Viper: Trazendo "soldados do Metal" com muito bate-cabeça
Resenha - Viper (Via Marquês, São Paulo, 01/07/2012)
Por Pedro Zambarda de Araújo
Postado em 08 de julho de 2012
No dia 1 de julho de 2012, o Viper fez uma apresentação no Via Marquês Eventos que certamente contagiou os fãs nostálgicos da banda e os expectadores que conheciam apenas o Andre Matos do Angra e do Shaman. Mesmo assim, o show começou com problemas: O grupo atrasou uma hora do horário originalmente previsto e só começou as músicas do álbum Soldiers of Sunrise às 21h. O som da casa também embolou bastante no começo, além de estar em um volume baixo.
Mesmo assim, era impossível não se empolgar com Andre Matos novamente como vocalista da banda. Com caras e bocas, além de puxar o público com um sonoro "vamos lá São Paulo", o cantor mostrou total controle de sua voz, que executava os falsetes sem nenhuma desafinação perceptível. Hugo Mariutti, ex-Shaman e ex-banda solo de Matos, fez solos rápidos e complementos interessantes na guitarra elétrica. Pit Passarell foi o segundo frontman da banda: Além de mandar bem no baixo, ele ficou brincando com o público com suas dancinhas, diferente de outros integrantes.
O show foi gravado para um DVD da banda, que deve ser lançado ainda neste ano. Antes de começar a faixa-título de Soldiers of Sunrise, Andre Matos fez um discurso que dificilmente será esquecido, sobre a sua época no começo do Viper.
"Naquele tempo, a gente se sentia como os soldados do metal. Lutávamos contra a ditadura e... arrumávamos briga com os carecas do ABC. Ou a gente tentava, porque, né? Na verdade, eu e o Pitt levávamos porradas naquela época", afirmou o vocalista com aplausos do público, que riu bastante com a história.
Os seis telões da apresentação também mostraram partes de um documentário sobre a história do Viper. Em uma das sequências, um show da banda mostrou Andre Matos jovem, sem camisa, carregando uma vassoura em chamas. O cantor tropeçou e botou fogo no palco, mostrando o grau de amadorismo deles no passado, e arrancando ainda mais risadas do público.
Outro fato que marcou muito esta apresentação do Viper foi o grande número de bate-cabeças próximos da grade da pista. Nas músicas H.R.(Heavy Rock), To Live Again e A Cry from the Edge, as pessoas tiveram que se segurar para não serem empurradas e alguns foram parar no chão. Muitos foram levantados durante o mosh. Andre Matos pareceu se divertir com a energia do público: "Nós avisamos os seguranças que essa música terá bate-cabeça. Eles estão assustados!"
Matos chegou a roubar o baixo de Pitt Passarell e fez uma música com o público cantando "ole, ole, ole, ole, Viper, Viper!". "Parabéns pessoal, vocês ajudaram a fazer uma canção totalmente original para o DVD!", disse o vocalista.
Vale dizer também que Andre Matos e sua banda também jogaram muitas músicas para o público. Living for the Night foi praticamente cantada inteira pelos fãs. O guitarrista Yves Passarell, irmão de Pit, veio ao palco fazer sua participação nessa parte do show. Atualmente ele está ocupado como músico do Capital Inicial, mas prometeu participações ao longo da turnê.
Moonlight mostrou um pouco das habilidades de Matos no teclado, tocando a Sonata ao Luar de Ludwig Van Beethoven.
Com casa cheia, a banda ainda surpreendeu no final com um cover inesperado de We will rock you, do Queen, numa versão realmente mais pesada. Essa apresentação, assim como outras ao lado do Angra e do Shaman, vão ficar para a história de Andre Matos e dos "soldados do metal" que fizeram história no rock brasileiro.
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