A expressão artística que Humberto Gessinger acha covardia: "Não tenho paciência"
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de outubro de 2025
O músico Humberto Gessinger falou sobre o impacto das novas formas de consumo de conteúdo e revelou qual expressão artística ele considera "uma covardia". A declaração foi dada durante participação no programa Potter Entrevista, apresentado por Luciano Potter, em uma conversa sobre cultura, tecnologia e comportamento.
O eterno vocalista e baixista dos Engenheiros do Hawaii refletiu sobre como a arte e as relações humanas se transformaram na era digital. "Tudo é propaganda - até a relação pessoal", observou. "Nesse sentido, quando se fala em números e algoritmo, é a coisa certa a fazer. Mas o meu cuidado é que nunca é um jogo 'ganha-ganha'. Sempre se perde alguma coisa."
Engenheiros Do Hawaii - + Novidades

A partir daí, Gessinger explicou seu ponto de vista sobre a passividade de certas formas de arte - e não poupou o cinema. "Eu, por exemplo, não tenho a menor paciência pra cinema, cara", confessou. "É engraçado, porque a minha geração pegou o início do cinema como algo careta, dos anos 50, e depois ele virou a grande arte, o centro do pensamento pop nos anos 60. Mas eu sempre achei o cinema uma covardia."
A crítica de Humberto Gessinger ao cinema
O músico comparou o impacto das mídias audiovisuais com o envolvimento que exige a leitura. "O cara te põe duas horas numa sala escura, com som alto pra caramba, e depois dizem: 'Ah, que lindo, o público se emocionou'. Ora, é covardia! Como é que não vai se emocionar com isso?", disse, rindo. "Já a literatura é diferente. O escritor te dá uma folha branca, com umas manchinhas pretas, e diz: 'Te vira, lê e se emociona'. Eu acho uma mídia muito menos passiva."
Gessinger também exaltou o poder do rádio, que considera uma forma de arte mais ativa e próxima do público. "O rádio é menos passivo por isso. Tô lavando a louça e ouvindo o Colin - nem sei se gosto de lavar a louça ou se tô interessado no que o Colin tem pra dizer. Mas é isso: o rádio te acompanha, e tu participa."
O cantor ainda ironizou a busca por experiências cada vez mais sensoriais no cinema. "Teve uma época em que diziam que o cinema ia ter cheiro, som 3D, experiências imersivas. Só me falta isso! Nada disso reproduz de verdade a emoção. É o tipo de tecnologia que depois vira uma coisa kitsch. Me lembra quando apareceu o CD: 'Olha só, agora o som é perfeito!' - e daí? O que ficou mesmo foi a música, não o suporte."
Confira a entrevista completa abaixo.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Hellfest terá 183 bandas em 4 dias de shows na edição de 2026 do festival
Duff McKagan elege as músicas do Guns N' Roses que mais gosta de tocar ao vivo
O hit do Nirvana sobre Whitesnake, Guns N' Roses, Aerosmith e Led Zeppelin
Para alguns, ver o AC/DC é um sonho. E sonhos não têm preço
Rob Halford fala sobre a importância de estar há quase quatro décadas sóbrio
AC/DC anuncia show extra no Chile e encerra adição de datas na América do Sul
O músico que Jimmy Page disse que mudou o mundo; "gênio visionário"
Os três melhores guitarristas base de todos os tempos, segundo Dave Mustaine
A única música do "Somewhere in Time" do Iron Maiden que não usa sintetizadores
O "vacilo" que levou Nicko McBrain a achar que fosse passar no RH do Iron Maiden
Roxette anuncia dois shows no Brasil em 2026
Os 25 melhores álbuns do metal britânico, segundo o RYM
O veterano que contraiu tuberculose na Malásia e gerou clássico do Iron Maiden
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
O disco que une David Gilmour e Steve Vai na admiração pela genialidade de seu autor
O dia que acharam que Humberto Gessinger curtia Dream Theater, segundo o próprio
A piada de Humberto Gessinger sobre Porto Alegre que muitos acharam bairrista
A expressão artística que Humberto Gessinger acha covardia: "Não tenho paciência"
A comparação entre Renato Russo e Humberto Gessinger na visão de Carlos Maltz


