A pisada na bola de Ritchie Blackmore que Ronnie James Dio jamais perdoou
Por Bruce William
Postado em 24 de julho de 2024
Depois que saiu do Deep Purple, Ritchie Blackmore formou outra banda que também entrou para a história do Rock, principalmente por ter contado, em sua primeira formação, com o fabuloso Ronnie James Dio no vocal. No entanto, a parceria entre os dois durou pouco tempo, entre 1975 e 1979, quando Dio deixou a banda.
Juntos no Rainbow eles gravaram três álbuns de estúdio: "Ritchie Blackmore's Rainbow" (1975), "Rising" (1976) e "Long Live Rock 'n' Roll" (1978), e também lançaram o álbum ao vivo "On Stage" (1977), com músicas clássicas como "Man on the Silver Mountain", "Temple of the King", "Long Live Rock 'n' Roll", "Starstruck", "Kill the King" e "Stargazer".
De acordo com Ritchie, Dio teria saído por causa de uma sessão fotográfica realizada para uma revista: "Lembro de estarmos no Chateau (estúdio na França) quando tentávamos criar uma música. Eu estava testando um efeito quando os dois (Ronnie e Wendy) me chamaram para conversar. Ronnie falou: 'Acabei de saber de Wendy que você está na capa da Circus Magazine e nós não'. Respondi: 'Sério? Não sabia disso'".
Conforme Ritchie, foram registradas imagens dele sozinho e junto a Ronnie e Cozy Powell, baterista da banda. Mas a imagem escolhida pelos editores da revista para estampar a capa mostrava apenas Ritchie. "Cozy ou Ronnie, um deles falou: 'se seremos apenas seus ajudantes, então vamos agir de acordo'. E isso me deixou muito irritado, pois não tinha nada a ver comigo. Depois disso, só foi piorando, pois deixei de ter respeito pelos dois".
Já Wendy Dio, esposa e empresária do vocalista, posteriormente negou que este tenha sido o motivo da saída de Dio: "Acho essa história completamente falsa. Ronnie foi demitido da banda por não escrever músicas mais comerciais. Eu não acho que aquilo [a capa da revista] teria sido motivo [para Dio sair do Rainbow]. [Dizer] uma coisa dessas simplesmente parece ridículo. [...] Ele foi demitido. Não há muita escolha aí. Acredito que Ronnie já estava prevendo".
Ronnie James Dio reconhecia a importância de Ritchie Blackmore em sua carreira, mas não podia conviver com certas coisas
Quando saiu do Deep Purple, Ritchie não pensou duas vezes e foi bater na porta de Dio para convidá-lo para um novo projeto, mas Dio conta que já tinha certas ressalvas: "Eu sentia que ele era uma pessoa muito cruel. Cruel com os fãs, muito cruel, e com as pessoas em geral". Ronnie ainda achava que conseguiria conviver com aquele temperamento barra pesada do guitarrista, que ele admite ter sido de extrema importância em sua carreira, mas que ele aguentou por cerca de quatro anos apenas aquilo que ele dizia serem falhas de comportamento inaceitáveis para o vocalista.
"Tenho memórias maravilhosas daquele tempo. Pode parecer que sou um pouco amargo quando falo sobre Ritchie, mas não sou. Ele me deu minha grande oportunidade. Se não fosse por ele, demoraria um pouco mais de tempo para chegar onde estou hoje. Não vou dar todo o crédito a ele, porque sou bom no que faço. Mas ele me deu a minha chance, e aprendi muito com ele. Aprendi coisas boas e coisas ruins. Então aprendi o que não fazer. Aprendi que, quando você sai do show, não cospe nos seus fãs, não entra correndo no carro e vai embora, você não sai sem dar autógrafos. Eles esperaram todo esse tempo. Você não faz isso com seus fãs".
Finaliza o vocalista: "Essa foi uma coisa que aprendi, porque Ritchie fazia isso o tempo todo. Era uma pessoa muito ruim. É um grande músico. Eu aprendi muito sobre o que funciona e o que não funciona na música. Foi um tempo maravilhoso. Aprendi muito, vi o mundo pela primeira vez com o Rainbow. Mas foi ficando mais e mais difícil, porque Ritchie é uma pessoa muito difícil. Ele não liga pras pessoas, e eu ligo. Então ficou difícil estar ao lado dele".
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