A banda gringa que gostou tanto do Angra que se virou para comprar álbum antes de todos
Por Gustavo Maiato
Postado em 17 de abril de 2025
Antes mesmo de "Angels Cry" chegar às lojas da Itália, o guitarrista Aydan, fundador da banda italiana Elvenking, já havia garantido sua cópia — direto do Japão. A paixão pelo metal brasileiro e, especialmente, pelo Angra, atravessou oceanos e décadas.
Em entrevista exclusiva a Gustavo Maiato, do Whiplash.Net, Aydan relembra o impacto causado pelo disco de estreia do grupo liderado por Andre Matos. "Em 1993, pedi ‘Angels Cry’ do Japão para ter o álbum o quanto antes, já que ainda não estava disponível por aqui. As revistas falavam muito sobre essa nova super banda do Brasil, mesmo antes do lançamento oficial", contou.


Lançado em novembro de 1993, "Angels Cry" colocou o Angra entre os nomes mais respeitados do power metal mundial. Com produção internacional e forte influência da música clássica e brasileira, o disco abriu caminho para o reconhecimento global do grupo.
Aydan não economiza elogios. "Aquele álbum é uma obra-prima imortal. Vai permanecer para sempre no mundo do metal. E o Andre Matos estará no coração de todos que amam essa música", afirmou. Ele também citou sua admiração por outras bandas brasileiras como Viper e Shaman, embora diga não acompanhar de perto a cena atual. "O que o Angra fez naquela época inspirou músicos do mundo todo. E continua inspirando."

O novo álbum do Elvenking
Agora, com mais de duas décadas de carreira, o Elvenking chega ao capítulo final de uma trilogia ambiciosa com o álbum "Reader of the Runes – Rapture". Lançado em 2025, o disco conclui uma narrativa que atravessa três álbuns e seis anos de trabalho contínuo. São 35 músicas conectadas por letras e melodias que exploram temas místicos, escolhas pessoais e o peso do destino.
"Quando começamos a escrever ‘Divination’, percebemos que a história precisava de mais espaço para ser contada. Então decidimos desenvolver os dois capítulos finais ao mesmo tempo, o que nos permitiu estruturar a narrativa de forma mais coesa", explicou o vocalista Damna.

A trilogia mergulha em atmosferas sombrias, com letras melancólicas e instrumentais que transitam entre o folk metal e o metal extremo. O tema das runas e da leitura do destino é central. "A ideia é que cada escolha tem um impacto. Nada é totalmente predestinado. As ações moldam quem somos", afirmou Aydan.
Entre os destaques do novo álbum está a faixa "Luna", que surgiu a partir de riffs do guitarrista Headmatt. A melodia cativante foi moldada por Damna e Aydan até chegar à estrutura final. Outra canção marcante é "Gone Epoch", escolhida como single por representar com precisão a fusão entre a melodia folclórica e a melancolia nostálgica — uma reflexão sobre a infância e a passagem do tempo.

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