New Romantic: os filhos fashion de David Bowie
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 17 de janeiro de 2016
No economicamente recessivo final dos anos 1970, um porão londrino virou Meca para fashionistas e candidatos a descolados: o Blitz Club. Toda terça, Steven Strange ficava na portaria escolhendo pela roupa e visual, quem podia entrar. Barrar Mick Jagger foi boa estratégia; o clubinho começou a ganhar fama.
Esse ambiente que misturava moda, música, ambiguidade sexual e cabelos armados é o ninho do New Romantic, que influenciou demais o meio cultural pop na primeira metade dos anos 80. O documentário The Blitz Kids – disponível sem legendas no You Tube – delineia a trajetória dessa meninada glam; antirrockers que acabaram na armadilha do excesso de muitos roqueiros e hoje são associados ao economicismo direitista da Dama de Ferro (embora diversos new romantics tenham sido anti-Thatcher).
Os meninos e meninas do Blitz Club tomaram a noção punk de que qualquer um podia fazer música e virar artista e combinaram-na com moda, vontade de sair da classe operária/do salário-desemprego e, claro, com disco music e David Bowie. O Camaleão foi o deus-todo-poderoso dos New Romantics, mas o documentário o hiperboliza como única influência. Duvido que Roxy Music, Giorgio Moroder, Kraftwerk, T. Rex e o glam rock (talvez o Queen) não façam parte do rol de inspirações. Mas, Spandau Ballet & Cia. não se interessavam em parecer roqueiros de camisa aberta, cabelão desgrenhado e jeito de quem fede cecê. Eles se maquiavam pesado, investiam em roupas e penteados mirabolantes.
Em questão de meses, essa estética ganhou paradas de sucesso, páginas de revistas e MTVídeos. Mesmo quem não era New Romantic investia grande no visual, como os esquerdistas do The Style Council. Todo mundo era fashion ou meio andrógino na primeira metade dos anos 80, que amou opulência.
O documentário entrevista ícones oitentistas como Boy George, que, com sua androgenia-família tomou o planeta de assalto por uma trinca de anos até se envolver em escândalos policiais por conta das drogas. A traveca Marylin – lôka, lôka – e o uma-vez influente Steven Strange (ele teve um par de sucessos com o Visage) também estão lá, além de membros do Spandau Ballet e mais. Os depoimentos são repletos de farpas, ironia e complexo de superioridade – mas também de certo patetismo quando alguns pensam que podem voltar a ser relevantes.
Os 80’s foram de dominação do pop inglês, inclusive no hermeticamente xenófobo mercado norte-americano. Quem curte synth pop, Duran Duran, Culture Club, enfim, qualquer subgênero pop daquele período, deve ver o documentário. Também serve para entender a importância do contra-ataque dos Smiths, a partir de 82.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



System of a Down volta à América Latina em maio de 2026
O New York Times escolheu: a melhor música do ano de 2025 é de uma banda de metal
O solo de baixo heavy metal que, para Flea, é um grande momento da história do rock
Frase de Fabio Lione provoca burburinho e fãs veem indireta sobre insatisfação no Angra
O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
A mensagem curta e simbólica sobre o Sepultura que Iggor Cavalera compartilhou no Instagram
Garotos Podres são indiciados e interrogados na polícia por conta de "Papai Noel Velho Batuta"
Mikkey Dee revela gravidade de doença que quase o matou um ano atrás
Sharon lembra primeira reação ao ver Ozzy Osbourne morto
Ozzy Osbourne foi avisado pelos médicos que não sobreviveria se fizesse o último show
David Ellefson conta como está se sentindo no Metal Church
Sharon revela as últimas palavras que ouviu de Ozzy Osbourne
Dave Mustaine revela motivo de não haver reunião de ex-membros durante turnê de despedida
Abaddon foge do óbvio ao escolher seu álbum favorito do Venom
Alírio Netto viver na Europa, como Fabio Lione, será problema para o Angra? Ele responde
O que significa "YYZ", título de instrumental que é um dos maiores clássicos do Rush
A canção do The Smiths que, para Johnny Mars, "só a gente pode tocar"
A canção do Pearl Jam que fala sobre a fragilidade da vida e foi inspirada em Pink Floyd


O personagem cinematográfico da Disney que foi inspirado em David Bowie
O artista que Ian Anderson coroou como "a mãe da reinvenção"
O maior rockstar que existiu para David Bowie, que pensava a canção como gesto e atitude
O curioso motivo que leva Robert Smith a ser fã de Jimi Hendrix e David Bowie ao mesmo tempo
A opinião de Rob Halford do Judas Priest sobre o saudoso David Bowie
Adeus: veja o último show de 10 rockstars que morreram nesta década
Dia dos Pais: músicos em homenagem aos seus filhos



