Shaman: Grande receptividade e apoio no show de Curitiba
Resenha - Shaman (Studio 1250, Curitiba, 16/02/2001)
Por Debora Ribeiro e Raissa Bayley Cooke
Postado em 16 de fevereiro de 2001
Nota: 9
Para abrir a noite foi chamada a banda gaúcha Burning In Hell. Apesar de ter sido formada em 95, era bastante desconhecida dos presentes que na primeira música estiveram um pouco apáticos. Porém, devido à grande presença de palco do vocalista Leandro Moreira, o público foi logo conquistado, vibrando e até cantando refrões. A execução de "Brothers Of Metal" aumentou a receptividade de todos.
O som é um power metal com influências das bandas alemãs do estilo. Sem dúvida o maior destaque é para o vocalista que tem muita técnica, carisma e uma linha vocal melódica que impressionou a todos. A banda agradou em cheio aos presentes por ter uma proposta simples e verdadeira. Os covers do Iron Maiden, "The Wicker Man" e "The Evil That Men Do" levaram o público ao delírio e fizeram com que a simpatia pela banda só aumentasse. O Burning In Hell com certeza merece mais destaque na cena nacional, o que provavelmente será obtido no lançamento do CD a ser gravado em abril deste ano. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a banda pode acessar o Site Oficial.
O trio paranaense Steel Lord entra no palco e despeja o seu true metal na galera. Mostrando logo de cara a sua opinião em relação às bandas de metal melódico que, de acordo com eles, são bandas que tocam batuques e "lalalalas", acabou conquistando a antipatia de parte dos fãs do Angra que se sentiram ofendidos. Porém, diversos "true metallers" presentes apoiaram a atitude da banda. O som é bastante pesado bem no estilo do heavy metal tradicional: simples e marcante. Foi um show curto com destaque ao visual e atitudes a lá Manowar.
Depois de um intervalor de meia hora ouve-se a emocionante intro da música do Shaman: "Time Will Come" que deixou o público ainda mais ansioso pra finalmente poder ver no palco o tão esperado show da noite. Diante da expectativa de todos as luzes se acendem e, para surpresa geral, André Matos já estava a postos no teclado detonando nessa intro. Depois dele, entram: Hugo Mariutti, Ricardo Confessori e Luís Mariutti respectivamente.
O público estava um pouco parado por não conhecer a nova composição, mas ainda assim agitaram pois logo reconheceram a grande influência do Angra. O show segue com "Streets Of Tomorrow" e "Lisbon" que, ao iniciar, o público reconhece a música e canta em coro. André deixa o público cantar sozinho durante grande parte da música.
Após o gostinho da turnê do "Fireworks", André agradece ao público pela força e diz que depois de um ano difícil para eles, só mesmo os fãs para apoiá-los e também agradece por estarem "ao lado deles". Começa uma nova composição, "Here We Go", que também agrada bastante.
Em seguida, o espírito do Angra volta com "Crossing" e logo após a banda deixa o palco e começa o som de "Nothing To Say". André mais uma vez agradece a participação do público e anuncia a música que deu origem ao nome da banda, "The Shaman".
Mais uma composição do Shaman foi apresentada, "Be Free", com destaques ao instrumental em especial à bateria de Ricardo Confessori que ao final continua no palco para execução de seu solo.
Inicia-se "Carolina IV", para a alegria dos fãs que tiveram oportunidade de conferir a música com somente uma guitarra e os solos de Fábio Ribeiro ao teclado com algumas participações de Andre Matos. Ao fim de "Carolina IV", o público começa pedir impacientemente por "Painkiller". Lógico que é uma grande música de uma grande e respeitada banda, porém, faltou um pouco de bom senso do público pois músicos que tem uma banda como o Angra no seu passado mereciam ao menos que os presentes pedissem alguma música como Carry On (que ainda não havia sido tocada). André tenta contornar a situação, mas o público insiste forçando-o a voltar ao microfone para avisar que naquela noite não haveria "Painkiller". No entanto, ele tinha uma música que a maioria dos presentes nunca tinha tido a oportunidade de conferir ao vivo. Agradecendo a banda que aceitou tocar essa música com ele, que ele tanto tinha saudades já que não cantava desde 89. Foi quando a galera começou a gritar pelo Viper e inicia-se "Living For The Night" cantada apenas pelos antigos e mais fiéis fãs de Andre Matos presentes.
O Shaman volta com a última música própria a ser tocada na noite: "Blind Shell" que também foi muito bem recebida e terminam a primeira parte do show com Wings Of Reality se despedindo de todos.
Após uns 5 minutos de grande insistência da galera, ouve-se a introdução de Carry On (Unfinished Allegro) com a volta da banda ao palco. Claro que a execução dessa música fez o público ir ao delírio que ficou completo com o cover de Iron Maiden, "Flight Of Icarus".
Sem sombra de dúvidas, o show do Shaman é uma grande volta para estes três músicos que estiveram envolvidos no ano passado em tantas fofocas, brigas e discussões. A guitarra de Hugo Mariutti não deixa nada a dever pra ninguém. Mostrou muita técnica, desenvoltura no palco e acabou sendo homenageado pelo público que gritou seu nome no momento de apresentação da banda.
A noite serviu para mostrar também que a receptividade e apoio que a banda tem é muito grande. Agora todos aguardam ansiosamente o disco que deve sair em breve e consolidar o lugar do Shaman na cena metal nacional.
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