Magnética: rockão para ninguém botar defeito
Resenha - Homo Sapiens Brasiliensis - Magnética
Por Leonardo M. Brauna
Postado em 24 de abril de 2019
Nota: 10
A banda paulista MAGNÉTICA traz alegria ao público do verdadeiro rock brasileiro por seu senso crítico altamente consciente. Não, não chega às margens da chatice com críticas exageradas e apelativas pra chamar atenção, o quinteto explora a melodia e estimula os neurônios do ouvinte da maneira mais insaturável possível.
Produzido por Rômulo Ramazini no Under Studio, em São Paulo, o álbum proporciona uma audição excelente, mas também chama atenção por outros fatores, e um dos mais presentes é o sentimento de conforto pela certeza de que, em nosso país, há bandas que sabem conduzir bem o rock’n’roll, sem maquiá-lo e com uma dignidade perseverante.
As dez músicas de "Homo Sapiens Brasiliensis" possuem pegada como em "Inflamáveis" e "Natural", riff pesado como em "Super Aquecendo" e "Magnéticos" e até um pouco de apelo comercial em "Desconhecido" e "Interestellar", mas como esse lance de ser "comercial" se tornou algo muito subjuntivo hoje em dia, não interessa se existem rádios para tocar sua música ou novelas para transformá-la em tema. O monopólio musical acabou e, agora, o streaming é quem dita as regras. Chupa, gravadoras!
Uma nova fase para o rock brasileiro poderia começar aqui, ou daqui poderia partir também o primeiro movimento qualificável e sólido para o hard rock brasileiro, já que o que temos hoje são lembranças de ícones do passado, afogados pela falta de reconhecimento e ofuscados por uma mídia mercenária que, felizmente, estão minimizadas pelas redes sociais.
No álbum "Homo Sapiens Brasiliensis" não há aqueles solos meteóricos, é tudo muito bem traçado, portanto, se quiser ouvir "fritações" de guitarra, sugiro procurar os álbuns do Yngwie Malmsteen e Steve Vai, o que a Magnética faz aqui é harmonia acamada por uma cozinha rica em detalhes e construtora de grooves e, se, em "Céu de Abril", você se lembrar de Paulo Ricardo do RPM, saiba que também lembrei, pois é, acabou-se a exclusividade do cantor carioca em possuir uma voz aveludada, mas não se engane, a Magnética não chega a ser tão pop rock, na verdade, é uma banda pesada demais para ser simplesmente rock e melódica demais para ser heavy metal, enfim, originalidade e criatividade são palavras que a definem melhor que estilos.
Formação:
Rafael Musa – vocal e guitarra
Kelson Palharini – guitarra
Anderson Pavan – baixo
Marcos Ribeiro – bateria
Faixas:
01. Inflamáveis
02. Super Aquecendo
03. Homo Sapiens Brasiliensis
04. Céu de Abril
05. Descãonhecido
06. Crianças
07. Interstellar
08. Os Magnéticos
09. Natural
10. Minha Hora
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