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Machine Head: a obra-prima Unto the Locust

Resenha - Unto the Locust - Machine Head

Por
Postado em 29 de julho de 2019

Em 1991, o guitarrista Robb Flynn integrava o Vio-lence, uma das mais promissoras e até hoje cultuadas bandas de thrash da Bay Area. Porém, conflitos após a gravação do EP "Torture Tactics" (1991) fizeram com que os integrantes chegassem às vias de fato, com agressões físicas mútuas. Flynn decidiu então buscar novos ares e saiu em busca do objetivo de ter uma banda pra chamar de sua.

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Foi assim que nasceu o Machine Head. O baixista Adam Duce foi o primeiro recrutado, seguido pelo guitarrista Logan Mader e pelo baterista Tony Constanza. Já com Chris Kontos no lugar de Tony, o quarteto estreou com tudo com o fenomenal "Burn My Eyes" (1994), um dos grandes debut da história do metal. O nível seguiu alto com o disco seguinte, "The More Things Change ..." (1997), mas então vieram os controversos "The Burning Red" (1999) e "Supercharger" (2001), onde Flynn e sua turma empurraram o cativante thrash metal repleto de groove dos dois discos anteriores pra debaixo do tapete e aproximaram-se sem pudores da sonoridade nu metal tão em voga na época.

Essa mudança dividiu os fãs e segue rendendo consequências até hoje. Aqui no Brasil, especialmente, uma grande parcela de bangers mais ortodoxos segue passando longe do Machine Head e não há quem os convença que a banda merece uma segunda chance. Bem, azar deles.

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O Machine Head voltou aos trilhos a partir da entrada do guitarrista Phil Demmel, parceiro de Robb Flynn nos tempos do Vio-lence – Adam Duce e o baterista Dave McClain, ex-Sacred Reich, completaram o line-up. Com a sua chegada, a banda mudou novamente o seu som e deu ao mundo uma sequência de discos absolutamente matadora: "Through the Ashes of Empires" (2003), "The Blackening" (2007), "Unto the Locust" (2011) e "Bloodstone & Diamonds" (2014). Esse quarteto de álbuns é tão bom que apaga com sombras os deslizes cometidos em "The Burning Red" (principalmente) e "Supercharger".

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O assunto desde texto é a obra-prima do Machine Head, "Unto the Locust". Lançado em 27 de setembro de 2011, o sétimo álbum da banda norte-americana foi aclamado de forma instantânea tanto pela crítica quanto pelo público, e é um dos melhores discos de metal dos anos 2010. Produzido pelo próprio Flynn, "Unto the Locust" recebeu nota máxima na Metal Hammer e no The Guardian, além de 9 no Blabbermouth e na Decibel. O CD traz sete faixas espalhadas por 48 minutos (é o mais curto da carreira do grupo), e elas estão entre as melhores que a banda gravou durante a sua carreira.

"Unto the Locust" abre com uma impressionante suíte divida em três movimentos, "I Am Hell (Sonata in C#)", onde os principais elementos do thrash e do groove metal se encontram, com direito a melodias e solos que remetem à influência essencial que a New Wave of British Heavy Metal teve no nascimento do thrash metal. Outro fator que fica claro desde o primeiro segundo é a presença constante de artifícios que levam a catarses emocionais, receita que o Machine Head havia introduzido no álbum anterior – "The Blackening" – e que em "Unto the Locust" atingem o seu auge. Os refrãos, as linhas vocais e as harmonias entre as vozes conduzem invariavelmente a momentos de "arrepiamento" do ouvinte, fazendo com que o disco ganhe outra dimensão ao falar não somente com o cérebro e a razão, mas também de forma equivalente com o coração. O trecho acústico e as longas passagens instrumentais também contribuem de maneira decisiva para essa percepção sobre "I Am Hell (Sonata in C#)".

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Toda a melodia que o quarteto abriu mão nos discos do final da década de 1990 e início dos anos 2000 retorna de forma abundante em "Unto the Locust". Ela é uma das protagonistas do álbum, ao lado do peso monolítico e das linhas vocais sempre inspiradas. "Be Still and Know" mostra o nível elevadíssimo de entendimento entre as guitarras de Flynn e Demmel, tanto nos riffs quanto nos solos, e soa como uma sinfonia concebida a partir dos instrumentos da dupla.

E então o disco nos apresenta um de seus ápices. "Locust" é para "Unto the Locust" o que "Master of Puppets" significa para o homônimo terceiro álbum do Metallica: a união de todas as suas principais qualidades em uma canção que exemplifica o trabalho com perfeição. Camadas de acordes surgem em um arranjo ascendente, em uma das mais belas introduções gravadas pela banda. A seguir, uma explosão rítmica e melódica traz o melhor da personalidade do quarteto: o groove acachapante e a sensibilidade para criar harmonias que tem o seu poder amplificado pelo peso onipresente. "Locust" é um dos maiores hinos do Machine Head e figura facilmente entre os grandes clássicos do grupo norte-americano. Uma música perfeita em um álbum onde a perfeição é uma constante, e cuja cereja do bolo está em sua parte central, onde Demmel e Flynn entregam uma das passagens mais belas do metal contemporâneo.

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"This is the End" traz influências do death metal extremamente técnico surgido na Flórida no início da década de 1990 unidos à personalidade própria da banda, resultando em uma das canções mais rápidas e intrincadas do álbum. Novamente, a parte instrumental no centro da composição é um destaque. O timbre das guitarras é simplesmente arrepiante, e o desenrolar de seus acordes unido às harmonias vocais mostra o quanto a banda estava em outro nível na época.

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Chegamos então à melhor e mais inusitada canção de "Unto the Locust". "Darkness Within" une o folk de Bob Dylan ao peso do Metallica, e o que sai dos alto falantes é uma das músicas mais originais do heavy metal moderno. A introdução acústica traz apenas Flynn, e é seguida por uma entrada instrumental sublime, onde a guitarra de Demmel e a bateria de McClain constroem um crescendo espetacular que ganha contornos épicos com a linha vocal inspiradíssima de Robb. Acessível e original, amigável e criativa, "Darkness Within" é, na minha opinião, a melhor música de toda a história do Machine Head.

O álbum encaminha o seu final com "Pearls Before the Swine", a faixa que mais conversa com os primeiros anos da banda. Nela, a agressividade assume o protagonismo e vai no mesmo caminho de pérolas como "Davidian" e "Ten Ton Hammer". No entanto, contrasta da abordagem do restante do disco e soa deslocada em relação às demais.

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O brilho criativo volta com tudo em "Who We Are", que fecha o álbum de forma exemplar. A canção começa com um coro de crianças cantando o refrão, e é uma introdução simplesmente arrepiante. O groove e o peso então tomam conta, até desemborcarem no refrão repleto de melodia. O andamento quebrado e os riffs em tempos alternados montam um quebra-cabeça que evidencia o nível técnico e a alta performance apresentada pela banda. E como não poderia deixar de ser, a parte central tem mais um trecho instrumental assombroso, com as guitarras se entrelaçando em um jogo de gato e rato e solos muito bons.

"Unto the Locust" alcançou a posição mais alta da carreira do Machine Head, levando a banda ao 22º posto da Billboard – seu sucessor, "Bloodstone & Diamonds" (2014), faria ainda melhor e chegaria ao número 21 nos charts. O álbum vendeu mais de 100 mil cópias no mercado norte-americano e ganhou uma edição especial lançada na mesma época, com embalagem digipack e trazendo como bônus uma versão acústica para "Darkness Within" e covers para "The Sentinel", do Judas Priest, e "Witch Hunt", do Rush.

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O melhor álbum da carreira do Machine Head e um dos melhores discos de metal dos anos 2010, "Unto the Locust" possui para o metal contemporâneo um status similar ao que clássicos do passado como "Powerslave" e "Black Album" significaram. É um trabalho que segue soando de maneira impressionante quase uma década após o seu lançamento, e sobretudo gerando um grau de satisfação que apenas os grandes clássicos conseguem alcançar. Com "Unto the Locust", a trajetória já marcante do Machine Head atingiu o seu ápice criativo, colocando a banda de vez entre os gigantes do metal mundial.

Dizem que o metal atual não tem clássicos. Quem fala isso nunca ouviu "Unto the Locust".

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Sobre Ricardo Seelig

Ricardo Seelig é editor da Collectors Room e colabora com o Whiplash.Net desde 2004.
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