In Flames: Deveriam mudar o nome ou lançar um projeto paralelo
Resenha - Siren Charms - In Flames
Por Nilton Rodrigues
Postado em 09 de setembro de 2014
Nota: 3
Quase todo produto manufaturado é feito a partir do petróleo. Cds, vinis, a memória do seu MP3 player e por aí vai. Mas você sabia que o petróleo é um fóssil? Sim, se for parar para analisar, CDs são dinossauros! Louco, né? Pois é, tenho pena do dinossauro que se transformou em Siren Charms, o disco mais recente dos suecos do In Flames.
Para início de conversa, sou a favor do experimentalismo, de novos horizontes musicais e todo aquele papo de banda que quer mudar seu estilo musical e convencer a torcida do Flamengo que "amadurecemos e se você não entendeu isso, você é bobo e feio". Mas convenhamos, tudo tem limite. E geralmente o limite deve ser guiado pelo bom senso. De alguns lançamentos para cá, estava claro que eles não eram mais aquela banda furiosa representante do Gothenburg Sound dos anos 90, mas conseguiam mesclar uma boa dose de modernidade e novidade ao seu som. Dava para reconhecer um DNA de Clayman ou Colony aqui e acolá, mas agora, o nível de distanciamento de seu passado atingiu níveis estratosféricos.
O disco abre com a boa "In Plain View", com alguns barulhos estranhos no início, mas um riff empolgante, marcado pelos mini solos característicos da banda. Mas é só Anders abrir a boca, que a gente já sente o que vem pela frente: vocais limpos, chorosos, com alguns guturais cínicos. Sorry, mas não precisamos de mais um Chris Martin no planeta.
A empreitada continua com "Everything`s Gone" e "Paralyzed". Enquanto a primeira sofre do mal da guitarra afinação baixa genérica, a outra perde um riff empolgante em detrimento de um vocal preguiçoso e modernex.
"Through Oblivion" até tenta, e a ponte para o refrão de "With Eyes Wide Open" chega a lembrar alguma péssima fase do U2. O nível sobe um pouquinho com "When The World Explodes", mas também parece ser feita para enganar bobo, como do tipo "viu como ainda somos pesados?". O grande ponto forte do disco é a autêntica "Monsters in the Ballroom", que apesar do vocal tristonho, consegue cativar pelo riff, andamento e refrão.
Enfim, os caras mudaram. Mudaram de visual, de som, de filosofia, o escambau. De um lado, é até louvável a autenticidade e coragem que eles assumiram isso. Mas porque eles não mudam o nome ou lançam um projeto paralelo? Não sei, mas eu queria que os aliens que levaram a banda original devolvessem os caras.
E os dinossauros estão destinados à extinção: destrua esse CD.
01. In Plain View
02. Everything’s Gone
03. Paralyzed
04. Through Oblivion
05. With Eyes Wide Open
06. Siren Charms
07. When The World Explodes
08. Rusted Nail
09. Dead Eyes
10. Monsters In The Ballroom
11. Filtered Truth
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