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Rock in Rio: O problema do show do Queen não foi Adam Lambert

Resenha - Queen (Rock In Rio, Rio de Janeiro, 18/09/2015)

Por Eduardo Afonso
Postado em 15 de outubro de 2015

O QUEEN enfrentou mais de 80 mil espectadores em sua participação no Rock In Rio 2015, no mês passado. O evento era uma comemoração dos 30 anos do festival e contou com diversos artistas considerados importantes nas outras edições. O QUEEN tocou no primeiro Rock In Rio, em 1985, no mesmo lugar, quando FREDDIE MERCURY ainda estava vivo. O show entrou para a história da banda, fazendo com o que festival em si também se tornasse importante para a história da música. A pressão em cima de um palco desses deve ser insuportável. E assim subiu ao palco o relativamente novo frontman do QUEEN, ADAM LAMBERT. Adam é um potente – e perfeitamente técnico – cantor que participou da oitava temporada do American Idol. Adam fora descoberto pela banda através do programa de TV e considerado perfeito para o que eles precisavam – Adam tinha, além de uma voz bonita, uma irreverência e presença de palco fora do comum. O Queen estava sem um frontman fixo desde que quebrou a parceria com PAUL RODGERS em 2009, após fazer turnês e até a gravar um álbum de estúdio com músicas inéditas, The Cosmos Rocks, de 2008. A parceria com Rodgers não foi uma das mellhores já feitas pelo QUEEN, e o álbum foi considerado um fracasso para a potência que o QUEEN tem na mídia. Roger chegou a afirmar que a parceria tinha sido um erro, quando durante uma entrevista disse entender que Rodgers era muito mais blues rock do que o Queen precisava. Já ADAM LAMBERT chega muito mais perto da melodiosa composição das músicas do QUEEN. Lambert tem uma forma de cantar muito mais suave que PAUL RODGERS.

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O problema é que ADAM LAMBERT, ao subir no importante palco do Rock In Rio, parece não ter dado o seu melhor – não que ele tenha feito um show ruim, ele só é melhor que isso. Não chegou perto da perfeição das audições do American Idol, mas fez um trabalho consistente. Muitos criticaram a performance, alegando que Lambert não teria a potência de voz necessária para substituir a impecável voz de FREDDIE MERCURY. Não estão tão errados assim esses críticos, pois, de fato, ADAM LAMBERT não chega aos pés de Freddie – ao mesmo tempo, eles parecem não conhecerem a carreira e o potencial de ADAM LAMBERT. Vários são os motivos que fizeram Adam não ser considerado um bom frontman para o QUEEN no Rock In Rio pela crítica mais fiel do Queen, a dos verdadeiros fãs, mas o principal, obviamente, foi a comparação de Lambert à Freddie. A questão principal, porém, não é bem se ADAM LAMBERT é melhor ou não que Freddie, a questão é se existe, de fato, alguém melhor do que FREDDIE MERCURY para estar à frente do QUEEN. E a resposta é simples e clara: Não. Qualquer um que ocupar o lugar de frontman do QUEEN será, de cara, uma pequena decepção. Não dá pra ouvir outra voz cantando Seven Seas of Rhye sem se sentir ao menos um pouco decepcionado. Freddie era a cara e a voz do QUEEN. Freddie era a atitude do QUEEN. Mas Freddie não era o QUEEN, o QUEEN, que ainda é, era também Roger Taylor, Brian May e John Deacon. Hoje, além de Freddie, o QUEEN sente a falta de John Deacon, que escolheu a aposentadoria quando Brian e Roger resolveram voltar à ativa com ADAM LAMBERT. Entretanto, nada disso faz o QUEEN ser menos do que é. O QUEEN continua a ser o QUEEN, mesmo sem essas duas peças mais que importantes. Ainda estão lá outras importantes características que fizeram do QUEEN o que ele é.

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ADAM LAMBERT foi o menor dos problemas do QUEEN nesse show. BRIAN MAY, que já está no alto de seus 68 anos, não mostrou nem de perto a energia que dispojava antes no palco, e executou a maioria dos solos quase sem feeling, murchos, como se fossem um som cansado a sair da guitarra elétrica que antes gritava com riffs poderosos e bends alucinantes. Seu ponto alto no show foi definitivamente a emocionante execução de Love of My Life, onde se sentou sozinho em frente à plateia para executar o hino sob o emocionante coro formado pelos mais de 80 mil espectadores antes de ver FREDDIE MERCURY aparecer no telão pra levar os fãs à loucura. ROGER TAYLOR, com seus 66, seguiu o mesmo caminho. Algumas músicas foram desaceleradas e causaram desconforto, como no caso de Don’t Stop Me Now. Imagino eu que isso tenha acontecido para que Roger pudesse tocar confortavelmente e aguentar o show inteiro. O solo de bateria no meio do show onde Roger batalha um baterista jovem se mostrou um show de horrores. Roger nunca fora um baterista considerado acima da média, mas a idade fez com que ele não conseguisse fazer nem o que sabia fazer antes com precisão.

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Adam, por sua vez, foi o que menos errou. Adam é um excelente vocalista. Assistir às performances dele durante as aparições no American Idol 8 deixa qualquer um boquiaberto, como deve ter deixado Brian e Roger. Ele não venceu a oitava edição do programa, mas chegou à final, onde se juntou ao outro finalista e a Brian e Roger para tocar We Are the Champions. Os erros de Adam no Rock In rio não chegaram perto de decepcionar tanto quanto os erros e as desacelerações de Brian e Roger. Mas, qualé, não sejamos tão cruéis assim. Só o fato deles fazerem um show de mais de uma hora, pra mais de 80 mil pessoas, já é o suficiente pra que os aplaudamos de pé. Ver os rockeiros que, no geral, outrora eram taxados de satanistas e drogados sem futuro tocando num palco gigantesco como esse, de baixo de seus cabelos brancos e suas barrigas já não tão finas, nos dá esperança. Mostra que os haters estavam errados. O rock’n’roll sempre esteve ameaçado de morte, e por diversas vezes fora declarado morto e ressuscitou. Diversos artistas importantes faleceram cedo demais enquanto outros abandonaram o barco em busca de outros horizontes musicai. O rock se transmutou, transformou-se em música romântica e em música eletrônica, rachou-se entre diversos estilos que se odiaram entre si e hoje vive seu pior momento: se vermos o que a juventude verdadeiramente ouve, teremos representados em nosso nome bandas independentes do mainstream, mas nenhuma nos topos das paradas como quando nos auges do rock. Nos últimos VMAs, onde já foram premiadas bandas como Guns N’ Roses, Nirvana e Van Halen, não se ouviu falar do rock. O show do Queen, assim como os de Paul McCartney, os dos Rolling Stones, do David Gilmour e de todos os que ainda estão vivos e na ativa são a prova de que o rock’n’roll é independente do mainstream e nunca morrerá – há sempre esperanças para ele. Ele será outro, porém, mas morrer ele não morre. Portanto, há de se aplaudir o QUEEN, mesmo que seu show não tenha sido tão legal assim.

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