Matérias Mais Lidas


Summer Breeze 2024
Bruce Dickinson

Mugo: Um dos melhores trabalhos de Metal extremo deste ano

Resenha - Race Of Disorder - Mugo

Por Bruno Rocha
Postado em 26 de setembro de 2017

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Uma forma de fazer Heavy Metal que sempre deu certo no Brasil é a mistura de estilos. Este caminho pode ser uma excelente alternativa para as bandas que procuram por uma identidade sonora, desde que a proposta seja executada com extrema perícia e conhecimento de causa para que as composições fluam bem e sejam atraentes para o ouvinte. Caso contrário, tudo não passará de um horrível rejunte de coisas diferentes entre si, o que fatalmente causará confusão e frustração, de modo que quem ouve não entenderá a real proposta da banda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 1

Felizmente, o MUGO, de Goiás, se encaixa na primeiro grupo, corroborando para isso o lançamento de seu terceiro full-length, "Race Of Disorder", de 2017. O grupo goiano pratica um Metal extremo como sendo um amálgama de Death Metal à la Obituary, Death Melódico na linha do At The Gates, Groove Metal e até mesmo algo de Sludge. O resultado é um som pesado, ora rápido, ora cadenciado, mas sempre brutal e agressivo, regado com criatividade e detalhes peculiares. Quem conhece os outros trabalhos do guitarrista Guilherme Aguiar, entende do que estou falando.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 2

Pois bem. Produzido pelo experiente Ciero da Tribo (Krisiun, Ratos de Porão, Claustrofobia, etc.) e mixado e masterizado por Francisco Arnozan, "Race Of Desorder" marca a estreia da nova formação do MUGO, desta feita com Pedro Cipriano (vocais), Faslen de Freitas (contrabaixo), Weyner Henrique (bateria) e o já citado Guilherme Aguiar (Armum, Heretic) nas guitarras. Este disco, afora a sonoridade já descrita no parágrafo acima, traz em suas letras, algumas delas em nossa língua vernácula, o descontentamento com as situações vexatórias as quais estamos acostumados a acompanhar em nosso país, além de muito protesto. A raiva que as letras perpassam é deveras condizente com a proposta sonora agressiva do grupo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 3

A faixa-título faz as honras do álbum, apresentando algo que será a tônica até o fim dele: a alternância de momentos rápidos com passagens cadenciadas, ou mesmo groovadas, como mostra a faixa 02, "Seeds Of Pain". "Corruption" mantém o acento forte de suas antecessoras, incluindo algumas levadas em blast beat, bem conduzidas por Weyner. A música seguinte, "Sanguessugas", começa lenta e épica, como num encontro de Candlemass e Vallenfyre. Mas é pegadinha, pois ela se transforma num rolo compressor rapidíssimo.

A música de numeral 5, "Deliverance", é outra que aposta na cadência, na linha do Death Metal holandês ou do Bolt Thrower, também bem variada (aqui, não tem como não se arrepiar ao comando de "GO!", que Cipriano ecoa, convocando para a cadência mortal). O Groovezão retorna com força em "Think Twice", constatação reforçada no refrão, quando Cipriano aposta em vocais berrados deslizantes (?) como os de Phil Anselmo. "Terra de Ninguém" segue o pique da anterior, mas focando mais em levadas Death Metal contagiantes. "Elo Quebrado" nos remete ao HERETIC, banda paralela de Guilherme Aguiar, conhecida por mesclar Heavy Metal com música oriental. Esta música encerra o trabalho sem misericórdia dos mortos ou das consequências.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 4

A arte de capa consegue ser chamativa mesmo sendo em cores neutras. Talvez um pouco mais de contraste na coloração realçasse os detalhes do Robozão pós-apocalíptico que faz frente na capa física, criada no Xtudo Obze, pois pode ser melhor analisada em arquivo no computador. A ideia da arte de capa (que estampa um belíssimo e bem acabado digipack, por sinal) obedece a proposta sonora e lírica do MUGO, criando um combo poderoso e eficaz. Os timbres sujos das guitarras e do baixo também são consoantes com a tal proposta. Guilherme Aguiar destila todo seu conhecimento técnico e de escalas juntamente com riffs agressivos e mórbidos, onde a cozinha Faslen-Weyner emolduram com suas levadas e conduções seguras e coesas. Os vocais de Pedro Cipriano são fortes e variados, indo dos guturais aos berros típicos do Groove Metal. Em resumo: um belo conjunto, que cria uma música ao mesmo tempo variada e homogênea.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 5

Nem parece que a formação é nova. O entrosamento entre os quatro é latente. Com o agravante de que a sonoridade do MUGO é complicada de criar e de se executar. Mas tudo foi feito com cuidado e competência. Resultado: destaque do Metal extremo nacional em 2017.

Race Of Disorder - Mugo (indepentente, 2017)

Tracklist
01. Race Of Disorder
02. Seeds Of Pain
03. Corruption
04. Sanguessugas
05. Deliverance
06. Think Twice
07. Terra De Ninguém
08. Elo Quebrado

Line-up
Pedro Cipriano - vocais
Weyner Henrique - bateria
Guilherme Aguiar - guitarras
Faslen de Freitas - contrabaixo

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - TAB 6

Outras resenhas de Race Of Disorder - Mugo

Mugo: pesado, moderno e agressivo

Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps


Jethro Tull
Stamp

Grave Digger: Ceifando a vida dos incrédulos da Terra Santa

Resenha - Aurora do Triunfo Herétiko - Sevo

Resenha - Black Bible - Judas Iscariotes

Resenha - Master Executor - Warfield

Resenha - Ocean - Holdark

Resenha - SupremeInstinctNumb - Malice Garden

Varathron: A hegemonia do caos

Resenha do álbum "Eu Sou a Derrota", da banda Sangue de Bode

Resenha - Gates Of Metal Fried Chicken Of Death - Massacration

Guns N' Roses: Resenha de "Chinese Democracy" na Rolling Stone

Dream Theater: Falling Into Infinity é um álbum injustiçado?

Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Bruno Rocha

Cearense de Caucaia, professor e estudante de Matemática, torcedor do Ferroviário e cafélotra. Entrou pelas veredas do Heavy Metal na adolescência e hoje é um aficionado e pesquisador de todos os gêneros mais tradicionais desta arte e de suas épocas. Tem como forte o Doom Metal, não obstante o sol de sua terra-natal.
Mais matérias de Bruno Rocha.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS