O que acontece durante desmame da ventilação mecânica, técnica utilizada em Mingau
Por Gustavo Maiato
Postado em 18 de setembro de 2023
O processo de desmame da ventilação mecânica é um momento crucial no tratamento de pacientes que necessitam de suporte ventilatório, caso de Mingau, baixista do Ultraje a Rigor, baleado na cabeça no dia 2 de setembro.
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Esta matéria tem como base um artigo da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e abordará os principais aspectos desse processo, incluindo sua definição, etapas envolvidas e as categorias de desmame.
O desmame da ventilação mecânica (VM) é tradicionalmente definido como o processo de descontinuação gradual ou abrupta do suporte ventilatório em pacientes que permanecem em VM por um período superior a 24 horas. Ele começa com o reconhecimento da resolução total ou parcial do evento que levou à necessidade da ventilação mecânica invasiva e envolve avaliações diárias criteriosas para determinar o momento ideal para prosseguir com as etapas do processo.
O desmame é classificado atualmente em três categorias: simples, difícil e prolongado, com base no tempo envolvido na desconexão do paciente do ventilador e no número de tentativas necessárias para a obtenção da ventilação espontânea.
Desmame Simples: A extubação é bem-sucedida após o primeiro Teste de Respiração Espontânea (TRE).
Desmame Difícil: Pacientes que falham no 1º TRE e necessitam de até 3 testes de respiração espontânea ou até sete dias após o primeiro para uma extubação com sucesso.
Desmame Prolongado: Pacientes que requerem mais de 3 TREs ou mais de 7 dias após a falha no 1º TRE.
Embora a maioria dos pacientes seja liberada da ventilação mecânica facilmente, aproximadamente 30% deles falham na primeira tentativa. Essa taxa pode ser significativamente maior em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) com pacientes mais idosos e com múltiplas comorbidades.
Identificar a causa da falha no desmame é crucial para evitar o prolongamento da VM. Entre as principais causas, destaca-se o desequilíbrio entre a demanda respiratória e a capacidade neuromuscular e ventilatória, que tem origem multifatorial, mas é influenciado principalmente por fatores funcionais, clínicos, metabólicos e psicológicos.
O momento adequado para iniciar a liberação do paciente do ventilador é crucial, especialmente em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O desmame precoce pode levar à insuficiência respiratória pós-extubação, enquanto o atraso pode resultar em fraqueza muscular. Nesse contexto, a Ventilação não Invasiva (VNI) tem se mostrado uma estratégia eficaz para facilitar o desmame desses pacientes (TALWAR e DOGRA, 2017).
Em resumo, o desmame da ventilação mecânica é um processo crítico que requer avaliação cuidadosa, consideração das categorias de desmame e a utilização de estratégias como a Ventilação não Invasiva para garantir o sucesso na transição do suporte ventilatório para a ventilação espontânea. A identificação das causas da falha no desmame e o timing correto são fundamentais para o cuidado adequado dos pacientes em VM.
Mingau, do Ultraje a Rigor, baleado na cabeça em Paraty
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