Resenha - Wonkavision - Wonkavision
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 22 de maio de 2006
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Definitivamente, a música underground nos reserva grandes surpresas. Uma delas é a banda gaúcha Wonkavision, que apesar de certo prestígio e reconhecimento, eu ainda não conhecia (mesmo sendo eu um gaúcho). E posso afirmar com toda a certeza: o seu trabalho é digno de muito elogios. Lançado pela Orbeat Music, uma gravadora de renome aqui no sul, "Wonkavision", o álbum ‘debut’, está aí para comprovarmos na prática tais elogios.

Podemos dizer que tudo começou em 2002, quando a banda venceu um concurso musical promovido pela Coca-Cola em parceria com a MTV (RS) e com as rádios Atlântida, Ipanema e Pop Rock. O prêmio, que veio através do voto popular, possibilitou à banda a gravação do seu primeiro álbum, que teve a produção assinada por John Ulhoa, do Pato Fu. Will (vocal e guitarra), Manu (vocal e teclado), Kiko (bateria) e Grazi (vocal e baixo – que não está mais na banda) gravaram esse excelente disco, com doze faixas. Disco que, aliás, venceu em 2005 o Prêmio Claro de Música Independente, na categoria de melhor álbum de Indie Rock. Rótulo esse que eu desaprovo. Afinal, Indie Rock não é suficiente para uma banda que faz um, digamos, power pop, com muito de rock dos anos sessenta e setenta. E é por tantas influências diferentes que está o barato no som da Wonkavision: consegue ter personalidade e bom gosto.
Bom gosto não só nas músicas, mas nas letras, igualmente. Apesar de um som animado, na maioria das vezes as letras falam sobre problemas pessoais, depressões e em algumas vezes, sobre relacionamentos amorosos. As letras fazem parte do diferencial do grupo, sem dúvida, mas preciso voltar ao som, que é o mais importante para a boa repercussão do nome Wonkavision. Além das inusitadas influências dos anos 60’ e 70’, a banda explora o uso de teclados tipo ‘moog’ (desculpem-me se estou errado no uso de termos técnicos), além de misturar as vozes de Will e das garotas Manu e Grazi. Particularmente, a presença de mais de uma voz em uma banda sempre me agradou, em qualquer tipo de grupo ou estilo. Com tantas possibilidades, é possível dar mais interpretação às composições, transformando as letras (e composições) em algo similar a um texto para o teatro.
Falando das músicas, nossa, a banda realmente selecionou grandes composições para a sua estréia talentosa. A faixa que abre o disco, "O Plano Mudou", é um exemplo nato. A música é mais animadinha, um pop/rock típico do grupo, com um refrão mais cadenciado. "Ei, Não é Por Mal", a faixa seguinte, também merece destaque. Parecida com a anterior, só que ainda mais cadenciada (no refrão) e emotiva. Já "Aquele Alguém" explora o lado mais rock da banda, com guitarras mais roqueiras, apesar de ter um refrão mais pop, porém legal. Mas, sem dúvida, o melhor do álbum é o que vem a seguir, "Nanana", o ‘hit’ do Wonkavision. Um rock animado – sem tanto apelo pop – mas que evidencia como a banda é bem servida de uma voz feminina. "Quando 16", música que até teve videoclipe gravado, também aparece bem, novamente com uma cara bem rock n’ roll. Por fim, "Rejection Junkie" é a última música de destaque do disco, um rock mais cadenciado, com linhas de voz mais pausadas. Bem diferente do restante do CD.
Talvez, para pura questão de comparação, você acaba encontrando no som da banda um pouco de Weezer, Pato Fu, Los Hermanos ou The Cardigans. Ou até de bandas alternativas como Rentals e Toy Dolls. Porém, é impossível ouvir "Wonkavision" e não se envolver com a proposta da banda, com a sua personalidade e suas características peculiares. É impossível ouvir e não gostar. Eu, simplesmente, adorei. Já virei fã, e recomendo. Se você se interessou também e quer conhecer a banda, visite o site oficial, procure pelas músicas no site da Trama Virtual e vá atrás do CD. Não irá se arrepender.
Site oficial: www.wonkavision.com.br
Line-up:
Will (vocal/guitarra);
Manu (vocal/teclado);
Grazi (vocal/baixo)
Kiko (bateria).
Track-list:
01. O Plano Mudou
02. Ei, Não é Por Mal
03. Brinquedos
04. Comprimidos
05. Aquele Alguém
06. Nanana
07. A Garota Mais
08. Quando 16
09. Errado?
10. Tente Por Mim
11. Problemas
12. Rejection Junkie
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
A "banda de merda" com quem Mick Jagger odiava ser comparado, e que o tempo sepultou
A banda que fazia rock nacional dos anos 80 já nos anos 70
A condição "ofensiva e degradante" para participar do Chacrinha, segundo Dinho

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



