Matérias Mais Lidas


Overkill: "I Hear Black", para Bobby Blitz, foi "um equívoco"

Resenha - I Hear Black - Overkill

Por Bruno Rocha
Postado em 11 de junho de 2017

Um equívoco! É assim que Bobby "Blitz" Ellsworth define o sexto álbum de estúdio do Overkill, "I Hear Black", de 1993.

Overkill - Mais Novidades

De fato, os anos 90 foram estranhos e turbulentos para o Heavy Metal. Várias bandas que chegaram dos anos 80 consagradas fizeram da década seguinte um período de passeios por outros tipos de sonoridade, algo perigoso dado que o fã de Heavy Metal, principalmente o de Thrash Metal, é conservador em suas posições musicais, e resistente a mudanças que possam descaracterizar o estilo rápido e agressivo do gênero.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Nestes anos, a cadência foi o principal norte das bandas de Thrash Metal. Tanto que as novas bandas surgidas no período, como o Prong, além dos novos trabalhos do Sepultura e do Pantera, deram origem a um novo termo, o Groove Metal. Em "I Hear Black", o Overkill também escolheu a cadência como base para suas novas composições. Para quem estava acostumado ao som rápido e ríspido da banda de Booby "Blitz" Ellsworth e de D.D. Verni, estranhamento foi a palavra da vez.

Acompanhando D.D. e Blitz, estavam os guitarristas Merritt Gant, Rob Cannavino e o baterista Tim Mallare, que aqui fazia sua estreia na banda. "I Hear Black" mostra um experimentalismo no som do grupo, não no sentido de criar novas sonoridades, mas sim em alterar as estruturas típicas de suas composições, que aqui se apresentam mais lentas, com foco nos arranjos de guitarra e de baixo. Músicas rápidas aqui, somente uma ou duas. O Overkill também foi na mesma maré que levou bandas como Metallica, Megadeth, Anthrax e Sepultura a lançarem seus trabalhos mais controversos neste período da história.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

A primeira faixa do disco, "Dreaming In Columbian", ainda mostra algo mais rápido por parte da banda, mas a cadência já se mostra reinando, e reinará pelo resto do disco. A faixa-título se apresenta como uma ótima composição, trazendo algo até mesmo do Hard Rock com seu feeling. "Word Of Hurt" exibe um excelente trabalho de guitarras e o baterista Tim Mallare mostra porquê foi a opção da banda para esta fase, com suas irrepreensíveis conduções recheadas de groove e técnica.

Pronto. A partir daí a coisa degringola e aparenta preguiça e falta de inspiração. "Feed My Heart" parece que foi feita para o álbum "Metallica", o famoso Black Album, da banda de Lars Ulrich. Após algumas músicas sem empolgação e que não evoluem, nem a si nem ao álbum, temos uma grata surpresa com "Weight Of The World", porque aqui o Overkill trabalha com o que tem de melhor, a velocidade. Depois, nada mais engrena o álbum novamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

"Quando eu olho para 'I Hear Black', eu não penso que é um disco ruim. Eu penso que é um álbum em que não trabalhamos tempo suficiente nele. Os outros membros também queriam escrever músicas, então acabamos por nos desviar da fórmula do Overkill." Justifica-se o vocalista Bobby "Blitz" ao site Invisible Oranges. "Às vezes alguém chega para nós e fala: ‘eu realmente amo a música Shades Of Grey’, e D.D. e eu dizemos: ‘Mas aquilo foi um grande equívoco’!"

Uma das melhores músicas do álbum, "Killogy", ficou como faixa-bônus para o Japão. E está sim, é uma música que se espera do Overkill: rápida, agressiva e com Bobby "Blitz" usando todo o poder de sua voz. Esta faixa era uma sobra das sessões de "Horroscope" (1991). Se estivesse na versão regular do álbum, daria uma elevada no nível e na empolgação deste trabalho.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Outro detalhe ruim de "I Hear Black" é que foi a partir daqui que D.D. Verni começou a enfatizar a irritante sujeira de seu baixo, deixando-o bem em evidência, mais até que o próprio timbre do baixo e, por vezes, mais alto que as guitarras. Nada pode tirar a primazia das guitarras, nem mesmo um baixo pode ter seu belo som descaracterizado, em prol somente de alimentar o ego de quem o empunha

Produzido por Alex Perialas (Anthrax, Testament) e primeiro álbum da banda pela poderosa Atlantic Records, "I Hear Black" até hoje é um dos álbuns mais bem-sucedidos do Overkill, tendo estreado na posição de número 122 nos charts da Billboard 200 e alcançando a terceira posição na Billboard Top Heatseekers, ranking que apresenta bandas novas ou que vem em crescente em pouco tempo. Como suporte ao novo lançamento, a banda entrou em tour mundial, chamda "World Of Hurt Tour", cuja perna europeia teve apoio do Savatage. A música "Spiritual Void" ganhou clipe.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - WHIP
Divulgue sua banda de Rock ou Heavy Metal

Pois bem! "I Hear Black" não é um trabalho de todo ruim; as três primeiras músicas, apesar de já causarem estranhamento pelo groove excessivo, são ótimas composições da banda de Nova York, além das citadas "Weight Of The World" e "Killogy", as mais rápidas. Ademais, este álbum representa o ponto mais baixo da criatividade e inspiração do quinteto. Você encontrará aqui músicas que não evoluem, riffs sem sal e inspiração em trabalhos medianos de bandas similares e contemporâneas. Indicado para os fãs "Die Hard" e curiosos pela discografia da banda. Se você não se inclui em nenhum destes dois grupos, passe longe deste equívoco. Destaque para a performance e a pegada do baterista Tim Mallare, que deixou a banda em 2005.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - GOO
Anunciar no Whiplash.Net Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

I Hear Black – Overkill (Atlantic Records, 1993)

Tracklist:
01. Dreaming In Columbian
02. I Hear Black
03. World Of Hurt
04. Feed My Heart
05. Shades Of Grey
06. Spiritual Void
07. Ghost Dance
08. Weight Of The World
09. Ignorance & Innocence
10. Undying
11. Just Like You
12 . Killogy (faixa-bônus para o Japão)

Line-up:
Bobby "Blitz" Ellsworth – vocais
D.D. Verni – baixo, vocais
Merritt Gant – guitarras, vocais
Rob Cannavino – guitarras, vocais
Tim Mallare – bateria
Bob "Sid" Falck – bateria em "Killogy"

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE - CLI
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal
Compartilhar no FacebookCompartilhar no WhatsAppCompartilhar no Twitter

Siga e receba novidades do Whiplash.Net:

Novidades por WhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps




publicidadeAdriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Siga Whiplash.Net pelo WhatsApp
Anunciar bandas e shows de Rock e Heavy Metal

Sobre Bruno Rocha

Cearense de Caucaia, professor e estudante de Matemática, torcedor do Ferroviário e cafélotra. Entrou pelas veredas do Heavy Metal na adolescência e hoje é um aficionado e pesquisador de todos os gêneros mais tradicionais desta arte e de suas épocas. Tem como forte o Doom Metal, não obstante o sol de sua terra-natal.
Mais matérias de Bruno Rocha.

 
 
 
 

RECEBA NOVIDADES SOBRE
ROCK E HEAVY METAL
NO WHATSAPP
ANUNCIAR NESTE SITE COM
MAIS DE 4 MILHÕES DE
VIEWS POR MÊS