfos)
Postado em 06 de agosto de 2006
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Que o White Stripes é uma das grandes bandas do assim chamado "novo Rock" que começou com a explosão dos Strokes, não há dúvida. No entanto a dupla nunca conseguiu me satisfazer totalmente por duas razões. Para começar, eu adoro o som de baixo e acho que o instrumento faz falta. E depois, convenhamos, Meg White não sabe tocar absolutamente nada de bateria, o que torna o White Stripes basicamente Jack White e sua guitarra Blues. Eu ia falar que era uma banda de um homem só, mas eles de fato são isso mesmo, já que Jack é o único membro do sexo masculino da dupla.

Matéria escrita para o site DELFOS – www.delfos.art.br
Enfim, quando Jack anunciou o projeto paralelo chamado Raconteurs pensei comigo mesmo: "hum, pode ser melhor que o próprio White Stripes". E de fato, minha suspeita se confirmou. O primeiro disco do novo projeto, "Broken Boy Soldiers", é altamente viciante.
Além de Jack White, integra a banda o também guitarrista e vocalista Brendan Benson, chapa de Jack da cena musical de Detroit e autor de baladas cheias de influência de Folk. Embora desconhecido no Brasil, o trabalho solo de Benson é muito elogiado nos EUA. Cmpletam o conjunto o baterista Patrick Keeler e o baixista Jack Lawrence, a cozinha do Greenhornes.
Para quem já conhece o White Stripes, a sonoridade do Raconteurs não é nenhuma surpresa. É Blues e Rock anos 70 em altas doses, com algumas baladinhas beatlenianas, cortesia de Brendan Benson. Mas aqui, o Rock leva uma ligeira vantagem sobre a porção Blues, ao contrário do que ocorre no projeto principal de Jack. Nada inovador, mas ainda assim muito bem feito.
O álbum abre com o primeiro single, "Steady, as She Góes", música com aquela estrutura eternizada por Pixies e Nirvana, calma nos versos e pesada no refrão, com Jack White nos vocais e Brendan Benson nos backings.
A seguir vem a mais tranqüila "Hands", levada por Brendan e a mezzo Bluesy mezzo psicodélica "Broken Boy Soldier", onde Jack White manda seu melhor vocal na opinião desse humilde escriba, rascante e um tanto desesperado. E Patrick Keeler mostra a diferença que faz um baterista que sabe tocar seu instrumento.
Brendan volta a assumir os vocais principais na bela "Intimate Secretary", cheia de passagens bonitinhas de piano e teclados, com algumas intervenções vocais de Jack, provando que os dois vocalistas funcionam bem juntos.
"Together" é o grande momento individual de Benson no disco, numa baladona Folk de primeira. A psicodelia e o Blues Rock voltam em "Level", com uma linha de teclado que gruda na orelha e um solinho de guitarra cheio de influência de Jimmy Page. Aliás, Led Zeppelin parece mesmo ter sido a grande influência dos caras na composição desse disco.
"Store Bought Bonés" e sua guitarra com slide foi feita para balançar a cabeça ao ritmo da música e sair do chão quando ela acelera. Já "Yellow Sun" e sua levada de violão é puro Beatles. E algumas passagens até me lembraram Mutantes.
A relaxada "Call it a Day", de ritmo mais arrastado e backing vocals meio desconjuntados (no bom sentido) já prepara o ouvinte para o fim do disco, que chega com "Blue Veins", um Bluesão típico de Jack White, que tem até vocais rolando ao contrário.
Pelo resultado atingido nesse disco, não ficaria nem um pouco triste se Jack White desse um pontapé na bunda da parceira Meg e Brendan Benson desistisse da sua carreira solo para seguirem com o Raconteurs em tempo integral. Porém, como isso é apenas um sonho, resta torcer para que eles decidam fazer com que este projeto paralelo dure um bom tempo, e mais importante, lancem logo um novo disco.
(Sum Records – 2006)
Outras resenhas de Broken Boy Soldiers - Raconteurs
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
Iron Maiden bate Linkin Park entre turnês de rock mais lucrativas de 2025; veja o top 10
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
A banda de rock nacional que nunca foi gigante: "Se foi grande, cadê meu Honda Civic?"
Queen oferece presente de Natal aos fãs com a faixa inédita "Polar Bear"
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Gene Simmons relembra velório de Ace Frehley e diz que não conseguiu encarar o caixão
Show do Slipknot no Resurrection Fest 2025 é disponibilizado online
Justin Hawkins (The Darkness) considera história do Iron Maiden mais relevante que a do Oasis
A cena que Ney Matogrosso viu no quartel que o fez ver que entre homens pode existir amor
Que ídolo mais surpreendeu Tarja Turunen? Ela responde, e é um conhecido brasileiro
Regis Tadeu explica sucesso do Metallica: "Sem isso, ainda estariam no patamar do Megadeth"
John Bonham e a música do Led Zeppelin que ele adorava tocar ao vivo

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



