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Guns N' Roses: Canções que ainda empolgam e mexem com os fãs

Resenha - Guns N' Roses (Arena Anhembi, São Paulo, 28/03/2014)

Por Otávio Augusto Juliano
Postado em 30 de março de 2014

Axl não é mais o vocalista que outrora influenciou toda uma geração desde o lançamento do primoroso álbum "Appetite For Destruction" (1987), ao lado de seus ex-companheiros Slash, Izzy, Duff e Steven. A formação atual do GUNS N’ ROSES é bem diferente da original e hoje conta com um grande número de integrantes, 8 ao todo. Até aí, isso não é novidade para ninguém.

Todos os 22 mil fãs que compareceram à Arena Anhembi na sexta-feira 28 de março sabiam disso. E mesmo assim estavam lá. Por qual razão? Pelo fato de que a música acaba sempre prevalecendo e, em se tratando de GUNS N’ ROSES, ao menos para quem aprecia Hard Rock, é indiscutível a beleza das canções da banda.

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Mesmo sendo apenas o vocalista Axl da banda original e Dizzy Reed da segunda formação, responsável pela gravação dos álbuns "Use Your Illusion", as canções do grupo ainda empolgam e mexem com os fãs, especialmente quando tocadas ao vivo. Falo por mim, mas acredito que muitos tenham a mesma sensação até hoje.

Foi assim com músicas como "Welcome To The Jungle" e "Sweet Child O’Mine" na Arena Anhembi, para citar dois exemplos. Foi de arrepiar ouvir novamente os primeiros acordes destas canções e poder cantar a letra juntamente com Axl. É bem verdade que o GUNS N’ ROSES não atrai mais tanta gente a seus shows, afinal havia ingressos de pista Vip a valores de meia-entrada disponíveis até o dia do show, mas quem foi à Arena Anhembi estava certamente em busca dessa sensação de prazer ao ouvir os clássicos da banda novamente.

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E o GUNS N’ ROSES entregou ao público o que se espera dessa formação atual e de Axl nos dias de hoje. Nada além disso. O show em si foi bastante semelhante ao de São Paulo em 2010, sem grandes mudanças. A voz de Axl oscila demais e por vezes chega a doer os ouvidos quando o vocalista arrisca alguns dos agudos que ele tanto abusou de fazer nos tempos áureos.

Quando canta em tons mais graves Axl vai bem, mas nas partes em que força sua voz e arrisca agudos e gritos, sua capacidade vocal cai bastante e é perceptível a diferença. Bons exemplos dessa oscilação são as canções "Knockin' On Heaven's Door" e "You Could Be Mine", músicas que retratam bem a fase atual, com momentos que podem até lembrar seu passado, mas com outros que trazem o fã à realidade da voz de Axl nos dias de hoje.

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Muito provavelmente a razão de tantas saídas do palco de Axl seja para descansar sua voz. São inúmeros solos e jams instrumentais da banda, sem a participação do vocalista, que aproveita para trocar de jaqueta e chapéu nesses momentos, enquanto os músicos que o acompanham tomam à frente para entreter o público e até cantar, como fizeram o baixista Tommy Stinson e o guitarrista Ron Thal (vide set list abaixo).

Visualmente o show é um espetáculo de luzes coloridas no palco, explosões e até chuva de papel picado saindo de vários lados da pista. A banda entrou em cena de forma acachapante e se retirou com igual brilho. Estava bonito de se ver, assim como foi em 2010 e também em 2012 quando vi a banda em uma casa menor e fechada. Nesse quesito Axl e cia sabem bem como fazer os olhos dos fãs arregalarem com tanta parafernália visual de bom gosto.

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Para o público que considera que o GUNS N’ ROSES não acabou no início dos anos 90, quando os músicos da primeira e segunda formação foram abandonando o barco para deixar Axl remar sozinho, o show da formação atual pode agradar, inclusive com boas canções do "Chinese Democracy", como é o caso da faixa título, muito bem escolhida para abrir o concerto.

Mas isso só funciona se você é um fã desapegado do passado e consegue aceitar que o GUNS N’ ROSES é esse que está aí. É aceitar isso e curtir o show ou se recusar a vê-los ao vivo, economizar a grana dos altos valores dos ingressos e colocar o CD do "Appetite For Destruction" para tocar em casa mesmo. Não há muita alternativa.

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Como disse acima, "no final do dia", a razão de todas as pessoas que estiveram na Arena Anhembi era a mesma. Acima de tudo, ouvir a música do GUNS N’ ROSES. Talvez eu vá novamente uma quarta vez ver a banda ao vivo no futuro, afinal o que fala mais alto nessas horas é justamente a oportunidade de sentir aquele frio na barriga ao ouvir ao vivo uma canção como "Paradise City".

Horários e bandas de abertura

No ingresso o horário indicado para início do show era 22hs. O GUNS N’ ROSES, como já era de se esperar, entrou 1 hora e meia depois, às 23:30hs. Já era até mesmo motivo de brincadeira entre os colegas de imprensa e mesmo entre o público qual seria o horário que Axl daria as caras no palco. As apostas eram as mais diversas e mais uma vez se confirmou o fato de que o GUNS N’ ROSES de hoje não se importa com os atrasos e começa seu show a hora que quer.

