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Lolla: seria melhor ver o Strokes na TV mesmo

Resenha - Lollapalooza (Interlagos, São Paulo, 26/03/2017)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 10 de abril de 2017

Ainda estamos falando aqui sobre o LOLLAPALOOZA. O festival aconteceu há duas semanas no Autódromo de Interlagos, na capital paulista, com nomes como METALLICA, STROKES e DURAN DURAN e reuniu quase duzentas mil pessoas nos dois dias (cem mil no primeiro dia, noventa mil no segundo). Estávamos devendo uma resenha detalhada do segundo dia de festival (ou tão detalhada quanto possível, uma vez que as atrações do festival se dividem por quatro palcos, com pelo menos três shows acontecendo ao mesmo tempo). Este repórter pede desculpas aos leitores do Whiplash, mas o LOLLA cobrou o seu preço. Tanto esforço, tanto a se andar, tanto para escrever, por pouco não fizeram com que passássemos uns bons dias em um quarto de hospital. Antes que seja tarde demais, cá está a matéria.

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Para conferir a primeira e a segunda parte desta resenha, além do press release com o balanço do festival (fornecido pela produção do evento), acesse as matérias abaixo.

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Foto: Camila Cara/Marcelo Rossi

BRATISLAVA

No sábado, a primeira banda a se apresentar foi a BRATISLAVA. Ela, que prometera "Um Pouco Mais de Silêncio", fez exatamente o contrário. Do lado de fora do Autódromo de São Paulo, já era possível ouvir suas canções com notável nitidez. Infelizmente, o horário reservado para a banda realmente impediu que mais gente pudesse apreciar canções especialmente belas como a do grupo paulista liderado pelo baiano Victor Meira.

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Fotos: Camila Cara/Marcelo Rossi

DANIEL GROOVE

O cearense DANIEL GROOVE foi o responsável por abrir o Palco Axe no domingo. O músico, acompanhado por Saulo Duarte e João Eduardo nas guitarras, Klaus Sena no baixo, Claudio Mendes no teclado e Victor Bluhm na bateria, iniciou o show com "Canção pra você ficar mais", "Jardim suspenso" e "Quem será que gosta mais" para um público ainda muito pequeno. Sobre esta última, Daniel revelou que fez a música em São Paulo mesmo, com saudade, olhando para uma janela. E, sim, este repórter também é cearense e muito se orgulha de ver mais um cabeça-chata em meio a monstros e dinossauros de um festival com a magnitude do LOLLAPALOOZA. E nos orgulhamos mais ainda em ver que Daniel fez bonito o que se meteu a fazer.

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Mais adiante, ao falar novamente com o público, ele diz apenas "Primeiramente" e fez pausa para ouvir um "Fora, Temer!" (ainda tímido, principalmente por conta do pequeno público de início de dia de festival, mas que funcionou como se tivesse sido ensaiado). E continuou, "Eu faço parte de uma geração que não aceita qualquer coisa", antes das belas "Eu Lembro do Vento" e "Enquanto Acreditar Eu Vou Correr", sua canção mais conhecida e que empolgou bastante quem estava por lá. "Quem sabe um dia eu me permita fracassar", diz a letra da canção, ao que Daniel conclui "Hoje não".

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Em seguida, Daniel avisou que ia precisar de ajuda na próxima, "Bicicleta". E enquanto cantava, sentou-se na lateral do palco "sensualizando" (aspas bem largas aqui). "Novo brega" vem em seguida. É uma delícia de canção, um misto de brega e rock (pra quem não sabe, Reginaldo Rossi, um dos maiores expoentes desse estilo marginal nasceu no rock), que foi acompanhado com palmas pelo público. De defeito no show, só o sol inclemente castigando, mas esse ninguém pode desligar. Troque esse sol por uma lua invadindo o Dragão do Mar ou a Barraca Biruta, na Praia do Futuro, e o show seria perfeito. Daniel fez questão de lembrar Fortaleza. E sob o calor daquele sol, até quase esquecemos que não estamos na capital alencarina.

