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Guns N' Roses: Duff McKagan tenta explicar o que fez a banda ser tão diferente

Por Igor Miranda
Fonte: Jonesy's Jukebox / Ult. Guitar
Postado em 29 de janeiro de 2020

É inegável que o Guns N' Roses tem um diferencial em seu som. Não à toa, a banda se destacou, na segunda metade da década de 1980, em um cenário de enorme concorrência, onde inúmeros outros grupos do estilo já estavam conseguindo destaque.

O que há de tão diferente, então, no som do Guns N' Roses? O baixista Duff McKagan refletiu sobre o assunto em entrevista ao Jonesy's Jukebox, transcrita pelo Ultimate Guitar.

Inicialmente, Duff destacou que se mudou para Hollywood, nos Estados Unidos, quando "muita coisa estava acontecendo". "Quando a banda se formou, éramos meio que 'outsiders', de fora. Foi um choque cultural para mim, que vim de Seattle em 1984. Em Seattle, as bandas se ajudavam. Em Hollywood, as pessoas colocavam flyers de eventos em cima dos flyers de outros shows", afirmou.

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Apesar de estar inserido em uma cena que não era nada amigável, o Guns N' Roses se beneficiou pelo fato de que, em Hollywood, os shows eram mais profissionais - e remunerados. Duff citou que bandas como Jane's Addiction e Red Hot Chili Peppers estavam começando naquele mesmo local, além de dezenas de bandas de hard rock/glam metal, que, segundo ele, usavam até "roupas combinando".

O diferencial do Guns N' Roses começava pelo visual, passava pelo som e se concluía por ter cinco integrantes com origens e histórias de vida bem diferentes. "Não é que estávamos tentando ser diferentes, éramos apenas diferentes. Tínhamos dois caras que vieram do Centro-Oeste (o vocalista Axl Rose e o guitarrista Izzy Stradlin), eu vim de Seattle e Slash (guitarrista) deixou a coisa ainda mais maneira. Os pais dele eram artistas excepcionais. Steven Adler (baterista) era aquele garoto que passou por uma infância difícil, mas estava tão empolgado", disse.

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McKagan destaca que, sob essas configurações, a "gangue" do Guns N' Roses foi formada. "Não havia plano B, não tínhamos faculdade, nenhuma rede que poderia nos ajudar. Faculdade não era uma opção", afirmou ele, indicando que, por não existir uma saída caos a banda desse errado, todos deram o sangue em prol do grupo.

Ainda durante o bate-papo, o baixista comentou que segue pesquisando por bandas novas na esperança de que seja apresentado um trabalho tão consistente como o do próprio Guns N' Roses, ou de outros nomes que vieram da cena de Hollywood nos anos 1980. "Em Seattle, havia uma cena, bandas se ajudando. Em Hollywood, as bandas não se ajudavam, mas havia uma cena, bandas tentando marcar shows. Essa competição é boa para o rock", afirmou.

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O músico dá a entender que esse ambiente de "cena de bandas" não exista mais nos dias de hoje. "Boas bandas surgiram disso. Steve (Adler) e eu saíamos para ver o show do Jane's Addiction só para conferir a seção rítmica, ver como (o baterista Stephen) Perkins e (o baixista) Eric Avery faziam. A cena na cidade... saía, converse com as pessoas olhando nos olhos dela, forme uma banda, saia distribuindo flyers, faça shows... não sei, talvez já esteja rolando algo assim. Você pode simplesmente soltar um flyer em seu perfil no Instagram", disse.

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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