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Pequeno, médio e grande: os três shows do Rock in Rio que vi pela TV

Por Zé Elias
Postado em 13 de outubro de 2017

Ney Matogrosso e Nação Zumbi

No começo, eu cheguei a pensar que era o som da minha TV. Depois pensei: pode ser na transmissão do Multishow. Ou ainda: é lá mesmo, no palco. Qualidade de som ruim, sem consistência, sem peso.

Não conheço o trabalho da Nação Zumbi. Mas ficou pra mim que deve ser uma banda limitada, considerando a simplificação que fizeram nas músicas dos Secos & Molhados (que escrevo a partir de agora como S&M), diminuindo notas nas frases dos instrumentos ou até suprimindo-as mesmo (como os rápidos improvisos de baixo que aparecem na versão original de "Mulher barriguda"). O vocalista não é desafinado, mas tem um tom muito grave e pouco potente, que não casou muito com a voz de Ney Matogrosso. As músicas de autoria da banda, tirando "Quando a maré encher", com perdão do trocadilho, não me encheram os olhos. E desmentiram a propaganda que foi feita, que dizia que seria um repertório só dos S&M.

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Quanto a Ney, cantor que sempre admirei inclusive na carreira solo, surpreendeu-me vê-lo cantar quase o tempo todo olhando para o chão, dando a entender que lia as letras. E surpreendeu mais ainda quando ficou tentando encontrar um tom seguro para cantar "Sangue latino".

Será que foi uma apresentação pouco ensaiada? Será que faltou cuidado dos artistas ou que houve sabotagem da equipe do evento no ajuste do som? A maioria das coisas que escrevi aqui foi ratificada por vários amigos, comentada igualmente pela internet, então não creio que estou exagerando. Se eu resumisse tudo em uma palavra, poderia ser "frustrante", mas considerando o histórico de sucesso de Mr. Matogrosso, dado inclusive por sua postura sempre exigente (no bom sentido da palavra), eu troco por "deprimente".

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The Who

Estava curioso a respeito do desempenho dos competentes dinossauros Pete Townshend e Roger Daltrey. Desde o lançamento do álbum "Endless wire", em 2006, não acompanhei mais os figurões ao vivo; esta não é daquelas bandas que procuro com frequência.

Os dois veteranos estão muito bem e os demais músicos são competentes. O guitarrista ensaiou algumas falas com a plateia, mas tive a impressão de que não obteve muito sucesso.

Senti de novo o problema da regulagem do som. Instrumentos ok, mas acho que o microfone de Daltrey estava abaixo.

O repertório para esta primeira (e provavelmente única) apresentação no Brasil foi um recomendável "greatest hits". Veja aqui. Como quase sempre acontece com todos nós, claro que senti falta de umas favoritas minhas, como "Boris the spider", "The real me" ou "Eminence front" - o que naturalmente não tirou o brilho da apresentação, mas me deixou resmungando um pouco...

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Tears for Fears

Minha adolescência foi na primeira metade dos anos 1980. Na ocasião, quando fui apresentado ao rock pesado, coloquei os dois pés no mundo da música. Minha preferência na época ficou a grosso modo (ressaltem aí "na época" e "a grosso modo") definida assim: rock até meados da década de 1960 não fede nem cheira; daí até o final dos anos 1970 é o ápice; e os anos 1980 são uma me...leca comercial. Porém, uma banda de hard pop me chamou a atenção e se tornou um ponto fora da curva, devido aos arranjos e harmonias não usuais.

E foi essa a banda que fez a melhor destas três apresentações. Tudo impecável: som, luzes, telões, competência musical.
Roland Orzabal e Curt Smith continuam cantando bem e o segundo mostrou que também entende de baixo. Set list bem resolvido, com músicas que sabiamente alternaram um e outro nos vocais principais. A versão de "Creep", do Radiohead, ficou melhor do que a original (perdoem-me os puristas). E só não dou nota 10 porque dispensaram a jazzística "Badman's Song"...

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Ufa! É isso. Valeu por ter lido até o fim.

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Sobre Zé Elias

José Elias da Silva Neto é paulista de Santo André, nasceu em 1965. Mora em Poços de Caldas, MG. É designer gráfico, baixista e palmeirense. O primeiro rock ouviu com 2 anos de idade, "Wooly Booly", de Sam the Sham and the Pharaos. Em 1972, foi apresentado ao "Machine Head" do Deep Purple e ao "Santana 3". Uns anos depois vieram a coletânea "1962-1966" dos Beatles e "No Mean City", do Nazareth. Aí virou mania. Quem tá sempre no player: Jethro Tull, Queen, Led Zeppelin, Genesis, Gentle Giant, Dixie Dregs, Emerson Lake & Palmer, Rush, Focus. E alguma coisa de jazz anos 30-40, música erudita, MPB. O que não lhe faz a cabeça: rock farofa, solos muito longos e metal muito zoeira.
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