Dream Theater: Pura diversidade diversificada e fragmentada
Resenha - Dream Theater - Dream Theater
Por Aloysio França
Postado em 06 de outubro de 2013
Em setembro de 2013 foi lançado o novo álbum da mais bem sucedida banda de Prog Metal da história, o Dream Theater. O álbum, de título homônimo, é o segundo após a saída do icônico baterista Mike Portnoy. O CD traz uma seleção de músicas de alto nível, provando que a saída de Mike não os impedirá de continuar tocando como deuses, principalmente após o fato divulgado recentemente sobre a colocação do álbum na Billboard; sétima posição, acima até mesmo da trilha de "Through the Never" do METALLICA.
Dream Theater - Mais Novidades
Mas com relação à ousadia e inovação, o que podemos dizer? Mike Portnoy era um líder e na minha opinião, era fator determinante para que não ouvíssemos ‘mais do mesmo’ em álbuns do DREAM THEATER. Neste novo trabalho, os músicos parecem ter inserido elementos de todas as suas eras passadas. Distribuíram timbres, ritmos, fragmentaram todo o percurso, de modo que nada soa repetitivo, mas também não parece ir para lugar algum. Existem novidades sim, mas não são marcantes o suficiente para dar exclusividade ao álbum. "Octavarium", "Metropolis Pt. 2″ e "Black Clouds and Silver Linings" são bons exemplos para esclarecer o meu ponto de vista. São trabalhos de personalidade forte, tenham eles agradado muito ou pouco. Esse toque de inovação é o que não vejo no DREAM THEATER desde que Mike saiu. É como se houvesse uma dispersão criativa, ou faltasse uma certeza em relação ao objetivo da banda, e isso é uma consequência natural causada pela falta de um líder.
Ok, não estou aqui para ficar invocando espíritos de ex-integrantes, e apesar dessa minha óptica negativa, há muito o que elogiar em "Dream Theater", assim como elogiei seu antecessor. O fato de não ser peculiar (pelo menos não tanto quanto eu gostaria) não o torna desinteressante, principalmente se você é do tipo que se apega a timbres. A produção, assinada pelo próprio guitarrista John Petrucci, foi meticulosa, e graças a ela temos uma riqueza de sons distintos que deve agradar especialmente aos mais detalhistas. Me pergunto o quão trabalhoso deve ter sido editar cada pequena partícula deste álbum, preocupando-se em dar um diferencial para cada introdução, cada solo, de forma que tudo ficasse límpido e cristalino.
Uma coisa que o DREAM THEATER sempre fez muito bem foi trazer momentos de reflexão à suas obras. Momentos em que a melodia se sobressai à técnica, e neste álbum tais momentos me agradaram mais do que o seu lado mais pesado. Por isso destaco "Along for the Ride" e "The Bigger Picture" como duas grandes faixas, e embora não sejam diamantes, são bastante preciosas. "The Enemy Inside" é direta como toda primeira faixa deve ser, e traz a empolgação necessária para os shows da turnê. A Instrumental "Enigma Machine" não é o melhor que eles podem fazer, tenho certeza disso. O momento mais alto do CD é sem dúvida "The Looking Glass"; tem os melhores riffs, o melhor refrão, está acima de tudo em "Dream Theater" e é a única que eu apoio para que se estabeleça permanentemente no set list.
Ao contrário do que muitos afirmam, vejo o vocalista James LaBrie em um grande momento de sua carreira. Sua performance tem melhorado a cada álbum. O amadurecimento fez com que ele conhecesse suas limitações e os seus pontos fortes, e a experiência só contribui para que ele entenda como gerenciar isso cada vez melhor. Quanto aos instrumentistas, bom, vou economizar palavras para descrever como estão tocando bem. É redundante falar isso do DREAM THEATER. É óbvio que estão tocando bem e é isso que nós esperamos deles.
O lançamento traz uma grande riqueza de timbres, ritmos e passagens, além de algum experimentalismo, portanto, fica marcado por sua sonoridade diversificada e fragmentada. Embora não tenha atingido um alto grau de identidade, nota-se claramente que a banda sequer cogitou tomar o caminho mais fácil. Da primeira à última faixa o percurso é complexo, e mesmo para músicos de primeira grandeza, a tarefa não deve ter sido nada fácil. Continuam mantendo sua característica mais valiosa: ser técnicos ao extremo e ao mesmo tempo muito expressivos. Seu virtuosismo não é gratuito, pois vem acompanhado de sentimento, e isso é um amálgama muito raro, conquistado por poucos. É importante ressaltar que, uma vez que o trabalho foi criado e produzido com muito esmero, o mesmo esmero deve ser aplicado para ouvi-lo, caso contrário tudo estará sendo subestimado, ou pior ainda, desrespeitado.
Leia mais em www.megalomania-metal.com.br e se gostar do site, curta a nossa fanpage. Obrigado!
Outras resenhas de Dream Theater - Dream Theater
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A melhor banda de rock de todos os tempos, segundo Bono do U2
Angra fará show com formação de "Rebirth" no Bangers Open Air 2026
Mystic Festival terá cerca de 100 bandas em 4 dias de shows; confira os primeiros nomes
"Melhor que os Beatles"; a banda que Jack Black e Dave Grohl colocam acima de todas
Bangers Open Air 2026: cinco apresentações que você não pode perder
Angra comenta show histórico no Bangers; "É a prova de que o metal feito aqui tem força"
Andreas Kisser quer que o último show do Sepultura aconteça no Allianz Parque
As 50 melhores bandas de rock da história segundo a Billboard
Deep Purple continuará "até onde a dignidade humana permitir", declara Ian Gillan
Regis Tadeu e Sérgio Martins revelam roqueiros que usam peruca: "Vai dizer que você não sabia?"
"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
A maneira curiosa como James Hetfield reagia aos fãs que o ofendiam por conta de "Until It Sleeps"
Helena Nagagata reassume guitarra da Crypta
Tobias Forge quer praticar mergulho para tornar uso de máscara no palco menos claustrofóbico
O hit de Cazuza que Lulu Santos achou tão bom que ficou com ciúmes
Brian May diz que gravar com Axl Rose foi "uma experiência estranha"
Os álbuns do Metallica que seriam rejeitados por Cliff Burton, de acordo com James Hetfield
As bandas de rock que não saem do ouvido do padre Marcelo Rossi: "Tenho todos os discos"
Dream Theater: álbum não foi autointitulado por acaso
Dream Theater: um dos discos mais variados de sua discografia
Mike Portnoy conta como está sendo tocar músicas que o Dream Theater gravou com Mike Mangini
Cinco músicas totalmente excelentes lançadas em 2025
Confira os indicados ao Grammy 2026 nas categorias ligadas ao rock e metal
As 40 músicas que marcaram a vida do redator Mateus Ribeiro
Como uma música completamente flopada me apresentou a uma das bandas do meu coração
A música do Dream Theater inspirada em atrocidades que civis sofrem na Arábia Saudita



