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Jimi Hendrix: A Descoberta do Fogo

Por André Garcia
Fonte: Camarada Garcia no Medium
Postado em 28 de julho de 2017

Dia 29 de agosto de 1966 os Beatles, que eram os xerifes do rock inglês, abandonaram os shows ao vivo, deixando para trás uma grande lacuna num momento em que a cena musical londrina estava repleta de gente fazendo coisas geniais ao mesmo tempo. Pouco tempo depois Chas Chandler, ex baixista do The Animals, após muita insistência, convenceu os maiores figurões da cena a irem ao clube Bag O’Nails, no dia 25 de novembro, para assistir ao show de um guitarrista norte americano desconhecido que ele estava empresariando.

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Esse tal guitarrista era Jimi Hendrix e na plateia estavam jornalistas e os maiores pistoleiros da cidade, figuras como Eric Clapton, John Lennon, Paul McCartney, Jeff Beck, Brian Jones, Mick Jagger e Pete Townshend. A apresentação foi arrasadora e deixou claro que havia um novo pistoleiro no pedaço. Os ilustres espectadores ficaram atônitos diante do talento fenomenal daquele cara de roupas exóticas e, assim, a competição pelo recém desocupado cargo de xerife, que já pegava fogo, explodiu.

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A mídia britânica imediatamente reverenciou aquele novo guitar hero, que em pouco tempo conquistaria uma popularidade que não demoraria para se refletir em público e nas paradas de sucesso. Essa ascensão incomodou e ameaçou as bandas inglesas, principalmente o The Who, já que os dois se destacavam pelo som pesado, apresentações selvagens, protagonismo de guitarristas performáticos e destruição de guitarras no palco. Pete Townshend, guitarrista do The Who, que já quebrava o instrumento em suas apresentações desde 1964, passou a ver, enciumado, Jimi Hendrix obtendo mais e mais atenção por passar a fazer o mesmo.

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Townshend e Hendrix, como pistoleiros sorrateiros, se observavam à distância e se estudavam, um frequentando os shows do outro. Os dois se sentiam igualmente impressionados e intimidados pelas performances do outro. Quando o Jimi Hendrix Experience já estava disputando páreo a páreo com o The Who na Inglaterra, por volta de março de 1967, aquele lugar se tornou pequeno de mais para eles dois. Assim, ambas as bandas decidiram que o próximo passo seria conquistar os EUA, mercado onde elas ainda eram relativamente desconhecidas.

Coincidentemente, a oportunidade de se projetar ao mainstream dos EUA surgiu, para os dois rivais, através de convites para tocar no Monterey Pop Festival, na California. O sentimento para eles era de tudo ou nada, já que os mais perigosos pistoleiros estavam fora do caminho: os Beatles haviam se retirado de combate e os Rolling Stones já haviam encerrado sua turnê. O único problema era que eles tocariam no mesmo dia e Townshend não queria tocar depois de Hendrix e Hendrix não queria tocar depois de Townshend.

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Já grandes conhecedores um do outro, os dois sabiam que quem tocasse depois corria grandes riscos de suceder uma apresentação insuperável e terminar sendo um decepcionante anti clímax. Sem contar que, obviamente, quem tocasse primeiro iria realizar o dramático ato de quebrar a guitarra e obrigar o outro a fazer o mesmo sem causar impacto ou deixar de fazê-lo. O impasse precisou ser resolvido no cara ou coroa. Pete Townshend venceu. Hendrix ia tocar depois.

No dia 16 de junho, último dia do festival, como era de se esperar, o The Who fez uma apresentação arrasadora, que foi finalizada com a guitarra sendo destruída, deixando o público boquiaberto e abrindo para o grupo as portas do sucesso na terra do Tio Sam.

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O show seguinte foi do tranquilo e calmo Grateful Dead e, em seguida, foi a vez do Jimi Hendrix Experience. Pete Townshend devia imaginar que seu tão aguardado triunfo estava a um show de distância. O que ele não esperava era que Hendrix fosse se superar e fazer um dos melhores shows de toda sua carreira, se não o melhor. E, como se isso não bastasse, em meio à catarse no final da apresentação, ele ainda quebrou a guitarra, mas não sem antes superar seu rival ateando fogo no instrumento e levando a plateia ao delírio.

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Esse momento foi eternizado naquela icônica foto, que simboliza o ano de 1967, o auge criativo do rock sessentista.

Mas, ao contrário do que muitos acreditam, o show no Monterey Pop Festival não foi a primeira vez que Hendrix queimou uma guitarra. Ele já havia feito aquilo ainda na Inglaterra, no dia 31 de março daquele mesmo ano. Só que havia sido num teatro e diante de um público bem menor, então não houve grandes repercussões e passou batido por muita gente. Inclusive por Pete Townshend, que deveria saber que com um inimigo como Jimi Hendrix você não pode cochilar.

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Para quem quiser saber mais sobre a história de Jimi Hendrix eu indico a biografia Jimi Hendrix — A Dramática História de uma Lenda do Rock, de Sharon Lawrence.

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Sobre André Garcia

Sou redator e tradutor freelancer e escritor, autor do livro de contos Liber IMP. Ouço rock desde pequeno, leio coisas sobre bandas desde sempre e escrevo sobre ela já tem anos. Cresci como fã de Iron Maiden e paladino do rock, mas já me tratei. Hoje sou fã de nomes como Beatles, David Bowie, The Cure, Kraftwerk e Velvet Underground, e de cenas como a Londres psicodélica, a Nova Iorque proto-punk e a Manchester pós-punk. Escrevo notas e notícias rápidas para o Whiplash.Net visando compartilhar conteúdo relevante sobre música e cultura pop.
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