And the Grammy goes to...
Por Whiplash!
Postado em 23 de fevereiro de 2001
Visão geral do evento
(by Ana Therezo)
O que você estava fazendo na noite de 21 de fevereiro?!? Se não estava em sua poltrona predileta, em frente a telinha, perdeu o 43o. Grammy Awards.
As atrações da noite, apresentadas pelo ator Jon Stewart - com suas hilárias (argh!) piadinhas "made in United States" - rolaram soltas no Staples Center de Los Angeles (e fora dele também...)
Enquanto o público conferia Eminen cantando a música "Stan", acompanhado pelo piano de Elton John (gay assumido), um grupo com cerca de cem pessoas reuniu-se do lado de fora para protestar contra o álbum "The Marshall Mathers LP" e suas letras, que panfletam o posicionamento do rapper contra os homossexuais. Olhando por outro ângulo, lá estavam os candidatos ao gramofone - nada preocupados com gays, lésbicas e afins, fazendo o impossível para deixar sua imagem registrada, suas vozes regitradas... suas pernas, braços, umbigos, coxas e muito mais.
Piadas, protestos e lantejoulas à parte, destaque mesmo merecem os roqueiros. Só o U2 faturou três das principais categorias: "Melhor Performance de Rock em Dupla ou Grupo" (ou seja, Melhor Banda de Rock), "Melhor Canção do Ano" e "Melhor Gravação do Ano"; o Steely Dan formado pela dupla setentista de jazz-rock: Donald Fagen e Walter Becker ficou com o prêmio de "Melhor Álbum do Ano", palmas para "Two Against Nature". E como se não bastasse desbancar: Nsync, Destiny's Child e Britney Spears, teve mais rock nas categoria "Melhor vídeo clipe" e "Melhor vídeo musical", graças ao Foo Fighters e ao 'making of' do álbum Imagine de John Lennon, respectivamente.
Confira os ganhadores:
Melhor gravação do ano: Beautiful Day - U2
Melhor álbum do ano: Two Against Nature - Steely Dan
Melhor música do ano: Beautiful Day - U2
Melhor performance vocal masculina pop: She Walks This Earth (Soberana Rosa) - Sting
Melhor Performance Pop de dupla ou grupo vocal: Cousin Dupree - Steely Dan
Melhor álbum de poo vocal: Two Against Nature - Steely Dan
Melhor álbum vocal de pop tradicional: Both Sides Now - Joni Mitchell
Melhor performance vocal feminina de rock: There Goes The Neighborhood - Sheryl Crow
Melhor performance vocal masculina de rock: Again - Lenny Kravitz
Melhor performance vocal de rock por dupla ou grupo: Beautiful Day - U2
Melhor performance de Hard Rock: Guerrilla Radio - Rage Against The Machine
Melhor Performance de Metal: Elite - Deftones
Melhor Performance de rock instrumental: The Call Of The Ktulu - Metallica With Michael Kamen Conducting The San Francisco Symphony Orchestra
Melhor canção de rock: With Arms Wide Open - Creed
Melhor álbum de rock: There Is Nothing Left To Lose - Foo Fighters
Melhor álbum de música alternativa:Kid A - Radiohead
Melhor álbum de Rock Gospel: Double Take - Petra
Melhor álbum de rock latino: Uno - La Ley
Melhor álbum de Blues tradicional: Riding With The King - B.B. King & Eric Clapton
Melhor álbum de Blues contemporânea: Shoutin' In Key - Taj Mahal & The Phantom Blues Band
Melhor vídeo clipe: Learn To Fly - Foo Fighters
Melhor vídeo musical: Gimme Some Truth - The Making Of John Lennon's Imagine Album John Lennon
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Alguns pequenos comentários...
(by Creedance Kiddo)
Madonna como toda sua presepada, desculpe, produção, continua provando ser bem gostosa para uma mãe de dois biguris. A mensagem de seu último hit, "Music makes the people come together" não deixa de ser positiva, até pelo fato do duplo sentido da frase não estar sendo explorado, o que é um plus. A excessiva promoção do direito de uma mulher declarar sua sexualidade já se tornou um lugar comum tratando-se dela. Por este aspecto, gostei de vê-la em outra, apesar da produção "Las Vegas" que ela ainda acredita ser necessária.
Destiny's Child, um trio feminino negro, era um dos mais cotados para ganhar e ganharam seu primeiro Grammy. Mas independente disto, sua apresentação mostrou um trio que cantam MESMO. Não compraria o CD mas gosto de ver gente que faz, bem melhor do que gente que dubla. Falando nisto, N'Sync também cantaram uma balada e por isto, não precisaram do playback. Ótima trilha sonora, resolvi até lavar a louça...
