Viper: uma noite de celebração do Heavy Metal nacional
Resenha - Viper (Via Marquês, São Paulo, 01/07/2012)
Por Eduardo dutecnic e Suellen Carvalho
Fonte: Minuto Heavy Metal
Postado em 16 de julho de 2012
Enfim no domingo, 1 de julho, São Paulo conferiu o retorno do Viper com Andre Matos no vocal. Uma noite de celebração do heavy metal nacional e um Via Marquês "sold out" para 1800 pessoas.
Embora este não tenha sido o primeiro show desta tour de reunião, o clima era especial por a banda estar em sua cidade natal além de ser a gravação do DVD desta "To Live Again Tour". A noite também contava com a participação da equipe do Brasil Heavy Metal coletando novas imagens para o seu documentário e, claro, o pessoal do Wikimetal, os grandes incentivadores desta reunião do Viper.
O repertório já era conhecido por todos: os discos Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate, executados na íntegra, clássicos dos primórdios do heavy metal nacional. Mas algumas surpresas também eram esperadas, o que de fato aconteceu conforme falaremos mais a frente.
Com o show marcado para as 20h, a banda entrou no palco com pouco mais de 1h de atraso, às 21h07 para ser mais preciso, quando o público começava a demonstrar certa inquietação, coisa que mudou para uma recepção muito calorosa quando os primeiros efeitos pirotécnicos, basicamente gelo seco, davam a largada para a introdução do show com as velozes Knights Of Destruction e Nightmares.
O som da casa, neste início, estava um pouco "embolado", com as guitarras muito altas e o vocal baixo, características que se ajustaram ainda no primeiro "ato" da noite. O que veio logo após, seguindo a ordem das faixas de Soldiers of Sunrise foi The Whipper, com suas guitarras gêmeas bem marcantes.
Após estas 3 músicas iniciais, pausa para a primeira interação de Andre Matos diretamente com o público, agradecendo muito a presença de todos naquela noite especial para o metal nacional, ressaltando que, ao contrário do que andam dizendo por aí, o Via Marquês lotado naquela noite de domingo era a prova de que o heavy metal no Brasil não está nada morto.
O show seguiu com Wings of the Evil mostrando como os rapazes eram jovens na época em que a escreveram, ainda no início das aulas de inglês, o famoso "pé da letra", rs.
E pela primeira vez na noite o set foi diferente da ordem do disco com Signs of the Night e a instrumental Killera (Princess of Hell).
O que veio a seguir foi um dos pontos altos do show: a faixa que dá nome ao álbum de estreia da banda, Soldiers Of Sunrise. E nesta hora, com um som já bem ajustado, a banda mostrou o quanto está entrosada e bem satisfeita de estarem tocando juntos novamente. Andre Matos em especial mostrou-se bastante em forma com sua voz, superando inclusive expectativas, principalmente aos que tinham qualquer receio após a aparição da banda no programa global "Altas Horas".
Soldiers of Sunrise:
E para fechar a primeira parte, Law of the Sword, que, segundo Andre Matos, por muito tempo foi a música preferida de Pit Passarell e H.R. saudada pelo público aos gritos de "Heavy Rock! Heavy Rock!".
Fim do primeiro ato, a banda sai do palco, e nos 8 telões espalhados ao redor da casa era exibido um pequeno documentário da banda, com trechos de entrevistas e shows da época do surgimento do Viper, inclusive o famoso episódio em que a banda quase taca fogo no palco do teatro do tradicional Colégio Rio Branco, de São Paulo. O vídeo, imperdível, pode ser conferido abaixo:
O retorno para a segunda e final parte do show acontece com Illusions e At Least a Chance, canções que abrem Theatre of Fate, o disco que levou o Viper a ser reconhecido no exterior, principalmente no Japão, e virou uma referência para o que surgiu a seguir no Brasil no mesmo estilo, devido a qualidade das suas composições e arranjos.
Em seguida, a música que dá nome a esta tour, To Live Again, e que acaba sendo uma feliz coincidência com o momento que a banda está vivendo neste retorno. E o que veio após foi um outro excelente momento com A Cry From the Edge que na época chegou a ter um vídeo que sempre era exibido nos programas dedicados ao heavy metal na MTV.
