A música do Led Zeppelin que Jimmy Page afirma ser impossível de reproduzir
Por Bruce William
Postado em 01 de maio de 2025
A última faixa de "Led Zeppelin IV" soa como um apocalipse em câmera lenta. Enquanto "Black Dog" abre o disco de forma incendiária, "When the Levee Breaks" fecha com um peso arrastado, como se tudo tivesse vindo abaixo. Gravada no Sunset Sound, em Los Angeles, ela ganhou um clima tão único que, segundo Jimmy Page, nunca mais foi possível recriar aquele som.
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A base da música vem de uma canção de 1929 escrita por Kansas Joe McCoy e Memphis Minnie sobre as enchentes do Mississippi. Mas nas mãos do Zeppelin, virou outra coisa. O riff grave, o andamento lento e o eco descomunal da bateria de John Bonham criaram uma atmosfera quase sufocante. "Tinha uma densidade que não conseguimos replicar quando remixamos na Inglaterra. Não tinha aquele espaço — aquele buraco negro", disse Page para a Guitar World (via Far Out).
Esse "buraco negro" ao qual ele se refere não é só técnico. É o que dá ao som um caráter imersivo, como se a música sugasse o ouvinte para dentro dela. Foi isso que fez a banda optar pela versão original na mixagem final, mesmo após várias tentativas de retrabalhar a faixa no Reino Unido. A escolha foi certeira: a gravação virou uma das mais celebradas da história do grupo.
Todo o clima sombrio da faixa veio acompanhado de decisões inusitadas. Bonham gravou a bateria em uma escadaria, para aproveitar a reverberação natural do espaço. O uso do reverse echo e da compressão extrema ajudaram a criar aquele som cavernoso, que hoje é considerado referência na produção de rock pesado.
Page sabia o que estava buscando. Ele não queria apenas uma releitura de blues — queria algo que parecesse saído de outro plano. E conseguiu. "When the Levee Breaks" é, até hoje, uma das músicas mais sampleadas da história, usada por artistas de estilos completamente distintos, de Beastie Boys a Beyoncé. Mas nenhuma versão posterior conseguiu replicar o "efeito buraco negro".
Mais do que uma música, ela virou um marco da capacidade do Led Zeppelin de manipular o estúdio como um instrumento. E mesmo com toda a tecnologia atual, aquele som específico — aquela sensação de desabamento iminente — continua sendo um mistério que só o Zeppelin conseguiu decifrar.
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