Helloween: Better than Raw, melhor que cru, mera modéstia
Resenha - Better than Raw - Helloween
Por André Domingues
Postado em 20 de fevereiro de 2018
A origem do título veio de uma experiência que a banda teve no Japão ao terem que provar abóbora crua. Daí "Better than Raw"(melhor que cru), uma vez que detestaram sua degustação. O que não passa de modéstia do grupo, pois o álbum é muito bom.
A magistral introdução composta por Uli é emocionante. Tem o nome megalomaníaco de Deliberately Limited Preliminary Prelude Period in Z e junto com a pesada e agressiva Push, abrem o disco em grande estilo. Conta com guitarras rítmicas criadas pelo baterista, ótimos backing vocals de Grapow, riffs bons e pesados, percussão ímpar e solos bem legais. A letra da canção fala sobre buscar sua independência, viver sua própria vida, pensando por conta própria.
Falling Higher é linda e melódica. Escrita por Weikath tem um ótimo refrão e solos idem. Depois, temos Hey Lord! uma composição de Andi muito boa e com um toque de pop, com seus teclados e refrões grudentos.
Don’t Spit on my Mind é da dupla Markus/Deris. Pesada, agressiva, um pouco lenta e com riffs perfeitamente pesados, graves e arrastados.
Em Revelation, temos a obra-prima de Uli, com um lindo solo de Grapow em sua introdução e depois dando lugar para a percussão matadora de Kusch, acompanhada por um dos melhores e mais pesados riffs Helloween. Simplesmente perfeita. Ainda com vários climas e solos emocionantes e cativantes de guitarra. Outro grande destaque é a interpretação e os vocais de Andi, rasgados, agressivos e melódicos.
Assim como em Revelation, a canção Time, escrita por Deris, também fala sobre o fim dos tempos. Não é à toa, pois na época muito se falava a respeito e que o mundo iria acabar no ano 2000. A canção tem um solo bem legal e cativantes linhas vocais.
I Can, o primeiro single, é de autoria de Weikath/Deris e tem um ótimo riff. Trata-se de uma canção heavy/pop com uma letra bem positiva e motivadora. O solo de Weikath é simplesmente matador, lembrando o de Power, em termos de inspiração e maestria.
Em Handful of Pain, Uli e Andi nos trazem uma canção muito boa, com peso, bons vocais e teclados. Bons solos e Deris, grande destaque, cantando em algumas partes em tons mais graves, lembrando muito o David Bowie.
Laudate Dominum, assim como em Time, tem uma letra cristã e de louvor a Deus (nesse caso). A canção é alegre e tem ótimos solos.
É cantada em latim, composta por Michael Weikath e dedicada para os fãs da Itália, Espanha, Portugal, Brasil, Argentina, Honduras, Peru e Chile. Sua primeira inspiração ao escrevê-la foi quando sua mãe tocou para ele as versões de Schubert e Mozart de "Laudate Dominum".
Outra composição do líder guitarrista é a que fecha o álbum: Midnight Sun. Poderosa canção, destruindo tudo logo de cara com solos maravilhosos em sua épica introdução. Andi detona nos vocais, os solos são perfeitos e melódicos. Uli mostra a que veio e destrói a bateria. Uma das melhores composições do disco.
Ano:1998
Gravadora:Castle Communications
Formação
Andi Deris (vocais)
Michael Weikath (guitarra)
Roland Grapow (guitarra)
Markus Grosskopf (baixo)
Uli Kusch (bateria)
Better than Raw
1. "Deliberately Limited Preliminary Prelude Period in Z"(Kusch) 1:44
2. "Push" (Deris,Kusch,Weikath) 4:44
3. "Falling Higher" (Weikath) 4:45
4. "Hey Lord!" (Deris) 4:05
5. "Don't Spit on my Mind" (Deris,Grosskopf) 4:21
6. "Revelation" (Deris,Kusch) 8:21
7. "Time" (Deris) 5:41
8. "I Can" (Weikath) 4:38
9. "A Handful of Pain" (Deris,Kusch) 4:48
10. "Lavdate Dominvm" (Weikath) 5:09
11. "Midnight Sun" (Weikath) 6:18
12. "A Game We Shouldn't Play"* (Deris) 3:36
* bônus brasileiro
Obs: a versão japonesa e a expandida relançada contam com a faixa "Back on the Ground" (Weikath/Deris) como bônus.
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