RECEBA NOVIDADES ROCK E METAL DO WHIPLASH.NET NO WHATSAPP

Matérias Mais Lidas


Outras Matérias em Destaque

A música mais regravada do mundo que foi feita por um rockstar num carro em Portugal

Quando Axl Rose deu o cano e a polícia foi atrás dele — que se vingou de forma triunfal

O disco que mudou a visão de Caetano Veloso sobre o rock brasileiro nos anos 80

Como a banda de Marko Hietala ajudou o Metallica nos anos 80 e isso mudou sua vida

"Faint" supera um bilhão de plays no Spotify e Linkin Park alcança marca impressionante

A opinião de Tarja Turunen sobre Anette Olzon voltar a fazer shows cantando Nightwish

Iggor Cavalera revela o baterista que o inspirou a misturar bateria de metal com percussão

Como festival Ozzfest ajudou a inserir o Lacuna Coil no mapa do metal

O momento em que o Megadeth começou a desmoronar, segundo David Ellefson

Tracii Guns considera James Hetfield "o homem mais corajoso do rock"

Mike Portnoy relembra como era sua amizade com seu ídolo Neil Peart - o baterista do Rush

A canção do Aerosmith que Steven Tyler tatuou no braço e o Guns N' Roses adotou anos depois

A respeitada banda de rock que Roger Waters sequer reconheceria se ouvisse no rádio

Matt Heafy afirma que tanto Trivium quanto Bullet for My Valentine tocarão na América Latina

Foo Fighters anuncia volta aos palcos em show ligado à Fórmula 1


Manifesto 2025
Manunkind

Belchior: ou uma presença que me lembra Dylan

Por Rodrigo Leon Contrera
Postado em 30 de abril de 2017

Antes de mais nada, existem dois Dylan (ou tantos quantos as pessoas reconhecem). Mas formalmente existem dois: Bob Dylan e Dylan Thomas. O primeiro, um cantautor que ganhou o Nobel por suas poesias que viraram canções. O segundo, um poeta que o pessoal mais chique adora citar, por seu lirismo - para alguns, contido ou para outros, exagerado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Mas aqui irei comentar sobre Belchior, falecido há poucas horas. Um Belchior que andava sumido, por motivos legais e amorosos, um Belchior que estava virando lenda antes de desaparecer na poeira, um Belchior cujo desaparecimento me foi lembrado pelo Mário Bortolotto, dramaturgo, diretor, ator, autor, cantor, compositor e amigo meu, em seu facebook. Hoje a gente se informa da forma mais tortuosa, para chegar aos jornais com uma impressão já definida e para sair bastante mal municiado de novas informações para pensarmos com calma - ou para lhe desejarmos uma boa jornada no além.

Aqui eu comentarei brevemente (para quem me conhece) em que medida o Belchior bate em minha pessoa. Bate pouco, de alguma forma, porque pouco da carreira dele eu realmente conheço (só tenho um CD dele, de coletânea). Mas bate muito, porque é com ele que eu consigo realmente me emocionar e me dar conta daquilo que eu ainda hoje sinto ser. É estranho, o Belchior me aproxima de mim, mais que da outra coisa. Como o Dylan, o Bob, com quem irei traçar - com ele - um breve paralelo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Nobel

Fiquei sabendo que o Bob havia ganho o Nobel pela web. Acompanhei algo da polêmica que teria advindo por sua aparente recusa em receber o galardão. Não comentei nada a respeito, até porque considero a polêmica uma bobagem. Mas soube que ele viajou para um show lá na Suécia e que acabou recebendo o prêmio, numa cerimônia privada. Fiquei feliz em tudo ter se resolvido bem. Ele merece.