Achei muito interessante a apresentação de Moby com Jill Scott e o trio performático The Blue Men, que nos Estados Unidos, tem sua imagem ligada à promoção do Pentium III. Alias, à partir deste Grammy, passaram a anunciar o Pentium 4. Muita percussão, arranjada por Moby, donde a voz de Jill Scott pôde ser devidamente realçada. Cada vez fico mais intrigado com este rapaz. Não é rock 'n' roll, mais também não é sabão em pó. Os arranjos são camadas sobre camadas e com muito uso de percussão. Fico imaginando um trabalho de colaboração entre Moby e Brian Eno...
Muito tem se falando em relação aos últimos lançamentos do U2, geralmente comparando negativamente em relação aos trabalhos da banda na década de oitenta. Porém aquela década já passou, esta banda cresceu e passou para outra fase, apesar de todo nosso saudosismo. Agora, considerando ou não o último disco entre os melhores da carreira deste histórico grupo, U2 ao vivo continua sendo um espetáculo incrível. "Paulinho Bom de Voz" (Bono Vox) é exatamente isto, dono de uma voz muito boa, e a presença da banda no palco intimida maiores críticas. E quando eu falo de presença, eu quero dizer que é muito difícil continuar indiferente à música deles quando está sendo executada por eles em corpo presente. U2 não é só sobre a música ou os dois acordes que The Edge sabe tocar. É um pacote completo que inclui a identidade dos seus membros, e isto é imediatamente sentido com a banda no palco. Que bom que esta banda continua tocando!
Macy Grey fez uma curiosa apresentação. A canção é bem melhor do que sua roupa de palco. Sua voz sussurrada, ao mesmo tempo que soa como se ela estivesse faltando pouco para uma overdose, também soa extremamente sensual. Quem sabe ela não só estava nervosa?
A Colombiana Christina Aguilerra além de lindíssima tem uma voz privilegiada e deixou bem claro que possui total domínio sobre ela. Eu confesso que não fazia idéia que ela sabia cantar tão bem. Pena que o material não é Rock'n'Roll ou Soul. Eu pelo menos saberia apreciar mais. Logicamente ela tem um público latino imenso e eles curtem aquele som e tudo bem. Já pra mim, ouvir mais do que metade de uma canção fica complicado, embora sua beleza ajuda a espera.
Mark Andre Hamalin deu um toque de "cultura superior" ao evento executando com maestria uma peça no seu piano de calda tão bem lustrado. Gostei mesmo foi de rever Robbie Robertson, mesmo que só para anunciar os vencedores na categoria de musica indígena ou como a "moda" do politicamente correto exige, "Melhor Música de Americano Nativo", prêmio concedido pela primeira vez na história do evento. Curioso foi ver o índio nativo fazendo questão a agradecer Nosso Senhor Jesus Cristo. Tática para ingressar em um mercado maior ou apenas comprovação de serem domesticados pelo europeu invasor?
Dolly Parton e o curral country foi legal embora não é bem minha onda. Ela tem um sorriso do tamanho do seu busto e quase tão cheio. Mas o momento maior destas apresentações foi na expectativa da apresentação do Eminem. Para quem achava este cara um babaquara, quero deixar claro que discordo tremendamente. Qualquer um que consegue usurpar o nome de uma multinacional como M&M's, sem ter que pagar um centavo de direitos, simplesmente por mudar a grafia para uma onomatopéia, não é otário. Muito pelo contrário, o cara é esperto, muito esperto. Ele tem esperteza de rua mas também tem esperteza empresarial. Mais do que o pessoal da M&M's, que aprenderam uma amarga lição.
A polêmica em relação ao artista tocando com Elton John, homossexual declarado (depois de tantos anos), ele, Eminem, sendo taxado de homofóbico, levou a direção do evento a colocar o presidente da RIAA para apresentá-lo. No discurso apresentado, o cuidado e correto lembrete de que nossos pais queiram abolir Elvis, os Beatles e os Rolling Stones porque também eram polêmicos. Censurar arte alheia realmente não é o forte do rock nem deveria ser de qualquer música. Opiniões a parte, a apresentação do dueto foi impecável e com uma letra chocante por sua violência, estar longe de ser gratuita, mas sim, em uma análise tentando ser neutra, um testamento dos nossos tempos. Se somos ou estamos na era da "ultra violência", que cinismo é este de censurá-la nas artes?. É como querer censurar Picasso por Guernica, guardada as devidas distâncias referentes à importância destas duas obras.
Roqueiro consumindo rap é complicado, e como roqueiro, não gosto desta música matraca sem guitarras. Mas não vou negar o importante enfoque social que ela tem. E se faz bem a alma, não pode ser de todo ruim. Errado é a tentativa de massificação comercial que a indústria através das rádios e televisões exercem sobre o gosto do público. Nem o rap, funk ou o axé baiano tem culpa da excessiva exposição. Minha bronca é com o cara no escritório em algum lugar do Rio, Brasilia, e/ou São Paulo, bolando e corrompendo com dinheiro, toda e qualquer manifestação artística legítima. Quanto ao rap ou funk em sí, faço minhas as palavras de Keith Richards: "você é quem tem que escolher o seu remédio".
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