Frank Zappa: "Overnite-Sensation", seu álbum de 1973
Resenha - Overnite-Sensation - Frank Zappa
Por Richely Campos
Postado em 02 de fevereiro de 2016
Em meados de 1995, vasculhando as tralhas musicais de meu irmão, encontrei uma fita cassete com diversas bandas gravadas, entre elas BLUES TRAVELER, CREAM, BAD COMPANY, STEVE MILLER BAND e uma banda que no momento da audição, entrei em êxtase e somente voltei à realidade quando minha mãe gritou da sala, FILHO ABAIXA O SOM!
O responsável pela bronca é o maestro FRANK ZAPPA e a única música dele contida na fita chama-se "CAMARILLO BRILLO" do álbum objeto desta resenha. A busca pelo álbum tornou-se uma odisseia, pelo motivo que moro na cidade do interior de Minas e havia apenas uma loja de discos e lá nas prateleiras ZAPPA não configurava nos acervos, perguntei a meu irmão onde ele gravou a fita e disse que ganhou, mas não se lembrava de quem. Fiquei meses escutando aquele equipamento sublime, porque também as outras bandas são excelentes e foi em um final de semana meus pais disseram que iria a Belo Horizonte e, foi neste momento que corri para o carro sem dizer nada, apertei o cinto de segurança, totalmente catatônico e apenas disse bora. Estava eu a 100km de FRANK ZAPPA.
Em BH consegui comprar o álbum, o tão esperado "OVER-NITE SENSATION" de 1973, conhecia apenas uma música. Mal sabia eu que apaixonaria pelo som deste cara.
O álbum começa com a supracitada "CAMARILLO BRILLO" uma canção folk com pitadas de country e uma bateria extremamente incrível, o vocal de FRANK ZAPPA é contagiante.
Em seguida "I’M THE SLIME" com uma introdução coesa que antecede o riff e o riff primoroso que antecede a levada de blues altiva, se estende magnífica e ainda torna-se mais prazerosa com a entrada das backing vocals, brilhante.
A funkeada "DIRTY LOVE" e o vocal monstruoso de ZAPPA conduz o prato mais acessível para as rádios, junto com a faixa de abertura.
"FIFTY-FIFTY" nesta ZAPPA descansa seu gogo e convida ao palco RICKY LANCELOTTI para assumir os vocais e arrebentar, as marcações do baixo de TOM FOWLER é o ponto alto da música, acompanhada pelo sintetizador de GEORGE DUKE, bateria de RALPH HUMPHREY e de JEAN-LUC PONTY no violino, perfeita.
"ZOMBY WOOF" a faixa mais pesada do álbum, uma dinâmica dos instrumentos altamente efetiva, RICKY LANCELOTTI retorna nos vocais de forma mais enérgica e FRANK ZAPPA demonstra sua genialidade em sua guitarra GIBSON.
"DINAH-MOE HUM" progressiva e jazzística como todo o álbum sintetiza, os vocais femininos contemplam sua epopeia e a bateria é de arrepiar.
"MONTANA" a preferida do álbum, um blues progressivo sofisticado. ZAPPA novamente nos dá de presente outra entrada magnífica de sua guitarra, correlacionando nos duelos vocais de KIN VASSY e SAL MARQUEZ. Uma bela composição.
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