O futuro da música comercial em escala global
Por Victor Cezar
Postado em 09 de março de 2010
Álbuns bem feitos são verdadeiras pérolas nos dias de hoje. Numa era em que o imediatismo é predominante, poucos são os músicos que procuram investir em inovações, no sentido mais amplo da palavra.
No último século, a música popular sofreu uma grande reviravolta com o surgimento dos mais diversos estilos, muitas vezes aliados a movimentos sociais de grande impacto cultural. O fim de tudo isso, infelizmente, nos levou a um amplo período de estagnação que parece sem fim.
Com a massificação dos downloads ilegais, poucos são os nomes de destaque que vêm surgindo – um deles é o MUSE, uma das bandas mais legais dos últimos anos, que acabou por obter um reconhecimento assustador. Os artistas, agora, procuram também alternativas para tornar seu produto comercialmente mais atraente – o livretinho do Bittencourt foi um bom exemplo de algo simples e eficaz -, visto que os números decrescem exponencialmente a cada ano.
Basta analisar os mais recentes lançamentos, porém, para entender que as influências da perda de dinheiro passaram do aspecto puramente financeiro e de marketing, para o artístico em si. Daqui a alguns anos, todos se lembrarão de gente como o QUEEN, que fazia música pela música, sem medo de optar pelo novo.
Apostar em alguma novidade é arriscado, inviável, sendo mais cômodo fazer a manutenção de artistas já consagrados que ainda representem alguma parcela de mercado. Os de vertentes mais ortodoxas (ou novatos) devem apelar para produções caseiras ou de baixa qualidade – sem levar em conta a prostituição musical, estágio vigente para a maioria dos que dependem disso para sobreviver. Interessante, inclusive, notar uma inversão de valores aí, pois geralmente os que (teoricamente) possuem maior "qualidade" sofrem pelas piores condições.
O meio encontra-se diante de uma encruzilhada. A música comercial, principalmente por conta da redução de investimentos decorrentes da redução de lucros obtidos, caminha em direção ao amadorismo. Os maiores prejudicados, curiosamente, não serão os grandes chefões de majors – como alguns alegam -, ricos em sua essência. Serão os verdadeiros músicos, trabalhadores por natureza, agora também ferrados pelo egoísmo dos fãs.
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