O Bob, a cuja obra me aproximei bastante tardiamente, é um sujeito fino. Um sujeito que soube encontrar a via do sucesso sem se mancomunar por ele. Um sujeito cuja biografia eu comecei a ler em inglês e cuja empatia parece sobrepujar qualquer pré-conceito com respeito a gosto musical ou poético. Um sujeito que navegou e navega quase sozinho, sendo acompanhado por todos de perto ou de longe, e admirado pela grande maioria. Um sujeito tranquilo, que parece nem existir por detrás da sua obra, mas cuja existência pessoal se inculca em nós tão logo o vemos em shows ou em suas raras aparições em público. Um homem, com H maiúsculo. Um ser que soube ditar sua norma ao show business.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

Belchior

Belchior passava-me a mesma impressão que o Bob. Comentou-se, numa matéria longa cujo link eu perdi, como ele teria caído nas graças de uma moça com perfil bem definido e preferido sumir do mundo a ter que encará-lo novamente, com o sucesso que auferiu durante toda sua vida. Porque Belchior foi um sucesso, espalhado sim em hits que ainda são citados e cantados por aí, mas mais que isso um compositor e cantor que influenciou toda uma geração. Um cara que navegou pelo rock sem ater-se a ele. Que deixou uma marca toda pessoal em sua obra, e em sua vida.
Não é estranho que ele tenha preferido sumir desse jeito. Não é estranho nem lamentável. Ele deve ter passado por situações bastante difíceis ultimamente, sendo procurado - que eu saiba - também pela Justiça, mas mais que isso distante de tudo e de todos. Próximo quem sabe de quem ele realmente amou. Próximo de si mesmo, com toda certeza. Nesse sentido, ele se foi como quis, quase no anonimato - que é como aparecemos para o mundo. Pois quando nascemos poucos nos veem nascendo, poucos tiram fotos de nós, poucos têm a manha de ficar com uma impressão do ser imaculado que um dia tornar-se-á "alguém" - ou não. Talvez por isso eu nunca lamente muito as mortes de entes queridos de alguém. São poucos os que realmente nos conhecem em vida. Poucos os que souberam como fomos. Poucos os que realmente deveriam se manter à nossa cabeceira quando dermos o último suspiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

Fãs

Hoje, os sites e jornais publicam em suas manchetes a morte dele, de Belchior. Fazem o anúncio oficial, por meio de um comunicado passado pela família, e informam que a família entrou em contato com o Ceará para o traslado do corpo. Os jornais fazem, como quase sempre, o pouco que podem fazer, com as poucas informações de que dispõem. Já as pessoas que o conheceram aparecem caladas (por enquanto), os músicos que o admiravam mantêm-se pasmos com a notícia, e as pessoas (fãs) que veem e ouvem de longe permanecem apalermadas, com o desaparecimento do seu ídolo.

De minha parte, o Belchior é um dos poucos artistas que conheço que tão logo aparecem no rádio ou em meu equipamento de som me tornam mais eu do que eu mesmo. Mais por causa dos hits, eu admito. Mas também por causa de suas outras músicas, que eu me considero em geral incapaz de aquilatar em todo seu valor. São poucos os artistas com que isso se dá comigo. São poucos os Dylan e Belchior da vida que me fazem crescer tão logo com o aparecimento de seus timbres de voz, ou com a lembrança de alguns de seus versos. São poucos. Como muito poucos são os poetas que me fazem engrandecer, em suas visões da vida e da obra, em suas impressões sobre a vida e sobre a história, em seu compartilhamento da dor - porque para mim poesia é, em geral, apenas dor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Hoje o mundo musical acordou mais triste. Mais vazio. E com uma lenda que só irá crescer e crescer. Logo alguns irão disputar a tapa os direitos pelas informações sobre os últimos dias do sujeito. Logo editoras pagarão quantias bastante boas a quem se dispuser a pisar no terreno das obras que Belchior, hoje, e depois Dylan irão deixar. Porque a nós, que ficamos, só nos restam o pouco que resta. Mas não olhemos mais dessa forma, por favor. Vejamos a obra. E curtamos. Belchior deixou-nos a si mesmo já há bastante tempo. Hoje, ele apenas se foi fisicamente.

Grande abraço.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Stamp


publicidadeMarcelo Matos Medeiros | Glasir Machado Lima Neto | Felipe Pablo Lescura | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIE NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS