Judas Priest: O melhor desde Painkiller?
Resenha - Firepower - Judas Priest
Por Alexandre Veronesi
Postado em 16 de junho de 2018
Nota: 10
São poucas as bandas que podem se gabar por possuir uma carreira duradoura e ininterrupta. Mais raros ainda são os grupos que, além disto, permanecem relevantes e lançando trabalhos de alto nível nos dias atuais. Hoje falaremos sobre uma dessas "espécies em extinção", os dinossauros metálicos do Judas Priest, lendário grupo britânico que está em vias de completar meio século de estrada, com seu mais novo álbum de estúdio, o aguardado Firepower, 18º de sua extensa discografia.
As 14 faixas do disco, divididas em pouco mais de 58 minutos, são um verdadeiro deleite para os metalheads de plantão. Apesar da longa duração da bolacha, o ritmo não cai em momento algum, mostrando que o quinteto estava particularmente inspirado durante o processo de criação.
O que dizer sobre a performance dos músicos (se é que isso se faz necessário)? Rob Halford é um cantor inigualável, e permanece entregando vocais únicos e poderosos, tirando de letra todo o peso de seus 66 anos de idade, enquanto a dupla Glenn Tipton e Richie Faulkner destila riffs cortantes como navalhas e solos memoráveis (a evolução do jovem Faulkner dentro do grupo fica notável aqui). Finalmente, a "cozinha", formada por Ian Hill e Scott Travis, reafirma sua posição como uma das melhores seções rítmicas do gênero desde 1989 (para os desinformados, é o ano em que o baterista ingressou na banda).
Já na abertura do disco, temos 3 porradas em sequência: a faixa-título Firepower, Lightning Strike e Evil Never Dies, mostrando logo de cara que o poder de fogo do grupo (com o perdão do trocadilho) continua elevado. Apontar destaques dentro de um registro dotado de tamanha qualidade torna-se uma tarefa ingrata, mas mesmo assim devo enfatizar, além das já citadas, canções como Necromancer, densa e repleta de peso; Flame Thrower, com suas belas linhas vocais e refrão matador, possivelmente a melhor música do álbum; Traitors Gate, cadenciada e letal; a oitentista No Surrender, que remete diretamente aos anos dourados do Priest; e Sea Of Red, semi balada que começa com um bonito dedilhado ao violão e cresce progressivamente, finalizando o trabalho de forma magistral.
A produção, impecável, ficou à cargo do renomado e experiente Andy Sneap, que já trabalhou com Accept, Saxon, Megadeth, Kreator, Exodus, Nevermore, entre outros.
Para encerrar, após diversas audições, posso dizer com propriedade e sem medo de errar: Firepower é o melhor trabalho da banda desde Painkiller (1990).
OBS: À época do lançamento deste material, tivemos a triste notícia de que Glenn Tipton vem enfrentando um Mal de Parkinson já há muitos anos, e que a doença teria se desenvolvido de tal maneira que inviabiliza a presença do guitarrista em turnês. Sendo assim, o produtor Andy Sneap assume as 6 cordas nas apresentações ao vivo do grupo.
TRACKLIST
01. Firepower
02. Lightning Strike
03. Evil Never Dies
04. Never The Heroes
05. Necromancer
06. Children Of The Sun
07. Guardians
08. Rising From Ruins
09. Flame Thrower
10. Spectre
11. Traitors Gate
12. No Surrender
13. Lone Wolf
14. Sea Of Red
Comente: Meses depois do lançamento, qual sua opinião sobre o novo álbum do Judas Priest?
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