A banda que enche estádios, mas para Roger Waters seus shows são "uma piada"
Por Bruce William
Postado em 26 de novembro de 2025
Desde os anos 1970, Roger Waters nunca se contentou com a ideia de um show de rock como "quatro caras no palco tocando bem". Quando o Pink Floyd passou a ocupar grandes arenas e estádios, ele queria transformar cada apresentação em algo mais próximo de um espetáculo completo, com narrativa, efeitos visuais e cenas pensadas para reforçar o conceito das músicas.
Essa obsessão ficou clara em turnês como a de "The Wall", em que a banda ergueu literalmente um muro no palco enquanto executava o álbum. Custava caro, dava trabalho e exigia planejamento minucioso, mas Waters encarava isso como parte do pacote: se o público se deslocava até um estádio para ver a banda, precisava receber algo além de um repertório bem tocado e luz básica.

Ao longo do tempo, ele passou a olhar com desconfiança para shows de rock que se apoiavam só na força das canções e no carisma de palco. Waters entendia o apelo de bandas que lotam estádios com setlists cheios de sucessos, mas via esse formato como algo que podia facilmente virar um ritual previsível: muita gente, hits tocados com competência e pouca preocupação em contar uma história do começo ao fim.
Foi nesse contexto que ele acabou citando os Rolling Stones como exemplo de um tipo de show que não o empolga. A crítica não é à existência de grandes turnês nem ao fato de a banda seguir arrastando multidões, e sim ao modelo de espetáculo que, na visão dele, se resume a uma banda muito famosa tocando para um mar de gente espremida, sem um conceito mais profundo amarrando tudo.
Na fala de Waters, publicada na Far Out, ele foi bem claro ao falar sobre isso: "A música dos Stones nunca foi muito interessante, com I maiúsculo, sabe. Tem sido do caralho, tem sido ótima. Eu era um fã absurdo dos Stones. Eu ainda sou, na verdade. Ainda acho que algumas das coisas que eles fazem são muito boas. Eu só acho que os shows deles são uma piada, toda aquela porrada de gente espremida naqueles estádios enormes, acho que são tão piada pra eles quanto eram pra nós".
O alvo, portanto, não é o repertório dos Stones, mas o formato de megaevento em estádio que, pra Waters, distancia o público e o artista. Na leitura dele, esse tipo de concerto tende a virar um grande produto de massa repetido noite após noite, enquanto o que ele busca nos próprios shows é algo mais próximo de um espetáculo com narrativa, símbolos e cenas pensadas para dar outro peso às músicas ao vivo.
Quando se coloca lado a lado o que ele faz e o que os Stones fazem, fica evidente que se trata de propostas bem diferentes. Waters se acostumou a trabalhar com conceitos, personagens, cenários e símbolos que se repetem ao longo do show, como se cada turnê fosse quase uma peça de teatro amarrada por músicas. Já um concerto dos Rolling Stones aposta na energia crua, na interação direta com o público e em décadas de hits cantados em coro.
Nada disso impediu que os Stones continuassem lotando estádios pelo mundo, com fãs dispostos a vê-los quantas vezes forem possíveis. A opinião de Waters ajuda a entender melhor o padrão de espetáculo que ele persegue desde os tempos de Pink Floyd, mas não muda o fato de que milhões de pessoas seguem encarando um show da banda de Mick Jagger como uma chance de revisitar, ao vivo, as músicas que acompanharam boa parte de suas vidas.
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