Dio: detonando Blackmore ao falar do Rainbow em antigas entrevistas
Por Lucas Esteves
Fonte: Youtube
Postado em 11 de julho de 2017
Com o advento da internet, o Youtube se tornou uma fonte quase inesgotável de declarações dos grandes astros do rock em antigas entrevistas capturadas em vídeo e liberadas de tempos em tempos por diversos perfis. Em alguns desses vídeos, postados pelo "Ritchie Blackmore Channel", é possível ver o falecido RONNIE JAMES DIO dando depoimentos brutalmente honestos sobre o Homem de Preto em seu período no RAINBOW, entre 1975 e 1979.
Confira abaixo algumas das declarações.
Sobre os álbuns do Rainbow:
Dio: Este é o melhor álbum, pra mim [segura o CD do "Ritchie Blackmore's Rainbow"], não este [segura o "Rising"]. Este álbum [Rising] é só um monte de merda auto-indulgente no lado B. Até onde sei, o lado A é bom, tem canções de verdade. O lado B é: "ei, vamos tocar um solo de bateria por 18 minutos. Ei, Ritchie, você pode tocar guitarra também!". Bom pra você.
Entrevistador: E os álbuns ao vivo?
Dio: [Segurando o Rainbow Live In Munich 1977] Este é o segundo álbum, que foi uma maneira da gravadora dizer "ei, nós podemos ganhar muito mais dinheiro, não podemos? Então vamos lançar". Talvez alguém tenha feito algum dinheiro com isso na Alemanha. Eu não sei o que tem dentro. Não sei se tem uma foto minha dentro. Provavelmente, não. [...] Se pareço desapontado, é porque eu sempre fui uma pessoa que acredita numa banda. Acredito em todas as pessoas numa banda. E você não pode fazer um álbum só com esse cara na frente [mostra a capa do disco]. Eu não colocaria isso na capa. Se fosse eu, não colocaria isso lá. Colocaria esta foto. Esta seria a capa do álbum [exibe a foto de toda a banda, na contracapa do encarte]. Uma banda é uma banda. Você só é tão bom quanto as pessoas que estão tocando com você. É por isso que álbuns ao vivo e toda essa coisa me decepcionam muito. Isso é pra poder dizer a Ritchie que ele ainda tem uma carreira.
Entrevistador: sobre Long Live Rock n Roll?
Dio: Um álbum muito infeliz. Estávamos chegando muito perto do fim da banda. Mudamos as pessoas, colocamos Bob Daisley na banda - o que foi ótimo. Tivemos Mark Clark na banda um tempo antes disso. Ele ficou entrando e saindo. Esta foi outra chance de Ritchie chutar pessoas nos dentes, eu acho.
Entrevistador: e como aconteceu de você sair do Rainbow?
Dio: Eu não queria fazer o tipo de música que ele queria. Ele queria ser um popstar, e eu não gosto disso. Eu ainda queria ter raízes na inteligência. E ele queria canções sobre casos de amor. Deixa pra lá, Ritchie. Tenha outro caso de amor. Não que seu casamento esteja funcionando.
Em outra entrevista, o foco se torna a relação entre Dio e Blackmore...
Entrevistador: Você se sente mal sobre falar do seu período no Rainbow?
Dio: Não, não me sinto. Tenho memórias maravilhosas daquele tempo. Pode parecer que sou um pouco amargo quando falo sobre Ritchie, mas não sou. Ele me deu minha grande oportundiade. Se não fosse por ele, demoraria um pouco mais de tempo para chegar onde estou hoje. Não vou dar todo o crédito a ele, porque sou bom no que faço. Mas ele me deu a minha chance, e aprendi muito com ele. Aprendi coisas boas e coisas ruins. Então aprendi o que não fazer. Aprendi que, quando você sai do show, não cospe nos seus fãs, não entra correndo no carro e vai embora, você não sai sem dar autógrafos. Eles esperaram todo esse tempo. Você não faz isso com seus fãs. Essa foi uma coisa que aprendi, porque Ritchie fazia isso o tempo todo. Era uma pessoa muito ruim. É um grande músico. Eu aprendi muito sobre o que funciona e o que não funciona na musica. Foi um tempo maravilhoso. Aprendi muito, vi o mundo pela primeira vez com o Rainbow. Mas foi ficando mais e mais difícil, porque Ritchie é uma pessoa muito difícil. Ele não liga pras pessoas, e eu ligo. Então ficou difícil estar ao lado dele.
Entrevistador: pelos discos, pelo menos pra mim, parece que foi um tempo realmente mágico.
Dio: E foi. Nós podíamos fazer o que quiséssemos, é por isso. Ritchie e eu queríamos que a banda fosse uma banda de rock 'n roll com uma atitude clássica, é isso o que sempre quisemos ser. Então, quando começo a ouvir a banda fazer coisas como "I Surrender", "Since You've Been Gone", isso foi sem sentido pra mim. Esta não é a banda em que eu estava, não foi a banda que eu comecei com ele. Então perdi toda a minha fé nela depois disso. Ele é um homem cruel. As coisas que ele fez a Tony Carey... inacreditável.
Os vídeos originais podem ser vistos abaixo.
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