Por que o Sepultura nunca foi censurado pela Ditadura mesmo falando sobre diabo?
Por Gustavo Maiato
Postado em 22 de fevereiro de 2023
O Sepultura surgiu nos anos finais da Ditadura Militar, que durou de 1964 a 1985. Apesar disso, a banda nunca sofreu com censura, mesmo falando sobre temas sensíveis como o diabo.
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Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, Jairo Guedz, ex-guitarrista do Sepultura, explicou que o Sepultura recebeu censura, mas de certa forma sofreu sim nas mãos dos militares.
"Como o Sepultura nasceu e se desenvolveu na minha fase dentro de um país que era governo militar e não democracia, não era muito saudável falar sobre política. Deixamos isso para bandas mais hardcore e punk. Nem existia a palavra hardcore, na verdade. Era tipo Ratos de Porão, Olho Seco e Cólera. Nós gostávamos muito. Gostávamos também das bandas gringas de punk, que tinham rebeldia contra o sistema. Talvez pelo nosso estilo mais para o death metal, resolvemos focar na religião, que seria o tema a ser abordado. Nunca tivemos problema com a ditadura. Talvez por sermos quatro moleques escrevendo sobre o demônio. Isso não incomodava em nada. Mesmo se usássemos o demônio como metáfora para algum político, como fazemos hoje. Às vezes, conto uma história numa música e posso estar falando do Putin ou do Bolsonaro. Até mesmo do Hitler, quando falo do anticristo.
É minha visão do mundo de forma metafórica. Na época do Sepultura, apesar de ser um país governado por um general no final da ditadura, nada nos incomodou em termos de censura. O que nos incomodava é que, pelo nosso visual, tomávamos dura e tapa da polícia todos os dias de nossa vida. Se botava o pé na rua, não tinha escapatória. Já virava para a parede, abria a perna e o braço. Não tinha conversa. Já fomos para a delegacia e camburão, mas nunca fomos levados para um lugar onde pudéssemos temer que nossas mães nunca mais nos vissem. Não éramos uma ameaça. Nosso papo era direto com deus e o diabo! [risos]", concluiu.
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