O surpreendente motivo pelo qual Jeff Beck parou de tocar guitarra usando palhetas
Por André Garcia
Postado em 20 de março de 2025
O alemão Hans Zimmer é uma lenda quando o assunto é trilha sonora cinematográfica. Aos 67 anos, desde que iniciou sua carreira ele deixou sua marca em pelo menos uma produção épica em cada década:
Rain Man nos anos 80, O Rei Leão nos anos 90, Gladiador nos anos 2000, A Origem nos anos 2010 e Duna (bem como sua continuação) nos anos 2020.
Em 1990 ele fez a trilha sonora de Dias de Trovão, um filme de ação dirigido por Tony Scott e estrelado por Tom Cruise, Robert Duvall e Nicole Kidman. E nesse trabalho ele contou com um reforço de peso: o lendário guitarrista britânico Jeff Beck.


Jeff Beck que ao longo de sua carreira fez uma curiosa transição: ele que surgiu em meados dos anos 60 no Yardbirds tocando com palheta (assim como praticamente todos os outros guitarristas), na década de 80 decidiu parar de usar — o que o obrigou a reinventar sua forma de tocar, permitindo assim a ele tirar uma gama de novos sons de sua guitarra.
Conforme publicado pela Guitar, quando trabalharam juntos, Hans não resistiu e perguntou a Jeff o que tinha levado ele a parar de tocar com palheta — e a resposta o surpreendeu:
"Eu perguntei a ele: 'Por que você não usa palheta?' e ele respondeu 'Porque eu perco elas!' Ele se tornou muito bom [em tocar usando os dedos] porque era muito ruim em lembrar onde deixava as palhetas! O timbre dele era singular. Quando ele tocava blues, era incrível: lindo e muito inventivo. Eu adorava ele, adorava sua inventividade."

Zimmer declarou ainda sua admiração pela guitarra Fender Stratocaster e pelos guitarristas que fizeram história tocando com uma:
"A Fender Stratocaster, para mim, é uma obra de arte absoluta. Sua forma é atemporal, seus componentes eletrônicos nunca mudaram, mas o que ela faz de tão extraordinário é amplificar o músico. Jeff Beck soa totalmente diferente de Stevie Ray Vaughan, que soa totalmente diferente de Mark Knopfler. A individualidade de cada pessoa é amplificada por aquele pedaço de madeira, com alguns ímãs e algumas cordas de aço. É fantástico!"
Entre outros guitarristas que ficaram conhecidos por não usar palheta estão Mark Knopfler (Dire Straits) e a lenda do blues Albert King. King em entrevista para a Guitar Player falou que não conseguia segurar a palheta:
"Eu nunca consegui segurar uma na minha mão. Até comecei a tocar com uma, estava realmente me dedicando [a usar uma], e depois de um tempo a palheta varava a casa. Até que eu disse 'Ah, que se dane!' Agora toco usando só a carne do polegar."

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