Raul Seixas: memória dos 50 anos do golpe militar de 1964
Por Vitor Cei
Fonte: Novo Aeon
Postado em 23 de março de 2014
O ano de 2013 evoca não apenas os 50 anos do golpe militar de 1964, aniversário que alguns brasileiros comemorarão em 1 de abril, dia da mentira, como também os 25 anos da morte do cantor e compositor RAUL SEIXAS. O legado do maluco beleza e a sua relação com a ditadura civil-militar já foram abordados em minha dissertação de mestrado, "Novo Aeon: Raul Seixas no torvelinho de seu tempo", defendida em 2009 no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo, e publicada em 2010 pela editora Multifoco, do Rio de Janeiro.
As canções de RAUL SEIXAS revelam uma memória das tensões que ocorriam no Brasil dos anos de chumbo, além de abordar uma discussão premente e indispensável sobre as causas e os efeitos do golpe militar e do processo de redemocratização, com a nova forma de capitalismo que então surgia.
Nos anos 1970 a discografia de RAUL SEIXAS foi marcada por composições utópicas e afirmativas, cantando em nome de liberdade, mudança e emancipação. Diante do autoritarismo, o maluco beleza se apropriou da ideia de Novo Aeon apresentada pelo ocultista inglês ALEISTER CROWLEY para formular o seu próprio projeto de uma Sociedade Alternativa.
A década de 1980 jogou para escanteio a insatisfação radical que existia por trás do desejo utópico presente nas sociedades capitalistas durante as décadas de 1960 e 70. Nesse contexto, a obra de RAUL SEIXAS passou a apresentar um caráter melancólico, de certo modo resignado, marcando o aspecto traumático das suas experiências. Ele passou a abordar temas como frustração, internação, doença e alcoolismo. Entre o tom melancólico e o irônico, a obra do compositor produzida nos anos 1980, apesar de manter acesa a quase apagada chama da utopia, projeta um mundo dilacerado e de valores degradados, manifestando instabilidades, como tudo que é reprimido ou contestado.
As canções de RAUL SEIXAS tocam em pontos nevrálgicos dos problemas políticos, sociais e culturais do Brasil das décadas de 1970 e 1980, contribuindo para a construção de uma memória contra o esquecimento da ditadura civil-militar de 1964-1985.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A maior banda do Brasil de todos os tempos, segundo Andreas Kisser do Sepultura
Guns N' Roses anuncia valores e início da venda de ingressos para turnê brasileira 2026
Hall da Fama do Metal anuncia homenageados de 2026
Regis Tadeu esclarece por que Elton John aceitou tocar no Rock in Rio 2026
James Hetfield deu o "sinal verde" para vocalista do Paradise Lost cortar o cabelo nos anos 90
As 3 bandas de rock que deveriam ter feito mais sucesso, segundo Sérgio Martins
Os melhores covers gravados por bandas de thrash metal, segundo a Loudwire
As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Dream Theater lança "Quarantième: Live à Paris", mais um registro ao vivo
Queen considera retornar aos palcos com show de hologramas no estilo "ABBA Voyage"
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
Após quase meio século, filmagem do Black Sabbath com Dave Walker ressurge
Bangers Open Air acerta a mão mais uma vez e apresenta line-up repleto de opções
Machine Head fará shows na Austália como um trio
Liam Gallagher elogia fãs brasileiros após shows do Oasis no Brasil
A solução encontrada por Paulo Ricardo para ficar 30 dias sem falar após problemas na voz
O megahit do Ultraje a Rigor inspirado em polêmico discurso do saudoso Pelé
Dave Mustaine: Maroon 5 o deixou boquiaberto

A versão original em inglês de "Maluco Beleza", segundo parceiro de Raul Seixas
Opus 666 - o disco internacional de Raul Seixas que foi gestado, mas não nasceu
O motivo que levou Jerry Adriani a se recusar a gravar clássico de Raul Seixas