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O Brega chique continua com "Brincadeira de Amor", seguida de "Nada", em que o cantor aconselha o ouvinte a jamais desistir dos seus sonhos. "Obrigado por aguentar o calor", ele agradeceu por fim. Mas o show ainda tinha que ter a bela canção que dá nome ao álbum "Giramundo", quando Daniel aproveitou o "deixa entrar" da letra para emendar mais um discurso. "Novo Brasil, novo pensamento. Homofóbicos não passarão.Fascistas não passarão. Golpistas não passarão. Deixa entrar o novo pensamento". Saulo arrematou a canção com um pungente solo. E o que resta da participação cearense no LOLLAPALOOZA é "Você sabe muito bem o que me resta" com os seus pa-para-papa cantados em coro pelo público. Nesse instante, já foi difícil sair de frente do palco AXE, tanto pelo público do australiano VANCE JOY, que já chegava, quanto pelo público que o próprio Groove atraira, entre antigos e novíssimos fãs.

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O importante é isso mesmo: conquistar mais fãs. E isso ele fez certamente. Assim como CIDADÃO INSTIGADO e SELVAGENS À PROCURA DE LEI, DANIEL GROOVE mostrou que no Ceará tem ainda muita música boa depois da santa trindade Fagner, Ednardo e Belchior. O Ceará não exporta apenas certos Wesleys e afins.

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Também é necessário destacar toda a banda, eficiente, mais principalmente para Cláudio Mendes nos teclados e Saulo Duarte na guitarra.

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Apresentar-se tão cedo não foi prerrogativa do astro cearense. Quase todas as atrações brasileiras, com exceção do rapper CRIOLO, veterano de LOLLAPALOOZA, e talvez alguma atração do Palco Perry, todos os artistas brasileiros enfrentaram o desafio de apresentar-se para um público ainda pequeno, que ainda adentrava o Autódromo de Interlagos, e com um sol na cara que parecia que estávamos ao meio-dia em plena Praça do Ferreira. Assim foi com o DOCTOR PHAEBES (com dois patrocinadores do festival na formação), com as excelentes BRATISLAVA e THE OUTS, com os incensados JALOO e BAYANA SYSTEM (dois dos nomes mais comentados do line up desta edição) e da paulista (com muito de paraense, principalmente nas guitarras de sua banda) CÉU, que concorria diretamente com Daniel no palco ao lado, o ONYX, apresentando canções de seu "Tropix" e sucessos como "Malemolência".

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Fotos: Mila Maluhy/Marcelo Rossi

Line up:
Daniel Groove - voz
Saulo Duarte - guitarra
João Eduardo - guitarra
Klaus Sena - baixo
Claudio Mendes - teclado
Victor Bluhm - bateria

Set list:

1. Canção pra você ficar mais
2. Jardim suspenso
3. Quem será que gosta mais
4. Pasto
5. Eu lembro do vento
6. Enquanto acreditar eu vou correr
7. Bicicleta
8. Novo brega
9. Brincadeira de amor
10. Nada
11. Giramundo
12. Voce sabe muito bem o que me resta

Confira também a entrevista que fizemos com Daniel Groove para o Scream & Yell.

http://screamyell.com.br/site/2017/03/24/entrevista-daniel-groove/

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VANCE JOY

O clima folk continuou no palco Axe, mas só que agora viajamos do Ceará para a Austrália. Uma das coisas boas do festival é ter contato com tipos tão contrastantes de música e identificar onde se comunicam entre si. O som de VANCE JOY, um bom folk com naipe de metais aparecendo cirurgicamente, revive antigos pilares da música norte-americana como JAMES TAYLOR, CROSBY, STILLS & NASH, VAN MORRISON, DYLAN... astros que certamente também influenciaram outros que já passaram por este e por outros palcos do festival. E além disso, a falácia de que o festival serve como "vitrine" não é tão falácia assim. Se há aqueles fãs de VINCE JOY que nunca tinham ouvido DANIEL GROOVE e curtiram o som do barbudo de Fortaleza, esse jornalista (e acredito que muitas outras pessoas) nunca tinha ouvido falar no jardineiro australiano antes deste festival e, se ele não voltar a cuidar de margaridas, vai continuar acompanhando o seu trabalho.

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No show, entre canções próprias como "Wasted Time", VANCE JOY também deu seu toque mais pessoal em covers como "The Chain", do FLEETWOOD MAC, e "You Can Call Me Al", do PAUL SIMON, que fechou o show misturada a "Cherleader". Nas canções próprias, "Mess Is Mine" causou alvoroço, até por ser a primeira. "Georgia", que também foi recebida com muitos gritos, foi outro grande momento, mas bastou ele trocar o violão pelo ukulele para que uma gritaria ainda maior começasse. "Riptide" é sua canção mais conhecida. E ele ficou invisível por trás do mar de celulares. No miolo da canção, ficou só ele, o público e seu "cavaquinho", um belo momento. Depois de "Riptide" percebeu-se um intenso movimento de maré deixando o AXE, o que era, de certa forma, compreensível, uma vez que as bandas JIMMY EAT WORLD e CATFISH AND THE BOTTLEMAN já começavam ou preparavam-se para começar seus shows lá.

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Setlist

1. Mess Is Mine
2. Red Eye
3. The Chain (Fleetwood Mac)
4. All I Ever Wanted
5. Fire and the Flood
6. Call If You Need Me
7. From Afar / Wasted Time
8. Georgia
9. Best That I Can
10. Riptide
11. You Can Call Me Al / Cheerleader

CATFISH AND THE BOTTLEMAN / JIMMY EAT WORLD / SILVERSUN PICKUPS

O show de três das grandes novidades do festival (uma veterana, mas que jamais tinha pisado antes em solo brasileiro) aconteceu praticamente ao mesmo tempo. Era impossível ver um pouco de cada um dos shows. Não é como na TV, em que basta mudar de canal. E dependendo da caminhada, da necessidade de comprar alguma coisa e do próprio cansaço, era possível perder as três. Mas ainda é possível apontar diferenças e semelhanças entre pelo menos duas, a CATFISH, que se apresentou no palco Onix e a J.E.W., no palco SKOL. SILVERSUN PICKUPS realmente ficou para a próxima. Na briga entre Davi e Golias que aconteceu entre Onix e Skol (não no mesmo horário, mas, como dissemos por causa da caminhada entre um palco e outro só uma verdadeira distorção espaço x tempo possibilitaria ver ambos os shows), assim como na estória bíblica, o frangote saiu vitorioso. A JIMMY EAT WORLD, com um enorme público, não exatamente com o shape emo, tocava no Skol, mas pode-se dizer que o som da SURICATO, no mesmo palco no dia anterior, só um pouco mais cedo, estava melhor e mais alto. Enquanto isso, a banda galesa, cujos títulos de músicas sempre se limita a um único vocábulo, tinha fãs mais acalourados. Para mais sobre este show, leia a resenha do meu amigo Marcos Bragatto.

http://www.rockemgeral.com.br/2017/03/28/bem-bolado/

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Confira abaixo o setlist de cada uma das três bandas.

CATFISH AND THE BOTTLEMAN

1- Homesick
2-Kathleen
3-Soundcheck
4-Pacifer
5-Anything
6-Postpone
7-Twice
8-7
9-Cocoon
10-Tyrants

JIMMY EAT WORLD

1. Bleed American
2. Big Casino
3. My Best Theory
4. Get Right
5. I Will Steal You Back
6. You Are Free
7. Hear You Me
8. Futures
9. Work
10. Pain
11. 23
12. Sure and Certain
13. The Authority Song
14. A Praise Chorus
15. Sweetness
16. The Middle

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SILVERSUN PICKUPS

1. Nightlight
2. Well Thought Out Twinkles
3. The Royal We
4. Circadian Rhythm (Last Dance)
5. The Pit
6. Kissing Families
7. Friendly Fires
8. Latchkey Kids
9. Panic Switch
10. Dots and Dashes (Enough Already)
11. Lazy Eye

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Fotos: Camila Cara / Marcelo Rossi

DURAN DURAN

A banda que deveria ter fechado o festival (e cujo show você até já deve ter visto na TV ou nos sites de vídeos) também pareceu, a princípio, uma opção equivocada na escalação. Felizmente, para os sortudos que estavam ali, esta afirmação é que é completamente equivocada.

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Foto: Thiago Almeida / Marcelo Rossi

Mais uma vez, os morrinhos de Interlagos garantiram boa visibilidade e até um pouco de conforto, principalmente porque a média etária do público nesse show já era a maior entre todos os shows e palcos dessa edição do Lolla. Simon Le Bon, Nick Rhodes e os silvas John e Roger Taylor em uma casa de shows, como o EDA ou o Tom Brasil seriam sinônimo de lotação, mas também de ingressos caros e ginásticas para ver por cima de cabeças e celulares. Ali, ao contrário, era muito fácil garantir um bom lugar.

Simão, o Bão, já começou mandando um "boa tarde, brasileiros" em português e "The Wild Boys" começou a festa oitentista. O som da guitarra de Dominic Brown não estava tão bom no início do show, pereceu estar melhor na hora do solo minúsculo, mas ao fim realmente confirmamos que estava mesmo bem ruim. Mas nada que tirasse o brilho do momento, uma vez que o forte do DURAN DURAN nunca foi as guitarras mesmo.

"Vocês já jantaram ou tem alguém com fome?" Era a deixa para "Hungry Like The Wolf", outro sucesso, seguido de um pouco da trilha sonora clássica do 007, que antecedeu "A View To A Kill".

Como estão em turnê divulgando o modernoso "Paper Gods", o quarteto britânico incluiu "Last Night In The City", com Le Bon dividindo de igual pra igual o palco com as duas backing vocals, Ann Stevenson e Anna Ross. Em seguida, Le Bon avisou: "Lolla Brasil, o nome dessa banda é DURAN DURAN e estamos aqui por vocês, amantes da música. E essa é sobre sexo. Ninguém vive sem isso". E "Come Undone" foi um dos pontos altos do show, que ficou mais funkeado quando veio "Notorious", outro clássico da banda de New Romantic.

Também do novo álbum, "Pressure Off" com as duas backing vocals substituindo Janaelle Monet e o clipe no telão ao centro. Muito provavelmente por causa do clipe, a canção, que em estúdio teve participações da já citada cantora/atriz e do guitarrista Nile Rodgers, já é bem mais conhecida e foi bem melhor recebida que sua "irmã" "Last Night..." e terminou com chuva de papeis rosa e branco. Já pensou se o Nille Rodgers aparece por ali só pra fazer ao vivo as suas partes da música. Ele também poderia tocar "Notorious", por exemplo.

Os papeis ainda voavam quando começaram "Ordinary World", clássico de todas as FMs, da 93 à 89, à Antena 1. E CÉU se juntou a eles. E não foi a única novidade. Dominic adicionou um solo que a canção não tinha (a original, a da 93, a da Antena 1). "Ela é linda. E é brasileira". Disse Simon sobre a paulista. Simon não se arriscou muito nos agudos da canção e Céu estava visivelmente nervosa e até "comeu" um breve trecho de sua participação, mas o momento Palco Sunset no Lolla valeu e tornou-se memorável.

"(Reach Up for the) Sunrise", com um trecho de "New Moon on Monday" vem em seguida e levantou o público junto com a empolgante "White Lines (Don't Don't Do It)", de GRANDMASTER MELLE MEL. O momento "Play the fucking Bass, John, play the fucking bass" era obrigatório e Taylor domina a cena com sua levada de baixo de "Girls on Film".

Já são 17:31. Pelo horário, o show deveria acabar. Quer saber? Que bom. DURAN DURAN merece muito mais que 1h no segundo palco. E "Rio" e "Save a Prayer" ainda tem que ter. O DURAN DURAN confirma como o seugundo melhor show do festival. O primeiro, claro, você sabe que é o METALLICA. Depois de ter apresentado a banda, os quatro membros permanentes e os já citados membros de turnê, Dominic, Anna e Ann, além do saxofonista Simon Whiskas, a banda se despede. Houve até um suspense (por causa do horário), mas, claro que a capa do "Rio" no telão central logo acabou com a dúvida. E a canção ao vivo fica bem melhor que do álbum icônico. No entanto 13 minutos já tinham estourado no cronograma original. Aí estava o tal equívoco do festival dando as caras. Tinham que estourar mais. Tinham que cantar mais. Tinham que tocar "Planet Earth", "What Are The Chances" e mais um bom punhado de outras. Mas, principalmente, não cantar "Save a Prayer" é um pecado que vai atormentar esses ingleses por toda a eternidade. Queira Deus que vá.

1. The Wild Boys
2. Hungry Like the Wolf
3. A View to a Kill
4. Last Night in the City
5. Come Undone
6. Notorious
7. Pressure Off
8. Ordinary World (com Céu)
9. (Reach Up for the) Sunrise / New Moon on Monday
10. White Lines (Don't Don't Do It) (Grandmaster Melle Mel)
11. Girls on Film
12. Rio

Fotos: Breno Galtier / Marcelo Rossi

TWO DOOR CINEMA CLUBE

O cinema de duas portas fez um show bem mais empolgante que seus antecessores no Palco Skol. A guitarra de Sam Halliday (não exatamente funky) é realmente gostosa de ouvir. No espectro indie, os irlandeses estão mais para FRANZ FERDINAND, festivos, que para RADIOHEAD. O palco com tanta luz, no entanto, prejudica a visibilidade. Num clube isso pareceria ok, mas num festival como o Lolla não é legal. E isso parece ser algo que os indies apreciam bastante. Foi assim no show do XX na noite anterior. E nem imaginávamos que seria ainda pior mais tarde, no show dos STROKES. Ei, isto é um baita de um spoiler.

Em relação às músicas (quase todo o primeiro disco, "Tourist History", e boas quantidades dos seguintes, especialmente do último, "The Game Show") e à empolgação do front man, Alex Trimble, e do público, o que se pode dizer é que foi um excelente show. O clima era de balada. A banda já tinha tocado no Brasil há quatro anos e tem tudo para voltar e atrair multidões ainda maiores, até ser headliner de um festival como o Lolla (onde Trimble disse ser uma honra tocar) em sua edição 2027, por exemplo. Fechando o show, "What You Know", a mais conhecida, fez muita gente gritar a quilômetros de distância do palco. "Brasil, nós amamos vocês. Que ótima noite. Tenham um ótimo festival", agradeceu Trimble. E o público também deve ter se sentido grato pela festa.

1. Cigarettes in the Theatre
2. Undercover Martyn
3. Do You Want It All?
4. This Is the Life
5. Changing of the Seasons
6. Bad Decisions
7. Lavender
8. Next Year
9. Come Back Home
10. Something Good Can Work
11. Are We Ready? (Wreck)
12. Gameshow
13. Sleep Alone
14. I Can Talk
15. Sun
16. Someday
17. What You Know

Fotos: Camila Cara/ Marcelo Rossi

THE WEEKND

A quantidade que recebeu o rapper WEEKND era impressionante. Quando ele abriu o show, logo com "Starboy", uma de suas melhores, o que se via era um mar de celulares. O rapper canadense dava impressão de estar sozinho no palco, mas os outros músicos estavam sobre uma plataforma no fundo do palco, onde também estava um telão. Como somos roqueiros e estamos acostumados que somos a ver toda a banda dividindo o palco de igual pra igual mesmo em apresentações de artistas que seguem em carreira solo, temos que dar destaque para o baterista, um desconhecido de quem jamais saberemos o nome (e o público pouco se interessa), mas que, a exemplo de outros músicos que acompanharam artistas mais pop naquele festival, consegue ao vivo dar um ar orgânico às frias batidas da produção do mundo pop.

Foto: Camila Cara / Marcelo Rossi

THE WEEKND (isso lá é nome de artista?) surpreende mesmo praticamente sozinho no palco enorme. Tem que ser muito bom pra fazer como ele, dar conta de um palco e milhares de pessoas sozinho e, mais que isso, arrancar elogios de gente como eu e você. Algo que até pode ser aprendido por muito vocalista de banda de metal. Com estilo e timbre de voz muitas vezes próximos de MICHAEL JACKSON, se Abel Makkonen Tesfaye (o verdadeiro nome do sujeito) vai ser o próximo Rei do Pop só o tempo dirá. MJ também não virou Michael Jackson da noite pro dia.

Setlist

1. Starboy
2. False Alarm
3. Glass Table Girls
4. Party Monster
5. Reminder
6. Often
7. Acquainted
8. Rockin'
9. In the Night
10. Earned It
11. Wicked Games
12. Ordinary Life / Stargirl Interlude
13. Six Feet Under
14. Low Life / Might Not
15. The Morning
16. Sidewalks
17. Secrets / Can't Feel My Face
18. I Feel It Coming
19. The Hills

STROKES

Atraso. Este seria o menor dos problemas no show do STROKES, o headliner da segunda noite de LOLLAPALOOZA. E por headliner, não custa lembrar, entende-se que é uma banda melhor e maior que todas as outras, melhor que BRATISLAVA, melhor que DANIEL GROOVE, melhor que CÉU, melhor que VANCE JOY, melhor que CATFISH, J.E.W. e SILVERSUN, melhor que TDCC, melhor que WEEKND e, "Ave Maria Três Vezes", melhor que DURAN DURAN. Foi assim na noite anterior quando o headliner era o METALLICA. Por que não deveria ser assim na noite de domingo também?

A ameaça de chuva para o final de semana resolveu se confirmar, mas, felizmente foi rápida e leve. No palco escuro, praticamente invisíveis, Julian Casablancas (voz), Albert Hammond Jr e Nick Valensi (guitarras) , Nikolai Fraiture (baixo) e Fabrizio Moretti (bateria), começam o show. Se ao lado (THE WEEKND), os músicos de apoio ficavam "escondidos", com os holofotes no artista principal, aqui é a banda toda que não dá pra ver.

Alheios a isso, o público cantou junto canções como "Soma". Fabrizzio (Moretti, o brasileiro do STROKES), talvez o menos blassè dos cinco, manda um tímido "Ei, minha gente". Julian, numa das poucas vezes em que fala algo entendível, "obrigado por ficar. Foi um longo final de semana de música". Muito diferente do headliner da noite anterior. Eu já disse isso?

O público ficou mais louco com "Someday". 12:51" foi outra cantada a plenos pulmões. E a luz até que já ajudava mais nesse momento, mas ainda era muito ruim. Colocada a meio-palco, pouco se via dos músicos além de seus contornos, mesmo para quem estava bem próximo ao palco.

Ok. eles são, junto a bandas como OASIS e FOO FIGHTERS, uma das maiores bandas mais recentes, responsáveis por trazer luz ao rock fora do metal e pela criação de todo um ecossistema de produtores, imitadores e fãs, mas tinha que ser mesmo assim, um show tão incrivelmente auto sabotado? O microfone de Julian estava bem estourado e, por incrível que pareça, dá pra acreditar que era de propósito.

No meio da plateia, pessoas do Pará, de Pernambuco e talvez enaltecer o amor dos pernambucanos por sua bandeira seja a coisa mais produtiva que teremos nesta parte do texto (fora a do seu próprio estado, que outra você, leitor, seria capaz de reconhecer senão a de Pernambuco? Qual a bandeira de Goiás? Qual a bandeira do Ceará? - Não deveríamos estar falando do show? Sim, mas que show?). Pelo esforço, em dinheiro de ingressos, hospedagem, passagens, pelas horas nas filas e dentro de um avião, cada uma dessas pessoas merecia bem mais.

Em "Reptilia" confirma-se que o público canta mais ainda quando a música é do "Is This It". As novas, como "Drag Queen" passaram quase despercebidas. Durante o show, o quinteto dava umas paradas. Julian Casablancas conversava algo ininteligivel, mas quando começavam eram incensados pelos fãs, como foi na canção que dá nome ao primeiro disco. Albert Hammond Jr. e Nick Valensi dividem solos e bases, sendo responsáveis por muitos riffs legais. Entrevistei Albert ano passado e você pode ver a entrevista no link abaixo

Os cinco continuam falando entre si e Julian até canta (para os colegas, não para o público). E nas muitas paradas, o som do Palco Perry até parece bem vindo. Era música. "New York City Cops" também foi tratada com um aparente desleixo. Entendo que queiram parecer descompromissados, cool, mas deveriam tocar assim para cem pessoas no máximo, não para quase cem mil. Adiante, Julian jogou um bracelete pro pessoal. "Briguem até a morte por ele" (ou seria, não briguem? Não dava pra entender).

"Last Nite", o maior sucesso, a maior quantidade de câmeras filmando sabe o que? O nada. Fui eu que não entendi? Sou eu que não entendo de indie rock? Talvez. Talvez eu só entenda de bandas que fazem como o METALLICA, que respeitam o seu público, que entregam o que prometem. Deve ser isso mesmo.

Quando saíram do palco, o fizeram sem dizer nada e passaram muito tempo até voltar. Eu não me admiraria se realmente tivessem ido embora, mas voltam para "Heart in a Cage" tão sem aviso quanto foram.

"Nós estávamos falando atrás do palco o quanto vocês são legais, o quanto cantam alto e das mulheres brasileiras", Julian até tenta ser simpático. "80s Comedown Machine" também vem sem brilho. Até parece uma do EP recém-lançado. Mas é isso mesmo. Olha a capa do disco "Comedown Machine". É estilo. Estilo?

Continuemos. Albert fez uns efeitos na guitarra explorando uma corda só, parece alguém tocando um teclado. Interessante. "Hard To Explain" põe fim à festa particular dos STROKES, com 90 mil pessoas olhando na janelinha.

Palmas pediam "mais um", YOLO talvez. Mas era definitivo. As luzes finalmente se acendem.

Eu devia ter ido ao show do GRAVE DIGGER.

Fotos: Camila Cara/Marcelo Rossi

1. The Modern Age
2. Soma
3. Drag Queen
4. Someday
5. 12:51
6. Reptilia
7. Is This It
8. Threat of Joy
9. Automatic Stop
10. Trying Your Luck
11. New York City Cops
12. Electricityscape
13. Alone, Together
14. Last Nite

- Bis:

1. Heart in a Cage
2. 80s Comedown Machine
3. Hard to Explain

Enfim, a experiência de participar de um festival como o LOLLAPALOOZA transcende o aspecto apenas musical. Vai-se para ver artistas consagrados darem aulas de show, enquanto outros artistas, também consagrados, dão aulas de como não fazer um show, mas vai-se também para encontrar pessoas novas, músicas novas, visões novas de mundo. Perrengues como filas, preços altos, distâncias, calos nos pés serão as últimas coisas que serão lembradas. É o que a música faz, mas potencializado por uma quantidade absurda de artistas. E se Nietzche disse que sem música a vida seria um erro, a overdose de música em dois dias de LOLLAPALOOZA já garante um ano de acertos.

Agradecimentos:
Time 4 Fun, especialmente Costábile Salzano Jr. e Gustavo Martines Mayer, pela atenção e credenciamento.
Marcelo Rossi, Camila Cara, Mila Maluhy e Breno Galtier, pelas imagens que ilustram esta matéria.

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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