Hard In Rio II: Grandes nomes do estilo em solo brasileiro
Resenha - Hard In Rio II - Rio de Janeiro (Circo Voador, Rio de Janeiro, 26/04/2008)
Por Denyze Moreira
Postado em 05 de maio de 2008
Mais um dia de festa pro Hard Rock, em pleno Rio de Janeiro, em uma noite marcada por "revivals" e meninas subindo no palco como mandava o figurino na época de ouro do estilo.
A House of Lords foi a banda escolhida para abrir os trabalhos no Hard In Rio II, realizado no Circo Voador. Sonoridade impressionante, que angariou novos fãs para a banda. A voz de James Christian continua inabalável e firme como nos primórdios. Mesclando faixas clássicas com novidades do último disco – mais pesado do que o normal mas com a mesma pegada que caracteriza a banda – a House of Lords sacudiu as quase 600 pessoas da casa com um hard rock honesto e sem firulas. Dentre baladas e músicas mais agitadas, "I wanna be loved", "Rock bottom", "Love don’t lie", "Chains of love", "Come to my Kingdom", "Sahara", "Talkin’ ‘Bout love" foram algumas que estrelaram a noite. Para quem não conhecia ou conhecia pouco, virou lição. Para quem já era fã, ficou a alma lavada.
Em seguida, numa histeria quase adolescente, entrou no palco Danny Vaughn e cia. – Tyketto. Tirando as unanimidades – "Wings" e "Forever Young" – a banda apresentou aquele hard rock que marcou a época e que é reverenciado até hoje, principalmente pelos adeptos mais novos. Percebia-se o fôlego suspenso do público, provavelmente devido à emoção e a surpresa de ver a banda ao vivo e no Brasil pela primeira vez. Danny Vaughn é um líder animado e não pára um minuto – a não ser para um momento no violão. Apesar do estigma de hard rock do início dos anos 90, Tyketto provou que tinha o quê mostrar e tinha quem os acompanhasse cantando cada música. A presença de palco de Vaughn é suficiente – nem demais, nem de menos – e sempre simpático. Vestido com a camisa da seleção brasileira, Vaughn chama a atenção do público para uma faixa lado B da banda, "Till the Summer comes" e emenda com "Standing alone", discursando sobre o quão gratificante é para a banda, até hoje, saber da importância que eles alcançaram nas vidas dos fãs ao longo desses 16 anos de estrada. Dentre os demais sucessos, "Burning down inside", "Lay your body down", "Rescue me", "Strip me down", "Seasons", "Walk on fire" e "Meet me in the Night" levaram o povo presente à loucura e assim a banda cumpriu com a sua missão.
Fechando a noite, quando os relógios marcavam 03h15, Mike Tramp surge como uma visão no palco do Circo Voador. Vale a pena lembrar que quando o Tyketto lançava seu mais famoso disco "Don’t Come Easy", o White Lion já havia feito de tudo no hard rock e estava se despedindo das atividades, sendo assim subia ao palco um dos pilares do hard rock internacional. Certos de que o horário já não contava a seu favor, Mike Tramp e banda fizeram o que precisava ser feito – tocaram até amanhecer. A ótima forma (o que, depois de tantos anos, é um mérito) de Tramp se funde com a ótima forma da banda com sua nova formação e que não deixou a desejar a não ser pelos mais devotos que ainda assim gostariam de ver Vito Bratta (o guitarrista original) ao lado do seu vocalista. Com um certo desfalque no contingente do público, a banda foi até o topo da sua energia, entre hits e baladas, agitando e convocando o hard rock brasileiro presente pra animar junto com eles. Sempre comunicativo, Tramp conversava com os fãs que permaneceram ali até às 5 da manhã, agradecendo a presença inclusive dos que vieram de longe (e que assim como ele teriam de voltar para casa). Visivelmente chateados com a dispersão do público mas sendo os profissionais que são, o White Lion não parou um minuto. Entre os hits estavam "Wait", "Radar love", "When Children Cry", "Fight to Survive", "Till Death do Us Part", "Dream" (do recente "Return of the Pride"), e claro "Broken Heart".
Infelizmente o público em geral deixou a desejar, quando alguns fazem e fizeram (dentre fãs reais que permaneceram até o final e produção) um esforço imenso para fazer o evento acontecer e trazer grandes nomes do estilo para solo brasileiro (coisa que na época ninguém tinha a preocupação ou o interesse). Nenhuma banda vive só de dois hits e é preciso conhecê-las para poder aproveitar ao máximo o trabalho que está sendo feito e apresentado ali. Cansado todo mundo fica e com certeza os músicos mais do que qualquer outra pessoa, mas nada justifica deixar o lugar antes da última banda. Apoiar o hard rock não é só freqüentar balada do gênero, ter uma banda cover e usar estampa de bicho. É BEM mais que isso.
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