Edguy: Espetáculo prazeiroso, com grandes doses de diversão
Resenha - Edguy (Bar Opinião, Porto Alegre, 07/11/2006)
Por Ronan Dannenberg
Postado em 12 de novembro de 2006
Quando o Metal deixa de ser simplesmente um gênero musical para se congregar em uma aura que une elementos a ponto de o espetáculo simplesmente tornar-se algo extremamente prazeiroso, com grandes doses de diversão, tudo fica melhor. O Edguy é uma das poucas bandas da atualidade que consegue isso. O som ruim da casa, as desafinadas, os erros, em nada chegaram a atrapalhar o clima de extrema alegria que se instaurou (novamente) no Bar Opinião, em Porto Alegre. A exemplo do primeiro show da banda em 2004, na tour do disco Hellfire Club, tudo era sorrisos.
Fotos: Carlos "Iky" Porto
Eram 22h30 quando a banda subiu ao palco para tocar "Catch of the Century", música do mais recente trabalho, Rocket Ride. Viu-se então o clima que se seguiria, com a execução de um set privilegiando as composições mais recentes, que funcionam muito melhor ao vivo, passando uma grande interação de energia entre público e banda. Assim foi a com as empolgantes Sacrifice e Mysteria.
A nova fase da banda não podia deixar de ser destacada e mostrou a distância entre os discos que marcaram o início da carreira do Edguy. Tocar "Vain Glory Opera", uma música clássica e épica, e na seqüência a canalha "Lavatory Love Machine" é algo que destoa, mas anima e mostra que os padrões do Heavy Metal estão aí para serem quebrados.
O som da casa não colaborou muito com os músicos. Até o belo solo de Felix Bohnke, que tirou de forma exímia o "Tema da Armada", de Star Wars, pouco se ouvia da dupla de guitarristas Dirk Sauer e Jens Judwig. Era um som embolado, que às vezes fazia sumir até a voz de Tobias Sammet. Prova disso pode ser conferida em passagens mais velozes de músicas, quando o bumbo duplo à velocidade da luz era acionado, como na clássica (mas prejudicada) "Babylon", ou quando a grande quantidade de samplers (graças ao novo disco) acabavam ficando confusas com o que a banda executava. Paciência.
Falando em Tobias, o vocalista que vinha cantando direto, visto os três shows anteriores realizados no país, mostrou-se esforçado. Dono de um bom timbre e de uma empolgação única, ele acabou usando bem o set privilegiado em termos vocálicos. Desafinou? Sim, em algumas vezes. Mas quem se importa?. Todas as adversidades eram superadas com toda a empolgação demonstrada no palco. O que dizer de o vocalista colocar um pênis de pelúcia em Dirk enquanto a banda tocava a poderosa e hardista "Fucking with Fire"? E de Tobias mostrar para todos a camiseta com a imagem do Laçador (estátua clássica de Porto Alegre) para os presentes? Ou tocar na guitarra de (e segurada por) Jens Ludwig a introdução de clássicos como "Smoke on the Water"? E que tal o vocalista mostrar sua enorme gratidão com o público gaúcho e brasileiro, prometendo voltar em dois anos para mais um show do grupo? Isso fora as brincadeiras com o público (que não foram poucas). Não precisava de mais nada. O público estava em suas mãos.
Para climas mais intimistas (e que provocaram muitos gritos da mulherada presente), a banda não decepcionou com a nova "Save Me" (canção a qual Tobias diz que inspirava as pessoas a se depilarem, fazendo um trocadilho com "Shave Me") e a já manjada "Land of the Miracle". Para climas mais cadenciados, "Tears of the Mandrake" deu mais do que conta do recado. E para climas de verdadeira alegria, com a banda tocando a primeira parte de "The Trooper", do Iron Maiden.
Pra fechar, o público ainda esperava a cômica "Trinidad", que não veio mas foi muito bem superada por "King of Fools". Faltou algo? Hum, talvez clássicos do Mandrake como "Fallen Angels", "All the Clowns" e "Save Us Now". No entanto, toda o caráter Funny Metal passado pelo grupo foi mais do que suficiente para agradar os cerca de 1.000 headbangers presentes. Agora é esperar pelo prometido. Em até dois anos, eles estarão de volta.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
O clássico do metal que é presença constante nos shows de três bandas diferentes
Kerry King (Slayer) escolhe seu preferido entre Metallica e Megadeth
Os melhores guitarristas da atualidade, segundo Regis Tadeu (inclui brasileiro)
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
Greyson Nekrutman mostra seu talento em medley de "Chaos A.D.", clássico do Sepultura
Jimmy Page diz quem é o melhor guitarrista solo da história: "Não chego aos pés dele"
Por que David Gilmour, do Pink Floyd,se recusa a voltar a tocar "Echoes" em shows solo
Dinho Ouro Preto diz que primeiros discos da Legião são mal gravados e explica motivo

Exodus - sempre uma das melhores experiências do ano
Behemoth e Deicide - um espetáculo inigualável do metal extremo
Anette Olzon apresentou no Brasil músicas dos álbuns "Dark Passion Play" e "Imaginaerum"
Imminence - público apaixonado enche a casa numa quinta-feira
Rock, Memória e Emoção - Nenhum de Nós Encanta Jumirim/SP
Ultraje a Rigor Invade Cerquilho e Reafirma o Poder do Rock Nacional
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista



