O predicado de Anika Nilles que convenceu Geddy e Alex que ela pode substituir Neil Peart
Por Bruce William
Postado em 09 de outubro de 2025
Geddy Lee e Alex Lifeson já haviam deixado claro que não pretendiam "substituir" Neil Peart, até porque isso seria impossível. Mas, cinco anos após a morte do lendário baterista, a dupla decidiu que era hora de tocar novamente. E para isso, convidou uma nova parceira: a alemã Anika Nilles, uma das bateristas mais respeitadas da nova geração, conhecida por sua técnica precisa e musicalidade refinada.
Segundo Geddy, o contato com ela aconteceu ainda quando tocava com Jeff Beck. O nome chamou a atenção por sua versatilidade e domínio de estilos complexos, o que despertou curiosidade imediata. "Estamos muito felizes em dizer que ela é fantástica para tocar junto", revelou Lee durante um evento no Rock and Roll Hall of Fame, no último dia 5 de outubro (via Ultimate Guitar). "Já tivemos várias sessões com ela, e agora vamos sair em turnê. Acho que ela é uma história impressionante - e é claro, bem mais jovem do que nós", brincou.


Mas a missão de Nilles está longe de ser apenas técnica. Neil Peart não era apenas um baterista virtuoso: ele era o arquiteto rítmico e emocional do Rush, um músico que escrevia letras complexas e tratava cada compasso como uma pintura. Lee reconhece que entrar nesse universo é um desafio colossal. "Ela teve de mergulhar nas nuances, nos detalhes, tentar entender a cabeça e o feeling do Neil. É difícil acreditar, mas ela chegou à música do Rush sem preconceitos, o que foi ótimo e desafiador ao mesmo tempo."

Geddy destacou que reproduzir as partes de Peart não é o mesmo que tocar com a alma do Rush. "Muitos bateristas conseguem tocar os fills do Neil, mas combinar isso com o sentimento das músicas, de modo que soe como o público quer ouvir, exige trabalho. E isso é o que ela tem feito - com muito respeito e dedicação." Segundo ele, a jovem baterista tem demonstrado não apenas domínio técnico, mas uma compreensão profunda da dinâmica e da energia das composições.
Para Lifeson e Lee, tocar novamente é também uma forma de celebrar o legado do amigo e parceiro de décadas. Desde o último show do Rush em 2015, os dois vinham evitando qualquer formato que lembrasse uma "reunião", mas o clima mudou. Com Nilles na bateria, o projeto assume um caráter de continuidade e homenagem, uma forma de manter viva a chama criativa que o trio construiu ao longo de mais de 40 anos.

Geddy resumiu a sensação com simplicidade: "Ela está indo muito bem". Vinda de alguém como ele, a frase soa menos como um elogio e mais como um selo de confiança: a confirmação de que Anika Nilles realmente encontrou seu espaço ao lado dele e de Alex Lifeson e está pronta para levar adiante o som do Rush.
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