A Cry From the Edge:
Seguindo o disco, o clássico do metal nacional Living for the Night, talvez a música mais popular do Viper e cantada em uníssono por todos os presentes. E a primeira surpresa da noite, na verdade uma esperada surpresa, foi a entrada do outro Passarell no palco, recebido de maneira muito carinhosa pela banda para dar uma "ajuda" na outra guitarra durante o solo da música. Andre Matos chegou a brincar que Yves estava com saudades de tocar heavy metal - atualmente ele é guitarrista do Capital Inicial - mas mesmo assim Yves mostrava-se não muito a vontade no palco, talvez por não estar no mesmo entrosamento da banda que já vem ensaiando junta há um certo tempo. A banda se esforçou para enturmá-lo, deixá-lo a vontade e em sintonia (até por conta da gravação do DVD) mas, mesmo assim, ele pouco sorriu e se mexeu.
Yves deixa o palco e o show segue com a execução da faixa-título, alterando a sequência normal do álbum, assim como aconteceu em Soldiers. Então chega o momento de Andre Matos mostrar que a música clássica o influencia desde o início da carreira, com Moonlight. Esta segunda parte do show é finalizada com a empolgante Prelude to Oblivion para que a banda se retirasse para o bis.
No bis, nova surpresa, com a execução da inédita Crime que, de acordo com Andre Matos, é uma canção que entraria no álbum que viria na sequência de Theatre of Fate e que ele nunca chegou a gravar com o Viper.
Crime:
The Spreading Soul veio logo após, música originalmente cantada por Pit Passarell, e que por ter uma levada mais lenta, acabou ficando meio deslocada no set, dando uma esfriada em um momento que normalmente requer mais energia.
Mas a energia voltaria logo em seguida com Rebel Maniac, com a volta também de Yves Passarell na guitarra, Pit dividindo os vocais com Andre Matos e a plateia cantando de forma muito empolgada "Everybody, everybody!".
Rebel Maniac:
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
A noite termina com um empolgante cover de We Will Rock You, do Queen e o Viper se despede agradecendo novamente o público e fechando a ótima apresentação. Cabem destacar nesta resenha além de Andre Matos, em uma noite inspirada, e os irmãos Passarell, tão citados aqui neste texto, os demais integrantes, como o guitarrista e fundador da banda Felipe Machado, que se apresentou muito bem e estava bastante feliz por estar revivendo este momento, o guitarrista Hugo Mariutti que por nunca ter tocado na banda até o início da tour, teve toda a dedicação para aprender a tocar as músicas da forma mais perfeita possível e o ótimo desempenho do baterista Guilherme Martin.
Já com a galera se retirando do local do show, a PA traz "Always Look On The Bright Side Of Life", mostrando que a banda ainda tem aquela influência do Iron Maiden, que vem usando em suas últimas tours esta música no final de suas apresentações.
Por fim, é importante ressaltar que a noite foi organizada, o local se mostrou adequado para shows deste porte, ficando apenas a parte da saída como algo que pode ser melhorado pelos organizadores em uma próxima oportunidade, dado o acesso não ser fácil por transporte público e os táxis na região serem um pouco escassos.
A banda segue com esta tour pelo Brasil até o fim do mês de Julho e embora os integrantes tenham se mostrado muito entrosados e bastante felizes por estarem tocando juntos novamente, até o momento não há nenhuma informação a respeito de novas datas ao-vivo em outras cidades do país ou mesmo no exterior - ou então, ainda mais improvável, um novo álbum de inéditas da banda.
Só nos resta torcer para que esta volta do Viper não termine com apenas estas datas e o vindouro DVD desta noite.
Para mais detalhes, como o setlist e links desta noite, acesse a matéria original no Minuto HM:
http://minutohm.com/2012/07/10/cobertura-minuto-hm-viper-em-sp-parte-2-resenha/
Outras resenhas de Viper (Via Marquês, São Paulo, 01/07/2012)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
O riff caótico do Metallica que foi criado por Jason Newsted
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
O guitarrista desconhecido idolatrado por Frank Zappa e John Frusciante
5 rockstars dos anos 70 que nunca beberam nem usaram drogas, segundo a Loudwire
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
A atitude inocente de John Bush que chocou os integrantes do Anthrax
A primeira banda de rock dos anos 1960 que acertou em cheio, segundo Robert Plant
Jimmy Page faz post e comenta atual opinião sobre show do Led Zeppelin em 2007
Black Sabbath interrompeu turnê nos anos 70 porque Tony Iommi "passou dos limites"
Lobão explica porquê todo sertanejo gostaria, no fundo, de ser roqueiro
O dia que Zé Ramalho detonou Paulo Coelho após escritor o proibir de gravar Raul Seixas

5 discos lançados em 1989 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista