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O DR. PHEABES foi a primeira banda de abertura. Em pouco mais de 30 minutos, a banda paulistana tocou canções do seu álbum "Seventy Dogs", como a própria faixa título, que inclusive abriu e fechou o show (foi tocada duas vezes). Ainda rolou um cover do ERIC CLAPTON, com "Cocaine".

Com o Dr. PHEABES encerrando sua apresentação às 20:30h, o palco foi arrumado para a entrada dos veteranos da PLEBE RUDE, que começaram a tocar 21:15h, tocando por cerca de 1 hora, até 22:15h.

A PLEBE RUDE, com seus 30 anos de carreira, trouxe músicas de sucesso de seu primeiro álbum, "O Concreto Já Rachou" (1985), como "Proteção" e "Até Quando Esperar", essa a mais famosa canção da banda, que acabou por ser cantada por uma parte do público presente. Outra que agitou bastante foi o cover de "Should I Stay Or Should I Go", do THE CLASH.

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A qualidade do som estava ótima já na abertura e os músicos da PLEBE RUDE tocaram com bastante empolgação. O público não acompanhou a agitação que vinha do palco e acabou por gritar algumas vezes o nome da atração principal.

A PLEBE RUDE é uma banda de Punk Rock com uma sonoridade completamente diferente do que se ouve em canções de Hard Rock e certamente por isso é que a plateia não acompanhou a banda, com exceção de alguns poucos momentos. Nesse sentido, a escolha do SIOUX 66, que foi confirmado oficialmente no dia 26/03 e retirado da abertura no dia seguinte, teria sido um tiro mais certeiro da produção.

Afinal, em termos de estilo e gênero musical, o SIOUX 66 tem origem em bandas como o GUNS N’ ROSES e poderia muito bem se encaixar como banda de abertura. Não se sabe ao certo a razão da confirmação e da mudança em tão curto espaço de tempo (de um dia para o outro), mas fica a torcida para que isso não se repita, pois o que parece ser somente uma escolha de uma banda abertura para alguns, pode ser o grande sonho de um grupo que está buscando seu espaço.

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A PLEBE RUDE que não tinha nada a ver com isso fez um belo show e não se importou de estar tocando para um público de Hard Rock, mesmo que tenha ficado sem uma resposta mais calorosa da plateia em termos de agitação. A reportagem do Whiplash.net apurou também que o DR. PHEABES convidou os músicos do SIOUX 66 para participar do show em uma espécie de Jam, mas a produção do evento vetou também essa participação da banda.

Agradecimentos a Denise Catto Joia (Midiorama) pela atenção e credenciamento.

GUNS N’ ROSES – Banda:

Axl Rose – vocais, piano
Dizzy Reed – teclados, percussão
Tommy Stinson – baixo
Chris Pitman – teclados
Richard Fortus – guitarra
Frank Ferrer – bateria
Ron "Bumblefoot" Thal – guitarra
DJ Ashba – guitarra

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Set List:

01- Intro
02- Chinese Democracy
03- Welcome To The Jungle
04- It's So Easy
05- Mr. Brownstone
06- Estranged
07- Better
08- Rocket Queen
09- Solo Richard Fortus
10- Live And Let Die (WINGS)
11- This I Love
12- "Holidays in the Sun" (SEX PISTOLS – Tommy Stinson no vocal)
13- Solo Dizzy Reed
14- Catcher In The Rye
15- You Could Be Mine
16- Solo Dj Ashba
17- Sweet Child O' Mine
18- Jam
19- November Rain
20- "Abnormal" (Ron 'Bumblefoot' Thal no vocal)
21- Don't Cry
22- Knockin' On Heaven's Door (BOB DYLAN)
23- Civil War
24- Jam
25- Nightrain

Bis

26- Jam
27- Patience
28- The Seeker (THE WHO)
29- Jam
30- Paradise City

DR. PHEABES – Banda:

Fernando Parrillo – guitarra solo
Eduardo Parrillo – guitarra/vocal
Fábio Ressio – baixo
Paulo Rogério Ressio – bacteria

Set List:

1 - Seventy Dogs
2 - Suzy
3 - Where do You Came From
4 - Cocaine (ERIC CLAPTON)
5 - Sound
6 - Godzilla
7 - Seventy Dogs

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PLEBE RUDE – Banda:

Philippe Seabra - guitarra e voz
Clemente - guitarra e voz
Fred Ribeiro - baixo
Marcelo Capucci – bateria

Set List:

1 - Códigos
2 - Minha Renda
3 - Johnny vai a Guerra (Outra Vez)
4 - Brasília
5 – Medo (CÓLERA)
6- Sexo e Karatê
7 - Should I Stay or Should I Go (THE CLASH)
8 - Proteção / Pátria Amada (INOCENTES) / Faroeste Caboclo (LEGIÃO URBANA)
9 - Até Quando Esperar

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Sobre Otávio Augusto Juliano

Otávio é paulistano, tem 29 anos e faz algo nada a ver com o Rock: é advogado. Por gostar muito de música e não possuir talento algum para tocar instrumentos musicais, tornou-se um comprador compulsivo de cds. Sempre interessado em leitura ligada ao Rock e Metal, começou a enviar algumas pequenas colaborações para a Whiplash e hoje contribui principalmente com textos relacionados ao Hard Rock, estilo musical de sua preferência. De qualquer forma, é eclético e não dispensa álbuns de todas as demais vertentes do Metal, sendo fã incondicional de W.A.S.P., Mötley Crüe e dos trabalhos do guitarrista Steve Stevens.
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