Angra: "Racismo e outros 'ismos' são um câncer à igualdade de direitos"
Por Igor Miranda
Postado em 03 de junho de 2020
O perfil oficial do Angra nas redes sociais aderiu à campanha #blackouttuesday / #theshowmustbepaused na última terça-feira (2). A iniciativa tem o objetivo de demonstrar solidariedade às manifestações relacionadas à violência contra a população negra no país, que estouraram após a morte de George Floyd, que, mesmo algemado, foi sufocado por minutos por um policial que colocou os joelhos no pescoço dele em Minneapolis.
Desde o último dia 25 de maio, data em que George Floyd morreu, os Estados Unidos vivenciam uma onda de protestos. O vídeo que mostra a ação do policial Derek Chauvin, que pressionou o joelho sobre o pescoço de Floyd, circulou a internet e deu gás para as manifestações contra o racismo que estão sendo realizadas em todo o país.
Diante disso, a indústria musical também resolveu mostrar sua indignação com uma campanha silenciosa na última terça-feira (2). Hashtags como #blackouttuesday (algo como "terça-feira do blecaute") e #theshowmustbepaused (algo como "o show deve ser pausado") foram usadas para representar a iniciativa.
O Angra também aderiu e publicou um texto sobre o assunto nas redes. "Estamos no meio de uma crise que nos afeta em todo o mundo. Fomos forçados a ficar em casa diante de nossos espelhos e consciência. Agora estamos prestes a viver uma crise moral. A cortina da hipocrisia cai e as pessoas não conseguem mais fingir. Curiosamente, também somos obrigados a usar máscaras lá fora", diz, inicialmente.
O texto complementa: "O racismo e quaisquer outros 'ismos' que façam pensar que ele importa mais do que outros são um câncer à igualdade de direitos e o sonho de um ambiente social harmônico. Quanto tempo leva para nossos olhos se verem almas? Para a mente alcançar o espírito e a humanidade, sentir a verdadeira conexão que todos nós temos? Deveria ser simples. Mas ainda estamos engatinhando nesse assunto".
A publicação foi compartilhada no perfil do guitarrista Rafael Bittencourt, com uso de outra imagem.
Kiko Loureiro, ex-guitarrista da banda e atualmente membro do Megadeth, também se posicionou com um texto nas redes. "Sou brasileiro e moro nos Estados Unidos há 8 anos. É uma loucura ver um país tão rico com o mesmo problema que o Brasil. É tão errado. Não importa se é um país poderoso ou em desenvolvimento. É evidente que toda desigualdade social, distorção social, todos os problemas com educação, saúde, falta de oportunidades iguais vêm do racismo aberto (a segregação racial nos EUA) ou do racismo velado como vemos no Brasil (pesquise pela palavra 'mulata' ou por qualquer foto de uma favela)"., afirmou, de início.
Ele completa, fazendo referência à causa da morte de George Floyd após uma autópsia: "Hora de sufocar e matar o racismo com 'asfixia por pressão constante'. Repensar a sociedade. Gentileza e empatia por aqueles que sofrem há gerações". Por fim, são citadas as hashtags #blackouttuesday, #blacklivesmatter e #mariellepresente - a última, em menção à vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, assassinada a tiros junto de seu motorista, Anderson Gomes, em um crime onde parte da sociedade questiona quem seriam os mandantes.
O baixista Felipe Andreoli e o baterista Bruno Valverde, membros do Angra, também aderiram à campanha #blackouttuesday / #theshowmustbepaused.
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