O rapper que Eric Clapton ouvia para se reconectar com a força bruta do blues
Por Bruce William
Postado em 24 de junho de 2025
Eric Clapton sempre preferiu o caminho mais seguro: guitarras limpas, acordes de blues e aquela pegada que remete a seus heróis de juventude. Mas nem por isso ele deixou de prestar atenção no que surgia fora desse universo, especialmente quando a música vinha carregada de honestidade e dor.
Nos anos 1990, além de mergulhar no blues e no rock mais clássico, Clapton também curtia sons mais elegantes, como o neo-soul de D'Angelo - cantor e multi-instrumentista conhecido por misturar soul, R&B e funk com arranjos modernos e vocais suaves. Mas ele então decidiu explorar um território que muitos rockeiros torciam o nariz: o rap de rua. Foi aí que um nome inesperado fisgou o ouvido do "Slowhand": Juvenile, um dos grandes representantes do som de Nova Orleans, famoso pelo clássico 400 Degreez.

"Eu sou muito fã do Juvenile", admitiu Clapton certa vez, em fala republicada na Far Out. "Não gosto muito dessas coisas brilhantes, espalhafatosas. Mas o Juvenile é o cara da rua mesmo. Gosto disso. Pra mim, se a música tem coração, força e paixão, eu gosto."
Juvenile, para quem não está familiarizado, é um dos rappers mais representativos do sul dos Estados Unidos, surgido na cena de New Orleans nos anos 90. Conhecido pelo hit "Back That Azz Up" e pelo álbum "400 Degreez", ele retratava a dura realidade das ruas, festas caóticas e a luta diária de quem cresceu em bairros marginalizados. Para ele, a poesia crua do rapper era quase um blues do século 21, uma forma atualizada da dor que ouvira em Howlin' Wolf e Robert Johnson décadas antes.
Em vez de ficar preso à nostalgia, Clapton sempre reforçou que a essência de uma boa canção não depende do instrumento. O que importava era a chama que se mantinha viva, fosse nas guitarras de John Mayer, nos vocais rasgados de um roqueiro ou nas rimas de Juvenile.
Mesmo que nunca tenha arriscado um dueto com rappers - tampouco gravado versos sobre batidas urbanas - Clapton se orgulhava de não ignorar os ecos modernos do blues. Para ele, mais valia a verdade cantada num microfone do que a pose de quem se acha puro demais para escutar algo fora do próprio cercadinho musical.
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