Rolling Stones esnobam as lojas de discos dos EUA
Fonte: UOL Música
Postado em 08 de outubro de 2003
Por Dean Goodman
LOS ANGELES (Reuters) - As lojas de música já sabiam que seu futuro está em risco devido à queda nas vendas. Mas a mensagem foi reforçada novamente pela veterana banda Rolling Stones.
Na semana passada, o grupo britânico esnobou as lojas de discos norte-americanas: concedeu à rede de produtos eletrônicos Best Buy o direito exclusivo, durante quatro meses, de vender seu novo DVD. Os proprietários de lojas de discos estão furiosos.
A partir de 11 de novembro e ao longo de todo o período do fim do ano, tradicionalmente forte em matéria de vendas, as lojas de música tradicionais serão obrigadas a assistir paradas enquanto os potenciais fregueses correm para a Best Buy em busca do pacote de quatro discos, que será vendido por 29,99 dólares.
Rolling Stones - Mais Novidades
Ao mesmo tempo em que a indústria da música sofre quedas vertiginosas nas vendas em função da pirataria na Internet, ela é obrigada a encarar o aumento da concorrência por parte de redes como a Best Buy e a Target Corp., que controlam cerca de 55 por cento das vendas de música nos Estados Unidos.
Essas gigantes com frequência fazem uso de seu peso financeiro para vender música a preços não competitivos, na esperança de que o freguês saia da loja com um CD recém-lançado de 9,99 dólares e um televisor ou geladeira de 1.000 dólares.
Cada vez mais essas grandes redes andam fechando acordos de exclusividade com bandas de primeira linha como a U2 e The Eagles -- se bem que os prazos de exclusividade geralmente duram semanas apenas, e não meses.
Segundo Clark Benson, presidente do Instituto Almight do Varejo de Música, que ajuda as gravadoras a cooperar com as lojas de música, acordos desse tipo visam apenas ao lucro imediato e prejudicam não apenas as lojas varejistas tradicionais, mas o setor da música como um todo.
"Quanto mais acordos de exclusividade são feitos com grandes redes com a Best Buy, mais saem prejudicadas as lojas que só vendem música", disse Benson. "E é nelas que as pessoas conhecem artistas e músicas novas, não nessas redes."
Benson disse que mais de 1.100 lojas de música independentes e redes de lojas foram fechadas em 2003, reduzindo as chances de o consumidor topar com a música nova que é a base e o futuro do setor.
A Wherehouse Entertainment, que há dez anos tinha 339 lojas, abriu pedido de falência em janeiro e agora só tem 111 lojas. A rede Tower Records, com 95 lojas, de Sacramento, Califórnia, também está à beira da falência.
As vendas de música no primeiro semestre deste ano caíram 11,7 por cento na América do Norte em comparação com o mesmo período do ano passado.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps