Álbuns que mudaram a minha vida: Reign In Blood, minha passagem para o mundo da desgraça
Resenha - Reign In Blood - Slayer
Por Mateus Ribeiro
Postado em 02 de agosto de 2020
No primeiro capítulo da série "Álbuns que mudaram a minha vida", falei sobre como "Metallica" (o "Álbum Preto") havia me colocado no mundo do metal. Pois bem, após alguns meses ouvindo o disco que me apresentou o heavy metal, comecei a ouvir a discografia do METALLICA, porém, com o passar do tempo, meu ouvido queria ouvir alguma coisas mais extrema.
Estava no auge dos meus 14 anos e além de ouvir um som, meu passatempo era ler aas revistas do meu irmão, para ficar por dentro de tudo o que acontecia no rock, já que eu não entendia muita coisa sobre o assunto. Uma dessas revistas tinha um título curioso: "100 discos para ouvir antes de morrer". Na verdade, era uma espécie de guia com um resumo curto de obras fundamentais do rock e do metal (na opinião de quem escreveu, lógico).
É óbvio que eu fui ler, para saber qual seria meu próximo passo. Não foi uma escolha difícil, já que a curta resenha de "Reign In Blood", do SLAYER, envolvia tudo o que poderia chamar a atenção de um jovem: violência, sangue, desgraça e hostilidade em altas doses. Não pensei duas vezes, peguei a minha bicicleta e fui até a locadora de CDs que existia no centro da cidade.
Chegando ao meu destino, perguntei pelo tal "Reign In Blood". Para minha sorte, o CD estava disponível. Eu queria ouvir o disco logo, portanto, voltei para casa pedalando muito rápido, parecia até o protagonista cabeçudo do desenho "O Fantástico Mundo de Bobby" em seu triciclo.
Enfim, cheguei em casa e resolvi ouvir o aclamado "Reign In Blood". Logo nos primeiros segundos, o riff caótico de "Angel Of Death" me deixou paralisado. Depois que ouvi o grito insano de Tom Araya, entendi um pouco melhor as razões pelas quais esse disco foi tão bem falado na revista que eu havia lido horas atrás. Após ouvir a faixa de abertura, eu fiquei chocado com a bordoada que levei no ouvido, no peito e na alma.
O restante do álbum comprovou o que eu imaginava ao ler a sua pequena resenha: sem sombra de dúvidas, "Reign In Blood" é o disco mais rápido, violento e desgraçado gravado por alguma banda. A cada música, eu me sentia mais enfeitiçado por aquelas composições rápidas, pesadas e envolventes. É verdade que eu me assustava ao ouvir uns "death" daqui e uns "satan" de lá, mas eu estava pouco me fodendo. Eu só queria ouvir aquela obra-prima da barulheira.
A segunda parte do disco me causou o mesmo impacto que a primeira. O clima apocalíptico de "Criminally Insane", a rapidez e a estupidez de "Reborn" e "Epidemic" prepararam meus ouvidos para um dos maiores momentos da minha existência: ouvir "Postmortem" e "Raining Blood" pela primeira vez na vida.
Eu fiquei impressionado com aquilo ali. Nunca tinha ouvido nada tão assustador e pesado quanto aquilo. Quem conhece essa dobradinha fatal sabe do que estou falando. Duas músicas excelentes, sendo que a segunda tem o maior riff da história do metal extremo. O final sombrio, com aquele barulho infernal de chuva, me causou um misto de medo, apreensão e vontade de apertar o play novamente. E foi isso que eu fiz, apertei o play novamente e ouvi o disco no repeat várias vezes seguidas.
Foi o primeiro contato que tive com metal extremo. Depois, ouvi muito death metal e alguma coisa do black. Tudo começou lá atrás, no ano 2000, com este álbum maravilhoso. Como eu costumo dizer, "Reign In Blood" foi a minha passagem para o mundo da desgraça. E mesmo que eu não acredite em fim do mundo, se um dia essa bola gigantesca que habitamos for para o saco, esse disco deverá ser a trilha sonora do gran finale. E eu vou gostar muito.
Data de lançamento: 7/10/1986
FAIXAS
"Angel Of Death"
"Piece By Piece"
"Necrophobic"
"Altar Of Sacrifice"
"Jesus Saves"
"Criminally Insane"
"Reborn"
"Epidemic"
"Postmortem"
"Raining Blood"
FORMAÇÃO
Tom Araya - baixo e vocal
Kerry King - guitarra
Jeff Hanneman - guitarra
Dave Lombardo - bateria
Em breve ,a parte 3 da série "Álbuns que mudaram a minha vida". Um abraço e até a próxima.
Álbuns que mudaram a minha vida - Mateus Ribeiro
Outras resenhas de Reign In Blood - Slayer
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
A banda pioneira do punk que Joey Ramone adorava; "uma das minhas bandas favoritas"
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
Marcie Free, uma das maiores vozes do AOR, morre aos 71 anos
O megahit dos Beatles que Mick Jagger acha bobo: "Ele dizia que Stones não fariam"
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
A banda em que Iron Maiden se inspirou para figurino na época do "Piece of Mind"
Álbuns que mudaram a minha vida: Metallica, o disco que me fez gostar de heavy metal
Clássicos imortais: Reign In Blood, a trilha sonora perfeita para o apocalipse
O disco do Slayer que tem menos de meia hora e se tornou clássico absoluto de seu estilo
Como surgiu o icônico grito que Tom Araya dá em "Angel of Death", do Slayer
Como Slayer influenciou o nascimento de um grupo histórico do hip-hop
A melhor música do Slayer, na opinião de Mateus Ribeiro
O clássico do metal que, para Lemmy, passava uma mensagem equivocada
O álbum do Iron Maiden afetado negativamente pelo sucesso de Metallica e Slayer
Eloy Casagrande, Aquiles Priester e Mike Portnoy mandam mensagens para Jay Weinberg
História do Rock: dos primórdios aos anos 70
Bruce Dickinson: O significado oculto de "Tears Of The Dragon" (vídeo)
Versões originais: 10 músicas que foram "tomadas" emprestadas
Frontman: quando o original não é a melhor opção
Como o "sofrimento" de um incrível vocalista gerou uma maravilhosa balada sobre dor e cura


